COROA DE FOGO

Combustão

Cal nasceu para isso, nasceu para lutar, não posso deixar de admitir que meu irmão é um guerreiro.

Cada golpe que recebe da Ninfoide é rapidamente rebatido, está sendo treinado contra uma das casas que mais fortes contra os Calore, água contra o fogo. Ambos estão exaustos, mas Cal sabe muito bem que como futuro rei precisa se sobressair, ele sabe que em breve terá Norta em suas mãos, e deve vencer Lakeland, já que ambos estão em guerra a mais de 100 anos. Parte de mim o inveja por ser tão bom, ele melhora a cada dia, enquanto eu caminho a passos lentos e curtos.
Já faz um mês que estamos em treinamento intenso com os ninfoides, mas ainda estou tendo dificuldades, prefiro ficar sentado de escanteio estudando os passos de Cal e estratégias de Cal, cada movimento dele é incrívelmente rápido e ele de certa forma me ajuda nas horas vagas.

O tempo acabou e Cal está vindo em minha direção, apesar de sua idade ele já tem uma massa muscular consideravelmente grande, está sem camisa e parece uma vela derretendo, os olhos âmbar estão em fogo puro e suas mãos estão de cor carvão, parece que acabou de sair do inferno.

Olho para cima e o encaro.

- Sua vez.- Ele diz.
- Já disse que não estou afim de treinar hoje Cal. - Me irrita as vezes ele sempre está preparado, sempre querer me ajudar. Isso me irrita, ver Cal ser minha bengala, não sou uma criança e ele sabe disso.

- Só acho que você não deveria ficar aí sentado Mavey. Ande, vamos.

Ele me puxa pelo braço e vamos em direção ao centro da arena de treino, tiro meu casaco e fico apenas com uma camisa de mangas longas, não sei porque faço isso, em breve ela virará cinzas de qualquer maneira.
Um gancho de direito, desvio e ele da uma risada. Ele adora de me provocar, e eu adoro isso também. Sinto o meu bracelete se ascender, uma energia que sai de algum lugar dentro de mim e logo se concentra nas pontas das minhas mãos.
Começamos a dar voltou um em torno um do outro, ambos nós olhamos fixamente com as mãos em posição de combate, então avanço.
Com socos consecutivos mirados na cabeça e no abdômen de Cal, o empurro em direção a linha de bordo da arena, porém, mais uma vez entrei em uma de suas armadilhas, e só agora percebo, ele abaixa e lança a cabeça sobre a minha barriga e me agarra a dor terrível me fraquejar e cair, Cal está por cima de mim, ele acabou de me derrubar.
Minha cabeça começa a latejar com a pancada no chão, pelo menos acho que foi por isso, deixo meus braços em forma de escudo contra meu rosto enquanto meu irmão tenta encontrar alguma brecha que o faça atingir meu rosto e me sinto fraco, ela está me observando, sinto sua energia, sinto as câmeras me observando, não só elas, mas quem está por trás delas.
Minha mãe.
Posso sentir uma onda de ódio e desprezo que não sei se vem de mim, não sei se eu me sinto tão humilhado assim. Fraco. Inútil. Logo esses pensamentos me circundam.
Talvez sim, talvez seja algo em mim. Parte de mim, sabe que sou tudo isso. Então tudo fica branco e meus ouvidos estão zunindo, não sinto mais Cal encima de mim, não sinto mais nada, Não vejo mais nada além de um silêncio ensurdecedor. Então percebo.

Eu explodi.

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