Odeio Whitefire. Odeio ficar próximo da corte. Próximo dessas pessoas que um dia terão que se ajoelhar diante do Rei que está a minha frente, quase solto um sorriso da situação, um Rei ajoelhado a minha frente, não vou mentir que queria muito que isso fosse verdade. Mas Cal não aparece se importar, apesar do seu sangue que está condenado a coroa, a única coisa que Cal quer agora é pegar o que está destruído, quebrado e reconstruir algo novo. A ideia me parece interessante, mas não sei se é possível para tudo, talvez seja, acho que minha mãe está trabalhando bem nisso em mim.
Cal parece escutar minhas passadas leves, sempre atento a tudo. Ele se vira e me olha, estava montando uma moto, pelo menos é o que parece, está em sua fase inicial.- Mavey.
A suavidade da voz me faz sobressaltar. E ele está com um sorriso no canto da boca e a cor âmbar dos seus olhos parecem mais flamejante. É como se uma faca atravessasse meu peito de surpresa, odeio que me chame assim, odeio que Cal seja assim.
- O que está fazendo? - pergunto sem demonstrar muito interessante.
- Consegui mais algumas peças para o meu mais novo projeto. Acho que logo logo vou conseguir monta essa belezinha.
Cal bate duas vezes no que parece ser um guidom e da um sorriso sútil.
- Entendi. - respondo, claramente entediado. E dou passadas apressadas em direção ao palácio.
- Eii. Aonde estava? Procurei você por toda parte hoje, queria uma ajuda. - Ele dá uma olhada nas peças espalhadas pelo chão e então me olha denovo rapidamente.
- Você sabe que não sou bom em montar essa tipo de... Coisa.
- Poderia ser, se me ajudasse.
- Não, não poderia. - digo baixinho. Não, eu não poderia, porque Cal sempre vai ser melhor nesse tipo de coisa do que eu, sempre vai ser melhor, sempre. O pouco que sei, é graças a minha mãe.
Cal me olha de lado e pergunta.- Então... Ainda não me respondeu aonde estava.
- Estava no celeiro.- Respondo rapidamente, ainda entediado. Cal dá uma risada suave e revira os olhos com um olhar felino. - Vamos garoto, acho que você pode mentir melhor do que isso. Rosno para ele. Queria explodir de raiva.
Cal sabe me jogar contra a parede, preciso me defender melhor dele, preciso ser melhor que ele.- Não importa agora.- digo, prestes a conjurar toda a minha força. Mas tão rápido quanto veio, meu poder se esvair, algo frio toma conta do meu corpo.E percebo algo úmido em minha camisa, Cal acabou de jogar um copo de água em mim.
- Achei que você está um pouco esquentadinho hoje.
Odiota.Odiota. Ele pode até ser inteligente para algumas coisas, mas ainda acho que ele é um pouco imaturo, ou deve se fazer. Ele deveria pensar duas vezes antes de achar que as minhas fraquezas são as mesmas que as dele. Sem pensar duas vezes ergo o balde de água suja que estava próximo a ele e ameaço jogar nele, mas quando volto minha atenção para onde Cal estava, ele já havia desaparecido.
- Covarde.- murmuro pra mim mesmo, e vou contra tudo o que Thomas me disse para fazer, infelizmente, essa raiva é mais forte do que eu.
Os dias passa tão devagar aqui, devagar demais.
Queria poder está com Thomas novamente, é o único lugar que me sinto bem, amado, completo, não vazio, não sozinho. Mas com algum amigo de verdade. Meu irmão não cumpre esse papel, sempre está ocupado estudando mapas, estratégias de batalhas, apesar de moramos no mesmo lugar parecemos um pouco distantes, ao mesmo tempo próximos. É confuso.༺═────── ∴♕∴ ──────═༻
Os dias passa tão devagar aqui, devagar demais.
Queria poder está com Thomas novamente, é o único lugar que me sinto bem, amado, completo, não vazio, não sozinho. Mas com algum amigo de verdade. Meu irmão não cumpre esse papel, sempre está ocupado estudando mapas, estratégias de batalhas, apesar de moramos no mesmo lugar parecemos um pouco distantes, ao mesmo tempo próximos. É confuso. A cama macia e nova, não diminuí em quase nada as dores que sinto. Até porque nem físicas são, mas minha mãe disse que eu iria me adaptar, rápido. Vou confiar nela.- Eu não consigo lembrar. Não consigo lembrar Thomas, me perdoe, me perdoe.- repito para mim mesmo tão baixo quanto sussurro.
O caderno que ele me deu está largado ao meu lado na cama, mas não consigo escrever nada para Thomas, isso é tão desmotivante.
Não parece servir de nada tentar lembrar de sonhos, o que isso vai mudar para mim? Porque está me encomendando agora depois de tanto tempo? Faz algum tempo que não sonho com absolutamente nada, minha mãe disse que esse tipo de coisa não convém. Thomas quer saber se já sonhei com ele, mas não posso dizer isso a ele, não vou mentir para ele. Por mais que parece algo simples, isso me encomenda cada dia mais, não é algo que consigo controlar, não é algo que eu queria controlar.
Então, um lampejo de brilho passa por uma das cortinas fechadas do quarto e logo em seguida um estrondo ultrapassa as paredes que logo somem em meio ao pó e fumaça, meu ouvidos estão com um zunido extremamente irritante e não consigo ver nada a um palmo da minha frente. Não sei ao certo o que aconteceu, apenas escuto alguns gritos e pessoas chorando, e não sei se vem de fora do palácio ou dos corredores. Vou em direção a porta, que por mais intensa que tenha sigo o desmoronamento, explosão ou o que quer que tenha acontecido meu quarto continua intacto. Abro a porta que range. Não vejo ninguém, está tudo tão vazio quanto as partes mais profundas do subterrâneo do palácio.- Vossa alteza. Príncipe Calore!!!.- Grita uma voz que parece vir do fim do corredor em algum lugar distante.- Rápido, venha, temos que esconde-ló juntos dos outros.
Cinco guardas aparecem em meio a penumbra, armados da cabeça a ponta dos pés. Olho assustando na direção deles.
- O que está acontecendo? - pergunto, olhando para cada um deles, esperando ser respondido com a maior pressa possível.
- Estamos sendo atacados senhor, novamente, é uma ataque terrorista.
- Lakeland está atacando novamente?
- Não senhor, não sabemos ao certo o que e quem são, apenas vimos um padrão estão. Eles usam bandanas vermelhos, parecem serem todos vermelhos.
- Quantos são? O que querem?
Em meu ouvido direito escuto o som de recarregamento de armas e meus guardas olham na mesma direção que escutei o barulho. Três homens e uma mulher aparecem.
- Somos a Guarda Escarlate. Somos vermelhos e vínhamos pela paz, pela reconstrução e pela igualdade. E nós vamos nos erguer- Eles miram não em mim, mas nos meus guardas. - Vermelhos, como a aurora.
Algo me puxa de volta para o quarto, a porta se fecha e um tecido vermelho é posto em meu rosto, em milésimos de segundos não consigo mais ver nada, apenas ouvir o som do massacre que acontece do lado de fora.
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COROA DE FOGO
FanfictionAos 14 anos, Maven Calore tenta entender o que está o dividindo, após conhecer um garoto no Front de guerra chamado Thomas. Ele tenta se manter firme diante das adversidades, mas algo está errado, alguma coisa está mudando, e ele não sabe se será ca...