Capítulo 9 - Desvendando o mistério

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Dumbledore convencera Harry a não tornar a procurar o Espelho de Ojesed, e durante o resto das férias de Natal a capa da invisibilidade permaneceu guardada no fundo do baú. Harry contou a Rony que estava tendo pesadelos depois do que viu no espelho. Sonhava repetidamente com os pais desaparecendo em um relâmpago de luz verde, enquanto uma voz esganiçada gargalhava.

— Está vendo? Dumbledore tinha razão, aquele espelho podia deixar você maluco – disse Rony pra Harry assim que ele lhe contou, convencido de que o objeto só podia ser perigoso.

Hermione, que voltou um dia antes do período letivo começar, viu as coisas de outro modo. Estava dilacerada primeiro por pensar em Harry fora da cama, perambulando pela escola três noites seguidas - ela inclusive disse exatamente o que Rony tinha dito "E se Filch tivesse te apanhado!", e depois por ele não ter ao menos descoberto quem era Nicolau Flamel.

Quando o novo período letivo começou, eles voltaram a folhear os livros durante os dez minutos de intervalo entre as aulas. Harry tinha ainda menos tempo do que os outros dois, porque o treino de quadribol recomeçara.

Enquanto Harry foi ao treino em um dia muito chuvoso, Rony e Hermione ficaram na sala comunal jogando xadrez bruxo. Hermione sabia as regras do xadrez trouxa e pelo o que Rony estava lhe contando, as peças se moviam do mesmo jeito, a diferença é que faziam isso sozinhas, apenas com o comando de voz do jogador.

Apesar de ser um jogo de estratégia, Hermione não era muito boa e tinha que admitir que Rony o era, muito bom por sinal. Às vezes ela tinha a impressão de que ele não jogava tudo o que sabia, só para lhe dar chances de tentar mais jogadas, mas não disse coisa alguma.

Por outro lado, Rony gostava de jogar com ela, comparado com os outros com quem jogava. Ela até lhe dava um pouco mais de trabalho, mas não era páreo para ele. Harry e ele concordavam, inclusive, que perder ao menos no xadrez era uma experiência boa para Hermione, que estava acostumada a acertar e saber tudo sobre muitas coisas.

Rony estava prestes a criar a jogada final em sua cabeça e terminar aquela partida em duas jogadas, quando Harry chegou do treino todo lameado.

— Não fale comigo agora – pediu Rony, quando Harry se sentou ao seu lado. – Preciso me concentrar. – e quando começou a tentar fazer isso, viu a cara de Harry de relance – Que aconteceu com você? Está com uma cara horrível.

Falando baixinho para ninguém mais ouvir, Harry contou aos dois o que Snape seria o juiz do próximo jogo de quadribol.

— Não jogue – disse Hermione na mesma hora.

— Diga que está doente – aconselhou Rony.

— Finja que quebrou a perna – sugeriu Hermione.

— Quebre a perna de verdade – insistiu Rony.

— Não posso – respondeu Harry. – Não temos apanhador reserva. Se eu fujo, Grifinória não vai poder jogar.

Naquele momento, Neville entrou aos tombos na sala comunal. Como conseguira passar pelo buraco do retrato ninguém sabia, porque tinha as pernas grudadas pelo que eles imediatamente reconheceram ser o Feitiço da Perna Presa. Devia ter precisado andar aos pulos como um coelho até a torre de Grifinória.

Todo o mundo caiu na gargalhada - menos Hermione, que ficou em pé de um salto e fez o contrafeitiço. As pernas de Neville se separaram e ele se endireitou, tremendo.

— Que aconteceu? – perguntou Hermione, levando-o para se sentar com Harry e Rony.

— Malfoy – disse Neville com a voz trêmula. – Encontrei-o na saída da biblioteca. Ele disse que estava procurando alguém em quem praticar o feitiço.

A Pedra Filosofal - Por Rony W. e Hermione G.Onde histórias criam vida. Descubra agora