Cinco

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        Chegando ao Ministério, Etienne logo foi notificado por sua secretária:

            - Sir Archibald, o Ministro quer vê-lo assim que chegasse.

            - Obrigado, Rose. – entregou um maço de papéis – É o meu relatório. Poderia revisá-lo para mim? Ah e peça nessa floricultura – deu um cartão à ela – um ramalhete de rosas e mande para esse endereço.

            - Vermelhas ou brancas? – perguntou Rose com um sorriso malicioso.

            - De todas as cores que a florista encontrar, Rose. De todas elas... – ele retrucou antes de entrar na sua sala.

            Rose ficou olhando para a porta fechada, depois sorriu e foi cuidar de seus afazeres.

            Samantha era uma ótima aluna, considerando que ela não era japonesa, refletiu Minoru Ito, observando-a fazer os movimentos marciais.

            Mas tanta dedicação aos treinos já era preocupante.

            - Não acha que já está na hora de acabar essa sessão, Samantha– perguntou ele se aproximando.

            - Só mais uma seqüência, sensei. – ela retrucou, sem parar os movimentos.

            Com paciência oriental, ele continuou observando até que ela terminasse a seqüência.

            - E então? – perguntou Minoru.

            - E então o que, sensei ? – fez-se de desentendida.

            - Não vai me contar o que a preocupa. É o rapaz, não é? O tutor da menina Isabella, não?

            - Ah, sensei ... Não sei o que fazer... – começou ela, finalmente admitindo. – Nós somos de mundos totalmente diferentes. O que eu posso oferecer a ele? Dinheiro? Propriedades? Tudo agora é administrado por mim e por ele, é verdade. Mas quando Isabella crescer... Acabarei sendo babá dos filhos dela... A Nanny.

            - Você sabe que tem a oferecer a uma pessoa como ele algo mais importante do que dinheiro.

            - Como o quê?

            - Amor.

            - Isso ele deve ter de sobra... Teve ter todas as mulheres do Reino Unido o perseguindo.

            - Eu disse amor, Samantha. Não paixão ou atração física. Ou ainda vaidade. Eu disse amor. Aquele que traz compreensão, companheirismo...

            - Eu não sei, sensei. Ele é tão... Notório, tão influente. Eu não saberia agir no circulo que ele freqüenta.

            - Pois eu acho que você se sairia muito bem. Você é fluente, inteligente, comunicativa e sociável. O que mais ele pode querer? Uma boneca de sociedade que só sabe repetir fofocas da corte. Não, Samantha, pelo que eu pude observar, esse rapaz quer mais da vida do que uma sucessão de festas fúteis da alta sociedade. E o que ele quer, só você poderá lhe dar. Abra seu coração para ele, Samantha. E você poderá se surpreender.

            A jovem abraçou seu mestre.

            - Obrigada, sensei. Vou fazer isso na primeira oportunidade.

            - Eu sei que você trilhará o caminho certo, Samantha.

            Nisso, eles ouvem uma batida na porta do salão.

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