Dez

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        Embora não tivesse consciência, Etienne estava caminhando para uma armadilha que poderia separá-lo de Samantha para sempre.

            No carro, sob o olhar atento do motorista, Ethel até que tentava entabular uma conversa com Etienne, mas ele somente respondia com monossílabos.

            Ao virar em uma esquina, Ethel deu um gritinho:

            - Mas que miserável! Eu não acredito. Pode parar o carro um instante, Anthony?

            O motorista olhou para Etienne e perguntou:

            - Senhor?

            - Pode parar, Anthony. O que houve, Ethel?

            - Olhe lá. Aquele mentiroso. Disse que tinha um encontro de negócios e olhe lá.

            Etienne olhou na direção que ele apontava e viu saindo do mesmo restaurante em que tinha estado com Samantha...

            Samantha e van Keffler?

            Ele continuou olhando, porém sem nada ver.

            A moça estava de costas, mas não havia como não ser ela. Com o mesmo vestido verde água que o havia encantado, o mesmo longo cabelo negro parcialmente preso, o mesmo porte, a mesma altura, o mesmo andar...

            - Engraçado, aquela parece ser a Srta. Whitmoore... – disse Ethel olhando de soslaio para Etienne, e exultando intimamente com a expressão raivosa de seu ex-amante.

            - Vamos embora, Anthony. Não temos mais nada para ver aqui.

            Anthony suspirou e deu a partida no carro.

            Enquanto Etienne ia para casa pensando ter sofrido a maior das traições, Samantha se revirava na cama, sem saber o motivo de tanta angústia.

            Finalmente cansada de tentar conciliar o sono, ela resolveu dar ir até a cozinha, preparar um chá.

            Mas antes resolveu passar no quarto da sobrinha para ver se ela estava bem agasalhada.

            Ao abrir a porta do quarto, ela pensou estar tendo uma alucinação.

            Ela viu dois homens dentro do quarto. Um levava Isabella desacordada nos braços e o outro abria a janela para saírem.

            - Parem, o que estão fazendo? – gritou correndo em direção aos dois.

            Um deles passou a criança para o outro, mais forte e virou-se para enfrentá-la.

            Samantha tentou usar um dos golpes aprendidos com Minoru, mas o bandido parecia antecipar cada golpe que ela dava.

            Ela não viu um terceiro bandido que chegava por trás com um vaso de porcelana.

            Logo depois, ela mergulhou na escuridão.

            Samantha tinha consciência das vozes ao seu redor, mas não encontrava forças para falar ou abrir os olhos. Parecia que sua cabeça pesava uma tonelada.

            - Ela não acorda! O que faremos?

            - Tudo o que eu podia fazer já foi feito, Sra. White. Temos que aguardar ela recuperar a consciência.

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