Abri a porta da sala atraindo a atenção da maioria dos alunos já presentes na ali dentro. Perto da porta tinha um grupo de garotos que olharam para mim - uns com uns sorrisos de segundas intenções - , em cima da mesa do professor tinham duas garotas sentadas e mais duas na frente delas.
O resto dos alunos estavam em seus grupinhos, mas todos pararam para olhar para mim.
Senti-me sem graça com todos aqueles olhares, então fiz algo que eu faço no automático na maioria das situações: sorri.
O sinal tocou logo em seguida - bem alto, devo dizer - e logo senti uma mão nas minhas costas.
ㅡ Sem gracinhas hoje, Daniel. ㅡ Uma voz feminina soou e eu olhei para trás. Quem havia tocado minhas costas era um mulher de longos, beeeem longos, cabelos loiros. A mesma tinha uma bolsa preta grande embaixo dos braços e umas pastas. Nos olhos um óculos redondo e notei que ela falava com alguém que estava atrás de mim.
ㅡ E desde quando eu faço gracinhas? ㅡ A pessoa, na qual percebi ser um rapaz, falou e eu logo sai de sua frente sem olha-lo.
ㅡ Respondam para ele, turma! ㅡ Ela aumentou o tom.
ㅡ Desde sempre! ㅡ Todos falaram juntos e a professora esticou o braço na direção da fileira perto da parede.
ㅡ Mas eu não atrapalho a aula. ㅡ O garoto respondeu indo na direção das fileiras de cadeiras e a professora parou ao meu lado. A mesma me deu um sorriso simpático e pediu em um gesto para que eu ficasse ali. ㅡ Em plena segunda-feira eu tenho que trabalhar com a minha mesa cheirando a bunda? ㅡ Ela pergunto enquanto caminhava na direção de sua mesa onde as meninas estavam sentadas.
Metade da turma gargalhou e as garotas saíram. A professora deixou a bolsa sobre a mesa junto das pastas e voltou até mim.
ㅡ Qual seu nome, querida? ㅡ Ela perguntou tocando meu ombro.
ㅡ Elizah. ㅡ Respondi.
ㅡ Pessoal? Já sentaram? ㅡ Ela encarou a todos que rapidamente sentaram em suas carteiras. Eu estava me sentindo tímida, então tentei não focar no rosto de nenhum deles.
Infelizmente meu plano foi frustrado quando olhei para a última cadeira da fileira da parede. O rapaz na qual se chamava Daniel e que entrou logo depois de mim era o garoto que eu vi na janela. O mesmo que me viu quase cair no banheiro e quase me atropelou com a bicicleta.
Meus olhos se arregalaram e eu notei que ele também havia me reconhecido.
ㅡ 3001, essa é a Elizah. Ela veio da capital do Rio e estudará esse último ano com vocês. ㅡ A professora me apresentou.
ㅡ Veio fazer o que aqui no interior? Tem nada na nossa cidade. ㅡ Uma garota murmurou e alguns riram.
ㅡ Eu achei a cidade particularmente muito bonita. ㅡ Sorri e a garota balançou a cabeça.
ㅡ Qual é a do amarelo? ㅡ Um garoto do canto da sala perto da porta perguntou se referindo à minha mochila e ao meu tênis.
ㅡ É a minha cor favorita. ㅡ Respondi ainda sorrindo.
ㅡ Pikachu.ㅡ Daniel imitou a vozinha do fundo da sala fazendo todos gargalharem.
No momento eu não soube se aquilo era para ser um apelido ofensivo ou apenas algo para ser engraçado, mas como todos riram, eu resolvi acreditar na primeira opção.
ㅡ Sente-se ali. ㅡ A professora apontou para uma das carteiras que ficavam ao lado da janela. Não escondi a minha felicidade naquele momento. Eu sempre gostei de me sentar perto da janela, era mais fresco, eu podia ver o dia e me ajudava a pensar em testes e provas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amarelo, a nova cor do Amor - DEGUSTAÇÃO
Romance" O mundo é mais colorido quando você sorri. " Elizah dizia isso com muita convicção e com grande sensação de bem estar no peito. Já com seus 18 anos, Elizah havia crescido com o pensamento de que o mundo só seria mais bonito se as pessoas fossem m...