Ela não acredita no amor, mas trabalha com ele.
Ele acredita no amor, mas é um mulherengo de marca maior.
Elisa não acredita no amor.
Ela era sócia com a sua irmã na empresa PARA SEMPRE, uma empresa de relacionamentos que garantia o seu par ideal.
...
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ELISABETH
Quando João entrou pela porta do trailer dele, eu fiquei olhando para ele enquanto o mesmo olhava para mim sem saber o que fazer direito.
- Bem, já que vocês dois vão ficar assim, eu vou sair de fininho aqui e deixar os pombinhos se resolverem. - Anna disse enquanto levantava e ia em direção a porta, fechando ela atrás de si.
- Vem cá. - Eu o chamo baixinho e ele vem na minha direção, sentando no sofá, no mesmo pontos sua irmã tinha sentado. Um pouco afastado de mim e isso eu sabia que tinha causado. Eu mesma sem querer tinha afastado ele.
- Eu quero começar te pedindo desculpas. - Começo. - Eu acho que fiquei tão amedrontada pelas expectativas do que o hoje poderia trazer, pelas consequências, pelos riscos e tudo o mais que acabei congelando, sabe? Acabei congelada pelo medo.
Ele franze a testa.
- Medo de que? De se envolver comigo?
- Também, mas principalmente o medo pelos sentimentos que você evoca em mim, João. Hoje quando eu vi você ali, com aquela mulher, eu fiquei assustada pelo ciúmes, pela raiva e o sentimento de posse. Eu nunca me senti assim, nunca vivi isso e ter isso sobre você, sendo tudo tão recente, tão repentino... - Eu paro ao terminar de processar e finalmente conseguir admitir isso para ele. - me assusta.
Darcy olha para mim de uma maneira que eu nunca tinha visto ele olhar antes. Uma ternura, um carinho tão grande que eu fiquei instantaneamente mexida.
- Eu tenho os mesmos sentimentos em relação a você. Logo eu, que nunca pensei que fosse me envolver assim, me vi preso pensando em você, incomodado por pensar em outro homem com você e isso me mostrou que você é diferente de qualquer outra mulher que eu tenha estado antes.
- E você não tem medo disso?
Ele sorri de lado com aqueles lábios que me deixavam doida e se aproxima de mim, puxando minha mão para o seu colo e unindo nossos dedos com carinho.
- Eu nunca fui um homem de ter medo das coisas, principalmente das coisas que me interessam. E você, Elisabeth, é o que mais me interessa no momento.
- Sendo carrancuda e tudo? - Consigo brincar, sentindo a pressão no meu peito diminuir ao sentir alívio por ele estar que nem eu.
- Principalmente sendo carrancuda. - Ele se aproxima mais, nossos joelhos agora se tocando e ele estende a mão livre para o meu rosto. - Acontece que eu acho que isso dá um charme a mais. - E puxa o meu rosto para um beijo de tirar o fôlego.
Coloco minha mão no seu ombro, tentando puxá-lo mais para perto e ele me puxa para o seu colo, largando minha mão e passando seu braço forte na minha cintura e me puxando para ficar sobre ele. Eu queria protestar, mas ele apertou a meu corpo de encontro ao dele com mais força e eu pude sentir a sua ereção, fazendo com que meu corpo instintivamente ondulasse junto com o dele. Eu podia sentir que estava molhada só pelo beijo, mas agora assim, meu centro esfregando na ereção dele, mesmo por cima das roupas, me deixava em chamas.
E ele também.
Eu estava prestes a esquecer coisas importantíssimas como o fato de que estávamos no trabalho ou que eu realmente não deveria estar fazendo isso ali, mas eu não queria saber disso. Eu não queria saber de nada. Eu só queria ele e queria agora.
Estávamos prestes a tirar a roupa um do outro quando a porta de repente abre e um grito feminino e um masculino nos assustam.
- Eu tentei impedir! - Anna grita.
- Que droga é essa? - Uma voz masculina diz e nos separamos para ver César ali, olhando espantado para nós dois.
Apenas sento de volta no meu lado, ajeitando as minhas roupas e tendo a completa noção que eu estava ferrada.
Como é que eu explicava isso? Como é que eu explicava que estava me engraçando com o cara que eu tanto julguei? Com o cara que eu nem queria trabalhar pra começo de conversa?
- E aí? Alguém pode me explicar o que está acontecendo? Estou esperando alguém me explicar que cena é essa que eu vi. - Ele para e dobra os braços na frente do corpo.
- César, eu... - Eu começo, mas fico sem saber o que dizer e me envergonho por isso. Não poderia aparecer aqui e agora um buraco para eu enfiar a minha cabeça?
Darcy parece saber o que dizer, porque ele volta a pegar a minha mão e olha para o César sem medo.
- Eu e a Elisa estamos namorando.
Eu acho que se pudesse, os olhos do César se esbugalhariam ainda mais, quase saindo da cabeça. Ele olha de um para o outro e depois olha de novo antes de olhar para baixo e começar a rir.
- Eu acho o máximo isso. - Anna diz sorrindo para nós dois e eu me animo um pouco com isso. Porque ver o César rindo, só me fazia imaginar o quanto eu ouviria da minha irmã.
Ele para de rir e olha para mim, enquanto fingia - ou não - enxugar as lágrimas dos olhos de tanto rir.
- Sua irmã vai te matar.
- Eu sei. - Murmuro.
- Por que? - João pergunta.
César olha como se fosse óbvio.
- Não basta a quebra de contrato sobre você não se envolver com ninguém paspalho, ainda tem o fato de que a irmã dela ficou um tempão procurando o cara perfeito e a Elisa no final das contas acabou com... você! Quem diria, não é mesmo, cunhadinha?
- Cara perfeito? Que história é essa? - João Darcy fica só nisso ao invés de dar atenção nas besteiras do César e eu me viro para ele, suspirando antes de explicar.
- Não é bem cara perfeito, era o Toni, aquele encontro que eu tive.
- Toni? - Ele pergunta franzindo ainda mais a testa.
- Antônio. - Respondo ja temendo qualquer resposta.
- E ele era perfeito para você?
Sorrio para ele, pegando sua mão e apertando forte.
- Se tem algo que eu aprendi, é que não existe essa história de par perfeito. Existe o par ideal, aquele que mesmo com os defeitos, encaixa perfeitamente na nossa vida. Eu gosto como as qualidades e os defeitos se encaixam e não se sobrepõem.
Ele me olha daquele jeito que me faz ter vontade de ficar os sozinhos novamente, mas eu ouço meu cunhado coçando a garganta.
- Antes que vocês fiquem completamente melosos, eu queria saber quando é que a sua irmã vai saber disso?
