ELISABETH
Quantas vezes as coisas podiam dar errado?
Resposta: Várias vezes dependendo do dia.
Para mim, tudo ruiu depois que uma mulher gritou quando viu que o João Darcy estava comigo e depois quando a minha irmã nos pegou lá.
A minha mente tinha literalmente congelada e eu lembro em alguns flashes de ser tirada de lá, fotógrafos e pessoas falando várias coisas ao mesmo tempo e acho que o César veio falando algo, mas eu estava congelada e só percebi as coisas ao meu redor quando eu percebi que estava em um apartamento.
Um apartamento que eu já tinha estado uma vez. Um apartamento com seguranças, o que seria útil se alguém tentasse alguma gracinha.
O apartamento do João Darcy.
Eu tinha andando de carro e nem notei?
- Vamos ficar aqui por enquanto e pensar no controle de danos. - Ele disse enquanto pegava a minha mão e me levava até o sofá. - Você está tão calada.
Olho para ele como se ele por acaso tivesse perdido um parafuso.
- Você queria que eu estivesse como? O mundo está desabando sobre as nossas cabeças! Estamos tão ferrados que eu não consigo enxergar como sair disso.
- A gente vai conseguir resolver tudo. - Ele aperta minha mão confiante e eu afasto a minha mão da dele e levanto, precisando respirar sozinha um pouco.
- A minha carreira acabou, João Darcy. Eu construí uma reputação boa para o meu site, uma reputação baseada em seriedade, compromisso, realidade e zero sensacionalismo barato. Eu nunca quis vender coisas impossíveis ou loucas. E olha onde eu estou? Eu basicamente quebrei tudo o que falei.
- Você acha que o nosso namoro não tem seriedade? Não tem compromisso ou não é real? Você ainda acha isso, Elisabeth? - Ele levanta do sofá também e caminha mais distante de mim, passando as mãos pelos cabelos.
- Você está fazendo isso ser sobre você, sendo que não é!
- Você que continua a reduzir tudo o que a gente tem! Sensacionalismo barato? - Ele me olha acusatório. - É isso que eu ainda sou para você? Não importa o quanto eu tente provar, não importa o quanto eu fale, você não supera esse seu preconceito ridículo contra a minha carreira.
Eu levanto as mãos para o ar.
- O que você quer eu faça? Eu estou em diversos veículos da mídia nesse exato momento por sua causa! Por causa da sua carreira tão problemática que qualquer novidade já vira manchete! - No momento que eu termino de dizer essas palavras, eu me arrependo.
Só de ver os olhos dele chocados para mim, como se não pudesse acreditar no que eu havia acabado de falar, me fez querer voltar os segundos trás e retirar tudo o que eu disse.
- João Darcy... - Eu começo baixinho, mas paro quando ele balança a cabeça.
- Eu fui idiota demais ao achar que estávamos juntos nessa. Fui idiota demais em criar tanta expectativa achando que isso seria um teste perfeito para o nosso relacionamento, e acabou que ele só provou que não devemos ficar juntos. Talvez, nunca devêssemos ter ficado em primeiro lugar. - E com isso ele pega as chaves e vai para a porta. - Pode ficar aqui, é mais seguro do que a sua casa. - E sai, levando meu coração em pedaços com ele.
O que eu tinha feito?
Desabo no sofá dele, e quando passo a mão pelo rosto, percebo ele molhado pelas lágrimas que eu não estava percebendo que deslizavam como um rio pelo meu rosto.
Eu não queria que ele tivesse ido embora, eu não deveria nem ter dito as palavras que eu disse.
Para onde ele havia ido? O que estava fazendo? O que eu deveria fazer agora?
Minha clutch treme do meu lado e eu sei que deve ser a minha irmã. Respirando fundo, tentando me acalmar, antes de abrir a bolsa de mão e pegar meu celular.
- Oi. - Murmurei baixinho.
- Oi????? Agora é oi???? Eu nem sei direito por onde começar com você, Elisabeth Barbosa Rissi! Você me deve uma explicação, você me deve várias explicações... - Ela para para resmungar com alguém do outro lado do telefone, provavelmente era o César, - Todos vocês me devem várias explicações!
Não sei se foi a bronca ou o fato de que agora precisava de um ombro para chorar, então comecei a chorar pelo telefone mesmo, deixando tudo sair.
- Elisa? - A voz da minha irmã parece preocupada. - Onde você está? Me diz que eu chego até você, minha irmã. Você não parece nada bem.
Eu consigo contar que estava na casa do João Darcy antes de desligar e deitar no sofá.
Puxo um travesseiro para a minha cabeça e fecho os olhos, tentando acalmar minha alma e minha mente disso tudo.
Eu estava exausta, meu corpo estava exausto, então eu precisava, pelo agora, desligar os ruídos a minha volta.
*
- Aonde você esteve? - Eu ouço um sussurro baixo perto de mim e mais algumas palavras trocadas.
Resolvo ignorar tudo e continuar com os olhos fechados, eu queria ignorar tudo a minha volta.
- O que vocês estão fazendo aqui? - Uma voz masculina grave diz e eu acho que é João Darcy.
- O que você esperava? Você esperava que eu ouvisse a minha irmã chorar no telefone e não visse correndo até ela? Achou que eu iria abandonar a minha irmã? Coisa que eu tenho certeza que você já fez, a considerar que você está aparecendo só agora cheirando a bar! - Reconheço a voz feminina como da minha irmã e resolvi dar um basta nisso. Eu precisava tomar as rédeas da minha vida.
Infelizmente, eu não podia ignorar tudo por muito tempo.
- Não discutam vocês dois! Eu posso muito bem me virar sozinha. - Me ajeito no sofá e percebo que a Capitu estava do lado meu lado no sofá espaçoso e César na outra poltrona. Meu coração aqueceu pelos dois estarem ali por mim. Até mesmo pelo João Darcy. - Eu preciso conversar com o João Darcy. - Olho bem incisiva para a minha irmã. - A sós.
- A gente ainda precisa conversar, e você sabe disso. - Ela diz.
Eu pego a mão dela e aperto.
- Eu sei, e não vou mais adiar essa conversa. Mas antes disso, eu preciso me resolver com ele para sabermos como agir depois de tudo.
Ela assente e ela e César se despedem antes que a figura de João Darcy que estava parada perto da porta, finalmente anda em minha direção e senta na outra ponta do sofá.
Era um espaço pequeno que parecia como se houvesse uma sala entre nós dois.
E agora?
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UMA CONSELHEIRA (NADA) AMOROSA
RomanceEla não acredita no amor, mas trabalha com ele. Ele acredita no amor, mas é um mulherengo de marca maior. Elisa não acredita no amor. Ela era sócia com a sua irmã na empresa PARA SEMPRE, uma empresa de relacionamentos que garantia o seu par ideal. ...