(Re)Encontro - NejiHina +18

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Notas Inicias:

O capítulo foi betado pela @ srtagranger66 e a fic foi criada para o NejiHina_Pjct  (usuários da plataforma de fanfic vizinha).



Já fazia anos que eu não a via. Anos esses que passaram de modo tão lento, que eu pude sentir cada célula do meu corpo reagir negativamente a ausência dela.

Hinata sempre foi uma garota independente, corajosa e segura de si. Por mais que eu fosse um pouco mais velho, sempre me inspirei na forma em que ela vivia a própria vida; inspiração essa que passou a se tornar admiração num piscar de olhos. Em consequência disso — do surgimento dessa nova emoção carregada de admiração —, meus sentimentos sofreram mais uma mutação: tornou-se uma paixão ardente e arrebatadora que consumia todo o meu ser dia após dia.

Era um martírio conviver com esse sentimento dentro do peito, ainda mais porque éramos primos de primeiro grau que dividiam a mesma casa. O que meu pai diria sobre isso? O que o tio Hiashi acharia desse meu sentimento pecaminoso? A hipótese de ser descoberto — mesmo eu sendo um homem extremamente discreto — aterrorizava a minha mente vez ou outra.

Morávamos em uma fazenda e vivíamos da criação e venda de gados premiados. Era um negócio lucrativo que enchia meus olhos de ambição e interesse; contudo, para Hinata, não passava de um grande "empata foda", como costumava dizer.

Sonhava em cursar uma faculdade voltada para a área de finanças — coisa que não enchia muito os olhos de Hiashi —, e mesmo após muitas discussões com o pai, bateu o pé e conseguiu o que queria: foi aprovada em uma das universidades mais renomadas do país.

Ao mesmo tempo que fiquei feliz por ela ter conseguido o que tanto almejava, também me senti na merda. Ela iria embora e a possibilidade de voltar era ínfima; eu sabia muito bem que Hinata desejava essa liberdade na cidade grande, e que se tivesse chance de não voltar mais para a vida pacata do interior, não voltaria.

Nunca vou me esquecer da forma com que ela falou comigo após receber a sua tão sonhada carta de aprovação:

Neji-nii-san, você precisa comemorar comigo hoje à noite! — Os olhos tão claros quanto pérolas me encararam em expectativa. — Não aceito "não" como resposta! — exclamou, deixando transparecer um sorriso tão envolvente, que eu mal notei o instante em que caí na sua armadilha.

A paixão havia me cegado de tal forma que até mesmo aquela frase carregada de malícia não consegui notar no momento em que foi proferida — só percebi quando já era tarde demais. Até hoje não tenho certeza se ela descobriu sobre os meus sentimentos ou se carregava dentro de si algum desejo carnal em relação a mim; contudo, naquela noite, nos encontramos na pequena casa da árvore que nossos pais construíram para nós quando ainda éramos crianças e lá fizemos coisas nas quais penso diariamente: inocente aos meus olhos, Hinata me pediu para roubar um barril de vinho que o tio Hiashi mantinha em sua vinícola particular e, aproveitando que eu estava hipnotizado por sua beleza, me envolveu em sua teia de sedução. Nos entregamos um ao outro por horas a fio, das mais diversas maneiras imagináveis; porém, toda vez que me colocava dentro dela, sentia o peso da culpa crescer em meu peito.

Cegado pela luxúria, não consegui me afastar e, mesmo após eu me sentir péssimo pelo o que fiz, nas noites que se sucederam cedi ao desejo carnal de possuí-la por mais algumas vezes. Nossos encontros acabaram quando Hinata enfim partiu para a cidade grande, deixando para trás uma carta:

Neji-nii-san, espero que nos encontremos novamente em breve.

Da sua — e somente sua —, Hinata.

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