Amarelo, a nova cor do Amor - DEGUSTAÇÃO

18_ Vem, Elizah.

ㅡ Nossa, foi só um comentário. ㅡ Juliana ergueu as mãos fazendo uma careta e ambas viraram de costas para olhar para a professora.

ㅡ Vão juntando seus grupos enquanto eu explico o que terão que fazer. ㅡ Ela começou a andar pela sala. ㅡ Bem, o trabalho será focado na produção de um enredo, de uma pequena história. Vocês terão que criar JUNTOS uma história, porém não poderão simplesmente conta-la ou lê-la na frente da classe. Terão que usar a imaginação para contar essa história de um jeito diferente. Gravar um vídeo, apresentar uma peça, fazer um teatrinho de marionetes, tanto faz! Só não poderão simplesmente parar ali na frente e ler e nem me entregar nada.

ㅡ A história tem que ser sobre algum tema específico? ㅡ Uma garota perguntou.

ㅡ Eu sortearei um tema para cada grupo. Contudo, vocês terão que seguir uma série de enredos. ㅡ Ela foi na direção do quadro e pegou um piloto de uma outra cor. ㅡ Quero início, algo simples e de num clima bom, continuação, algo diferente acontece, calmaria, tudo parece perfeito, reviravolta, tudo começa a dar errado! E se quiserem, final feliz. Se não quiserem, final trágico. ㅡ A mesma explicou nos observando enquanto eu me sentia animada com esse trabalho. ㅡ Alguma pergunta?

ㅡ Precisa ser ter um título? ㅡ Um garoto perguntou.

ㅡ Como toda boa história, sim. ㅡ Ela respondeu.

ㅡ Posso copiar de uma história que já existe? ㅡ Outra pessoa perguntou fazendo toda a turma rir.

ㅡ Claro! Isso apenas resultará na redução de sua nota e também dos outros membros do grupo. ㅡ Ela debochou indo em direção à sua mesa e pegando um pequeno pote circular de cor verde. ㅡ Aqui tenho os temas/gêneros de histórias que vocês sortearão. ㅡ Ela o sacudiu indo até o primeiro grupo perto de sua mesa. Uma menina presente nele pegou um papel.

ㅡ Terror. ㅡ Ela fez uma careta.

ㅡ Bom pra caramba! ㅡ O garoto ao lado dela sorriu animado.

ㅡ Próximo! ㅡA professora foi em outro grupo e mais uma garota tirou.

ㅡ Comédia. ㅡ Ela riu e logo a professora chegou na gente. Lívia quem tirou.

ㅡ E então? ㅡ Daniel a encarou.

ㅡ Romance. ㅡ Ela respondeu e olhou para Juliana. Não demorou muito e ambas caíram da gargalhada.

ㅡ O que foi? ㅡ Perguntei confusa.

ㅡ Nós somos péssimas nisso! ㅡ Juliana respondeu.

ㅡ Já tentamos escrever fanfics pro wattpad uma vez e flopou demais. ㅡ Lívia acrescentou e as duas começaram a gargalhar.

ㅡ Não sei no que vamos ajudar, mas não vai ser escrevendo essa história. ㅡ Elas balançaram a cabeça negativamente e eu encarei Daniel.

ㅡ Parece que sobrou para nós dois escrever um romance. ㅡ Ele falou sorrindo apoiando seu rosto nas mãos.

[...]

ㅡ Olha, ficamos a aula toda aqui e não pensamos ainda no que vamos fazer nesse trabalho. Já escolheram fazer peça, vídeo, slide e até bonecos de palito de picolé. ㅡ Lívia resmungou. ㅡ Precisamos pensar no que vamos fazer.

ㅡ Que tal fantoches de meia? ㅡ Juliana perguntou e nós três nos entre-olhamos. Dois segundos depois acabamos rindo.

ㅡ Eu não quero virar piada, Ju. Sem contar que minhas meias são todas furadas, você nem usa, o Daniel deve ter chulé e a as da Pikachu com certeza são amarelas. A não ser que façamos fantoches dos simpsons.

ㅡ Então o que faremos? Eu não sei fazer nada que possa ajudar nesse trabalho.

ㅡ Eu menos. ㅡ Ela deu de ombros e nos olhou.

ㅡ Nem olha para mim. ㅡ Daniel balançou a cabeça e acabou que os três me encararam.

ㅡ Eu... sei desenhar e pintar. Isso ajuda? ㅡ Fiz uma careta.

ㅡ Sei lá, ajuda? ㅡ Lívia fez uma careta também.

ㅡ Sim! ㅡ Daniel ergueu a postura parecendo ter tido uma ideia. ㅡ Podemos fazer desenhos! Tipo, desenhos em quadrinhos, sabe? Podemos narrar a história em desenhos num tamanho um pouco maior. Aí enquanto contamos, podemos ir passando os desenhos. É algo criativo e diferente. ㅡ Ele nos olhou com expectativas.

ㅡ Achei legal. ㅡ Lívia concordou.

ㅡ Espera, eu não desenho tão bem assim. Eu costumava fazer isso no passado mas...

ㅡ Perfeito! Vai ser isso mesmo! Ô Professora! ㅡ Juliana me interrompeu e já chamou pela professora que logo se aproximou. ㅡ Nós vamos fazer desenhos para interpretar a história como revista em quadrinhos.

ㅡ Oh, interessante. Estou curiosa por isso agora. ㅡ Ela sorriu. ㅡ Quem de vocês desenha?

ㅡ Pikachu. ㅡ Livia respondeu.

ㅡ Mesmo? ㅡ Ela me olhou. ㅡ Agora estou ainda mais curiosa. ㅡ A mesma sorriu e se afastou.

ㅡ Quando e onde vamos fazer? Já é para semana que vem. ㅡ Livia apoiou o cotovelo sobre a mesa e segurou o queixo.

ㅡ Minha casa é impossível. Meu irmão não vai nos deixar fazer nada. ㅡ Daniel foi o primeiro a falar.

ㅡ Sem contar que sua irmã é um pouquinho antipática né Danielzinho? ㅡ Elas fizeram uma careta.

ㅡ Minha casa não dá. Lá tem mais bicho do que tudo e eles fazem muito barulho. ㅡ Lívia se encostou na cadeira.

ㅡ Eu moro na casa do cacete. ㅡ Juliana falou e não demorou muito para que os três me encarassem.

ㅡ Minha casa não tem barulho e não é longe. ㅡ Respondi meio insegura. Eu receberia pessoas na minha casa pela primeira vez? Tudo bem que elas duas não eram lá puro amor comigo, mas talvez possamos nos entender se nos conhecermos. E Daniel... Já é meu amigo.

ㅡ Fechou. ㅡ Daniel sorriu. ㅡ Na casa da Elizah então. Nós dois bolamos a história e depois nós quatro tentamos desenvolver a parte prática.

Naquele momento o sinal do intervalo tocou e as duas se levantaram de imediato. Eu não me movi. Estava me sentindo meio insegura. Eu não desenhava tão bem quanto eles estavam pensando. Na real, fazia muito tempo que eu não fazia isso.

Bufei olhando para minha mesa e notei que Daniel ainda estava ali. Ele já havia se levantado, em suas mãos estavam uma cédula de dinheiro e na outra sua revistinha.

ㅡ O que foi?

ㅡ Não vai para o intervalo? ㅡ Ele perguntou apontando para a porta por cima dos ombros.

ㅡ Ah, não sei. Talvez depois. ㅡ Forcei um sorriso.

Daniel colocou o dinheiro no bolso movendo o olhar para a janela ao meu lado e logo depois estendeu sua mão aberta para mim.

Ele encarou-me e abriu seu sorriso ladino.

ㅡ Vem, Elizah.

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Continua...