Capítulo -13 Presença desagradável

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Acordei sozinho sentindo meu corpo extremamente relaxado, os acontecimentos do dia anterior preenchendo minha mente enquanto me sentava e observava o ambiente limpo a minha volta, um quarto em tons neutros com cheiro de lavanda, por um momento me perguntei onde Levi se encontrava e então um flash da manhã de hoje me fez levantar e ver as horas no celular em cima das minhas roupas cuidadosamente dobradas na cômoda, me vesti e constatei ainda ser de manhã.

Desci até a cozinha e bebi o café que Levi havia deixado para mim junto com torradas e geleia, enquanto comia me senti cuidado e um sentimento de conforto invadiu meu peito, me fazendo suspirar e sorrir sozinho.

Havia sido incrível e o Ackerman ainda cuidou de mim antes de ir trabalhar, não poderia estar me apaixonando por alguém melhor. Diferente do que imaginei, não havia culpa ou arrependimento, apenas a sensação de quero mais e um leve arrepio cruzando minhas costas imaginando como seria as próximas vezes, senti uma leve pontada nas calças e fiz um coque no cabelo, tentando me distrair das sensações prazerosas que senti ontem.

Me imaginei andando de mãos dadas com o baixinho e fazendo qualquer besteira de casal e sorri planejando fazer exatamente isso quando nos encontrássemos mais tarde. Posso dizer que me sinto bem o suficiente para assumir o que quer que seja que temos agora, os receios se apagaram e a visita indesejada dos meus pais só me deram a certeza que eu não posso permitir que mais ninguém tire a minha liberdade.

Eu me senti livre com Levi.

Suspirei enquanto lavava a louça imaginando que teria que ir ver as coisas lá em casa e depois na oficina e que se meus pais estivessem lá, eu apenas os mandaria embora, não existe mais diálogo, não vou mais dar chance para que me façam sentir culpado por ter minha própria identidade.

Estava pronto para sair quando meu celular tocou, era Mikasa, pensei em não atender já que iria para a casa ao lado naquele momento, mas para não preocupar e sabendo o quanto ela poderia ser protetora atendi já falando.

-Estou aqui no Levi, vou para casa agora, não precisava me-

-Eren, escuta!!

Ela me cortou, seu tom receoso me fez parar na porta da casa do Ackerman, já estava do lado de fora.

-O que aconteceu?

-O Levi ele-

-O que tem ele?

-Ele está no hospital, aconteceu algo no trabalho. -Prendi a respiração e imaginei o pior, por favor, que ele esteja bem, supliquei.

-O que? Como?

-A Hange me mandou uma mensagem avisando, disse que não tinha seu número.

-Qual hospital Mikasa?

-No central, espera, eu vou com você.

Eu vi um táxi passar e fiz sinal, vendo o veículo parando na minha frente.

-Nos encontramos lá.

Não esperei resposta e desliguei, indiquei o endereço para o condutor e só então percebi que ainda não respirava, junto com o ar em meus pulmões as lágrimas vieram e o sentimento de preocupação extrema me deixou zonzo, um desespero irracional, eu não posso perder Levi, eu não posso ficar sem ele. Constatar isso me fez soltar mais lágrimas, mordi os lábios com força vendo a rua pela janela do carro.

Preocupação me atingindo a cada esquina dobrada, porra, Levi está bem, certo?

Minha mente parecia travada, não conseguiria me concentrar em nada até chegar no maldito hospital e ter certeza que Levi estaria bem e vivo.

O vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora