Naquele exato momento minha mãe apareceu na porta do meu quarto. A mesma me encarou parecendo confusa. Quem não ficaria? Eu estava caída no chão rindo.
ㅡ Eu devo perguntar? ㅡ Ela me encarou fazendo uma careta e eu olhei para ela sem me levantar.
ㅡ Estou fazendo yôga. ㅡ Falei com naturalidade e tentei erguer uma das pernas, coisa que a fez estralar num som bem alto. Até minha mãe riu daquilo.
ㅡ Você só tem 18 anos, em. ㅡ Ela balançou a cabeça.
ㅡ Meus ossos tem 94. ㅡ Assenti e olhei para o teto.
ㅡ Vim avisar que o almoço está pronto.
ㅡ Acha que eu devo começar a fazer algum tipo de exercício? ㅡ Ignorei o que ela disse. ㅡ Tipo, para melhorar o meu condicionamento físico. Eu não aguento correr uma rua que já parece que vou enfartar.
ㅡ Seria bom para sua saúde começar algo novo.
ㅡ Tipo o que? Correr? Nadar? Dançar? Jogar algo?
ㅡ Ah eu não sei. De qual dessas coisas você gosta?
ㅡ Dormir. ㅡ Resmunguei e ela arqueou uma sobrancelha.
ㅡ Eu vou almoçar. ㅡ Ela se virou para sair do quarto.
ㅡ Espera! ㅡ A fiz parar de andar. ㅡ Eu não sei. Eu não aguento correr, me afogo quando tento nadar, pareço um boneco de pau dançando e jogo por obrigação nas aulas de educação física.
ㅡ Então deixe que seu corpo se atrofie enquanto fica no chão. ㅡ Ela saiu do meu quarto e eu fiz uma careta quando a escutei.
ㅡ Arg... ㅡ Me levantei feito um idoso do chão. Só naquele momento senti a dor por ter caído daquele jeito no chão. ㅡ Tenho que tirar esse tapete daqui. ㅡ Toquei no mesmo mas não mexi a mão. Eu achava aquele tapete tão fofo e ele deixava o meu quarto tão bonitinho! ㅡ Ah. ㅡ Dei de ombros e o deixei ali mesmo. Comigo eu preciso cometer o erro muito mais que duas vezes para deixar de ser trouxa.
[...]
ㅡ Aprendeu o caminho? ㅡ A voz da minha mãe soou assim que a mesma parou o carro em frente ao colégio.
ㅡ Acho que sim. ㅡ Assenti sentindo meu peito apertado. Eu estava tão nervosa. Observei pela janela aquele monte de estudantes passando e entrando na escola. Todos já tinham seus amigos, todos estavam rindo e cumprimentando quem conhecia.
Suspirei abaixando a cabeça e observei minha mochila em meu colo. Acho que não preciso mencionar a cor da minha mochila e do meu all star né?
ㅡ Vai correr tudo bem, filha. ㅡ Ela tocou meu ombro. ㅡ Sorria e seja você.
ㅡ Farei isso. ㅡ Sorri tentando colocar na minha cabeça que aquilo passaria e o dia seria bom. ㅡ Meu cabelo está bom?
ㅡ Está ótimo. Verifique a saia quando sair do banheiro. ㅡ Ela olhou para frente parecendo lembrar-se de algo. ㅡ Passei muita vergonha na época da escola por sair com a saia presa.
ㅡ Ah ok. ㅡ Ri abrindo a porta do quarto. Seria a primeira vez que eu usaria um uniforme escolar composto por saia. Saí do quarto já atraindo alguns olhares para mim e me virei para minha mãe. ㅡ Tchau! ㅡ Acenei para ela e logo a mesma deu partida.
Fechei meus olhos por poucos segundos e respirei fundo apertando as alças da minha mochila.
Sorria e seja você.
Abri meus olhos juntamente com um sorriso tímido e me virei para o portão da escola na qual os alunos entravam.
Caminhei calmamente para dentro da escola e me deixei cair o queixo enquanto andava. O Colégio era enorme! O pátio a frente dele tinham duas árvores bem grandes, um gramado e um caminho largo por entre elas que levava a porta do Colégio.
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Amarelo, a nova cor do Amor - DEGUSTAÇÃO
Romance" O mundo é mais colorido quando você sorri. " Elizah dizia isso com muita convicção e com grande sensação de bem estar no peito. Já com seus 18 anos, Elizah havia crescido com o pensamento de que o mundo só seria mais bonito se as pessoas fossem m...