Gente, cadê vocês? Cadê as curtidas e os comentários? 😔
Regra 6: A amizade é a chave de tudo.
JOÃO DARCY
O dia seguinte foi estranho no set de filmagens.
Eu estava pensando no que minha irmã tinha dito e quando Elisabeth chegou no meu trailer com os olhos cobertos por um óculos de sol gigante e um copo de café na mão.
- Bom dia! - Tentei.
Ela para e a cabeça dela cai para o lado e eu fico intrigado em saber o que diabos ela está pensando enquanto me encara. Mas ela apenas balança a cabeça e diz baixinho.
- Bom dia. - E segue para o sofá que ficava no trailer. Ela senta e apoia o copo de café na mesinha de centro antes de tirar o notebook da bolsa e começar a trabalhar.
E eu fiquei incomodado com aquilo.
Eu sabia que ela tinha outro trabalho sem ser me monitorar vinte e quatro horas, mas custava ela me dar um minuto de atenção?
Logo agora que eu pensei em ser educado com ela...
Suspiro e me levanto, pegando a jaqueta do personagem antes de me caminhar para a saída do trailer. Não iria me atrasar.
- João. - Eu ouço e paro. Era estranho ela me chamar de João. E eu também raramente via alguém me chamar de João, só João. Era mais íntimo, mais simples. Natural.
Me viro para ela e Elisa sobre os óculos nos cabelos curtos e cheio de cachos e abre um pequeno sorriso.
- Eu sei que não reconheci ontem, mas você já atingiu a marca de uma semana sem nenhuma transgressão. Também melhoramos sua comunicação com os fãs, acho que eles apreciaram as fotos mais caseiras. Eu andei pensando em fazer uma live sua para os fãs. Uma live aqui no camarim ou perto do set para mostrar seu novo projeto e talvez até conversar com uma fã? As redes sociais são um meio de comunicação fundamental ultimamente e...
Eu a corto antes que ela se prolongue demais. Eu sei que ela sabe que eu odeio mexer com as minhas redes, mas até mesmo eu sei que preciso me motivar mais nisso.
- Eu topo. Pode até ser mais tarde, se quiser.
- Ok, obrigada. - Ela abre um sorriso maior agora, mais sincero, e esse foi o primeiro momento que eu percebi que a carrancuda sabia sorrir. E que... que ela tinha um sorriso lindo?
Ele fazia seu rosto abrir ainda mais e florescer e...
O que foi isso? O que está acontecendo?
Eu arregalo os olhos e saio dali sem dizer tchau. Eu precisava me afastar dela, precisava me afastar desses pensamentos malucos que passaram pela minha cabeça. Eu precisava espairecer. E só atuar me faria fugir da minha mente conflitante.
ELISABETH
A ressaca era o que eu recebia por fazer a péssima escolha de beber uma garrafa inteira de vinho sabendo que eu tinha que trabalhar no dia seguinte.
Entretanto, eu não tinha como não tomar algumas taças depois de ficar reflexiva toda a tarde sobre minha conversa com a Anna.
Solidão.
Eu realmente estava tão sozinha assim? Eu sei que sempre tive metas e objetivos a serem alcançados. Eu estipulei prazos, criei planos em cima desses prazos e os realizei. Cheguei hoje em um patamar que eu não me arrependo porque batalhei tanto para ser reconhecida e ainda batalho ainda mais para estabilizar completamente meu nome do mercado. Mas no meio de tudo isso... será que eu perdi meu foco em mim mesma no processo? Esqueci de me olhar como mulher? Esqueci que eu mesma tinha desejos a serem realizados?
E se eu tinha... quais são eles? Eu sei quais são eles?
E foi assim que eu acabei comendo pipoca, bebendo mais do que algumas taças de vinho e vendo Virgin River e admirar o Jack dando olhares apaixonados para a mocinha Mel.
Quando tempo eu não tinha um homem me dando olhares apaixonados? Alguma vez eu tive um homem me dando olhares apaixonados?
E agora, eu estava aqui, de ressaca, com dor de cabeça e fechando a tela do meu notebook para me encostar no sofá e dormir um pouco. Apagar.
Eu tiro meus sapatos e deito um pouco no sofá, aproveitando o silêncio e o fato de que eu não podia resistir a tirar um rápido cochilo de trinta minutos.
*
Não sei quanto tempo se passa, mas quando eu começo a recobrar os sentidos, um lençol estava me cobrindo.
Quem me cobriu?
Eu me sentei e estiquei os braços, me liberando dos últimos traços de sono.
Que horas eram?
Estiquei para ver o horário no meu relógio de pulso e quase tive um treco quando vi que já era uma hora da tarde! Quando eu tinha ido deitar, eram oito horas ainda!
Ainda estava me recuperando do choque quando a porta do trailer entrou e Anna e João Darcy entraram nele com sacos de papel na mão.
- Ah! Acordou! - Anna diz para mim e sorri. - Trouxemos almoço pra você!
Eu apenas sorrio e olho para ele de relance, que me olha sem falar nada.
Anna me estende um saco e eu abro, pegando um sanduíche que estava lá dentro e um suco.
- Muito obrigada! - Eu fico agradecida. - Aos dois!
Eu mordo e percebo que eu realmente estava com fome, muita fome mesmo.
Eu realmente infringi algumas regras pessoais. Chegar de ressaca no trabalho, dormir no trabalho e ainda comer na frente dos meus patrões.
- Me desculpem por ter dormido mais do que devia. Eu juro que não faço isso, não sou de negligenciar meu trabalho. - Eu digo depois de beber um pouco de suco.
- Não tem problema, somos todos humanos, essas coisas acontecem. - João diz e eu simpatizo com ele novamente. Era estranho eu começar a simpatizar com um homem que eu ainda não tenho certeza se vale alguma coisa ou só se finge muito bem. - Ainda tenho uns quarenta minutos antes de voltar para o set, então vou relaxar um pouco aqui.
Eles se sentam e pelos próximos minutos, conversamos um pouco e eu até chego a rir com a implicância entre irmãos.
Acho que a minha reflexão na noite anterior destrancou alguma coisa dentro de mim sobre eu me fechar tanto, julgar e até mesmo criticar tanto as vezes. Eu poderia e deveria tentar mais.
E era isso que eu ia fazer.
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UMA CONSELHEIRA (NADA) AMOROSA
RomanceEla não acredita no amor, mas trabalha com ele. Ele acredita no amor, mas é um mulherengo de marca maior. Elisa não acredita no amor. Ela era sócia com a sua irmã na empresa PARA SEMPRE, uma empresa de relacionamentos que garantia o seu par ideal. ...