CAPÍTULO 8

2.2K 407 42
                                    

Desculpem a demora, correria básica na véspera de natal hahaha.
Desejo a todas(os) vocês um natal repleto de paz, risos, felicidade e repleto de amor. Com moderação e cuidado, é claro! Boas festas!!! ❤️

Regra 7: Não tenha segundas ou terceiras opções. Mostre para a(o) sua(seu) companheira(o) que ela(ele) é a(o) único!

JOÃO DARCY

Os dias de convívio entre a Elisabeth e eu melhoraram.

Eu não sabia que ela podia sorrir sem ser com sarcasmo. Eu definitivamente não imaginei que uma vez ou outra iríamos almoçar, eu, ela e Anna e rir como se fôssemos todos amigos.

E pior de tudo, eu não sabia que ela podia ser interessante.

Claro, eu escondi dela a tentadora proposta que a maquiadora e uma das atrizes de apoio me fez durante as filmagens, mas era para o melhor. Ela nunca iria acreditar fielmente que eu tinha recusado. E outra, a oferta da maquiadora era tentadora, mas eu nunca dormiria com a atriz de apoio. Nunca dormiria com atriz nenhuma envolvida em algum trabalho atual meu. Elas sempre tendiam a não entender e depois ficavam pegajosas.

Agora depois que as filmagens acabassem... bem, aí era outra história. E talvez, isso me ajudasse a me livrar dessa curiosidade que eu tinha em relação a carrancuda.

Eu estava indo até meu trailer, pronto para fazer a minha maquiagem e cabelo, porque as meninas já estavam lá, quando ouvi murmúrios atrás da porta e parei para ouvir.

- Ele é tão gostoso! - Uma voz feminina disse.

- Eu sei, e eu juro que tentei, até me ofereci mesmo, mas ele disse que não podia. - Outra voz feminina, parecia a da maquiadora... Renata - Mas eu acho que ele não aceitou por conta da cão de guarda dele.

- Quem? A gorda ou a deficiente?

A gorda ou a deficiente? Puta que pariu.
Eu estava prestes a entrar ali e soltar toda a minha raiva, mas me contive um pouco mais.

- A gorda. A outra menina é a irmã dele, ele deu o cargo de assistente para ela e ela acompanha ele em tudo. Mas a gorda... meu Deus! Ela é muito chata! Sempre seguindo ele, sempre atrapalhando qualquer chance dele ficar sozinho...

- Eu posso te ajudar. A gente combina um dia e eu distraio ela, bem, eu vou tentar! E você dá o seu jeito.

Eu me canso ouvir toda aquela baboseira e entro ali.

- Eu não preciso e nem quero que você tente ficar sozinho comigo, Renata. Nem em um milhão de anos eu ficaria com alguém tão mesquinha e preconceituosa. Você e a sua amiga aqui, falando da minha irmã, debochando de uma mulher que tem mais potencial no dedo mindinho dela do que vocês duas! - Eu olho bem para as duas que parecem assustadas com a minha presença ali. - E eu vou pessoalmente garantir que vocês duas não cuidem mais de mim. Porque aquela outra mulher que vocês tanto debocharam também, criticaram o peso dela, bem, ela decidiu escolher vocês quando eu podia ter escolhido profissionais mais competentes.

Ambas se entreolharam, o medo era palpável no rosto das duas.

- Sr. Amaral, e-eu... - Renata tenta continuar, mas de repente o ar fica mais elétrico e eu sinto uma presença nova no trailer. Ela.

Elisabeth para alguns passos perto de mim e apenas levanta a mão para as duas.

- Vocês não fizeram nada que outros já não tentaram. Não disseram nada do que já me disseram antes. E se fosse só isso, eu até poderia relevar. - O olhar dela fica mais duro, mais glacial. - Mas tentaram interferir no meu trabalho! Tentaram prejudicar o que eu estou lutando para manter e isso, isso eu não posso relevar. Fora! Agora!

As duas param um segundo antes de juntar suas coisas e saírem do trailer correndo.

Eu fico parado, olhando para ela sem saber o que fazer ou o que dizer.

- Eu... - Começo, mas Elisa levanta a mão, me pedindo para parar.

- Não se preocupe, eu estou acostumada a todo tipo de comentário gordofóbico ou preconceituoso. Esse tipo de pessoa não é inovador, não sabe ir além da caixinha que elas vivem e se enquadram. Eu não me ofendo porque eu sou gorda. Enquanto as pessoas ficarem vendo o adjetivo gorda de forma pejorativa, mais isso vai se propagar de maneira ruim. É que nem tentarem falar da minha pele. Eu amo a minha pele demais pra me incomodar com qualquer mesquinhez alheia. - Ela me olha calma e eu vejo que realmente, ela não estava chateada pelos comentários. Ou será que ela escondia muito bem?

- Tem certeza?

Ela da de ombros.

- Sim. O que incomodou foi não só o comentário do trabalho como falarem da sua irmã! Meu Deus, que imbecís! - Ela revira os olhos e vai até o frigobar, pegar uma bebida.

Naquele momento eu paro e observo a Elisa de perto. Ela defendeu a minha irmã quando só eu costumava a defender no meio de tantas pessoas acostumadas com um certo padrão. Ela se posicionou de uma maneira tão forte, tão sexy que alguma coisa mexeu comigo. E ela estava sempre bem arrumada, mas hoje... hoje até de batom ela estava! Ela é bonita.

Não.

Ela é linda.

Eu arregalo meus olhos quando percebo novamente a direção dos meus pensamentos. Que porra estava acontecendo comigo? Era a abstinência? Eu estava começando a perder a minha cabeça?

Eu precisava sair dali, eu precisava....

- Uau! Você está linda para hoje à noite, Elisa! - Minha irmã entra e dá um sorriso. Que bom que ela não estava aqui para ouvir aquelas duas idiotas.

Elisa sorri um pouco sem graça.

- Eu não faço isso a tanto tempo que eu nem sei se eu acabei exagerando ou não.

Ela estava linda, não importando pra onde ela ia.

Porém... para onde ela ia?

- Para onde você vai? - Eu pergunto franzindo o cenho. Eu tenho uma sensação que iria gostar do que ela iria me falar.

Ela olha para o lado meio envergonhada antes de me encarar com aqueles olhos castanhos que as vezes me chamavam a atenção.

- Eu vou a um encontro! - Ela diz com um sorriso de lado e por um segundo, eu me pergunto por que eu me sentia como se um mundo de raiva tivesse me engolido.

Droga.

____________________________________________________________

VOTEM! COMENTEM!

UMA CONSELHEIRA (NADA) AMOROSAOnde histórias criam vida. Descubra agora