Capítulo 12 - A Prova

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Na manhã seguinte Harry contou a Rony e Hermione que a capa estava sob seus lençóis com um bilhete que dizia "Por via das dúvidas". Os amigos ficaram criando teorias de quem poderia ter sido, mas não conseguiram pensar muito nisso: os exames se aproximavam, e o fato de sentirem que um perigo iminente rondava o castelo não ajudava em nada.

Os dias foram se passando lentamente e não havia dúvidas de que Fofo continuava vivo e bem seguro atrás da porta trancada. Fazia um calor insustentável, principalmente na sala das provas escritas. Os alunos tinham recebido penas novas e especiais para fazê-las, previamente encantadas com um feitiço anticola.

Houve exames práticos também. O Prof. Flitwick os chamou à sala de aula, um a um, para verificar se conseguiam fazer um abacaxi sapatear na mesa. A Profa. Minerva observou-os transformarem um camundongo em uma caixa de rapé e conferiu pontos pela beleza da caixa, e os descontou quando a caixa tinha bigodes. Snape deixou-os nervosos, bafejando em seu pescoço enquanto tentavam se lembrar como fazer a poção do esquecimento.

Rony percebera que os pesadelos de Harry tinham piorado, e muitas vezes ele nem dormia. Ele, no entanto, não dissera nada ao amigo, apenas à Hermione, que o aconselhou a realmente não fazer comentário algum, pois achava que Harry já estava sob muita pressão, e se ainda ficassem voltando no assunto da pedra filosofal e de Você-Sabe-Quem poderiam prejudicar o amigo ainda mais.

O último exame foi de História da Magia. Uma hora respondendo a perguntas sobre velhos bruxos gagás que inventaram caldeirões automexíveis e estariam livres, livres por uma semana maravilhosa até saírem os resultados dos exames. Quando o fantasma do Prof. Binns mandou-os descansar as penas e enrolar os pergaminhos, todos deram vivas.

— Foi muito mais fácil do que pensei – comentou Hermione, quando eles se reuniram aos numerosos alunos que saíam para os jardins ensolarados. Ela mal acreditava que havia estudado tantas coisas que, no fim, foram inúteis para os exames – Eu nem precisava ter aprendido o Código de Conduta do Lobisomem de 1637, nem a revolta de Elfric, o Ambicioso.

Hermione sempre gostava de repassar as provas depois de fazê-las, mas Rony havia dito que isso o fazia se sentir mal. Assim, caminharam até o lago sem dizer muita coisa e se sentaram à sombra de uma árvore. Os gêmeos Weasley e Lino Jordan faziam cócegas nos tentáculos de uma lula gigantesca, que tomava sol na água mais rasa.

— Acabaram-se as revisões – suspirou Rony, contente, esticando-se na grama. – Você podia fazer uma cara mais alegre, Harry, temos uma semana inteira até descobrir se nos demos mal, não precisa se preocupar agora.

Harry esfregava a testa.

— Eu gostaria de saber o que significa isso! – explodiu aborrecido. – Minha cicatriz não para de doer, já senti isso antes, mas nunca com tanta frequência.

— Procure Madame Pomfrey – sugeriu Hermione.

— Eu não estou doente – respondeu Harry. – Acho que é um aviso... Significa que o perigo está se aproximando...

Rony não conseguiu se preocupar naquele momento: estava quente demais.

— Harry, relaxe. Hermione tem razão, a Pedra está segura enquanto Dumbledore estiver por aqui. Em todo o caso, nunca encontramos nenhuma prova de que Snape tenha descoberto como passar por Fofo. Ele quase teve a perna arrancada uma vez, não vai tentar outra tão cedo. E Neville vai jogar quadribol na equipe da Inglaterra antes que Hagrid traia Dumbledore.

Harry concordou, mas logo disse estar sentindo como se estivesse se esquecendo de fazer alguma coisa, algo importante.

— Isso são os exames. -falou Hermione, com certeza e achando que compreendia o sentimento - Acordei a noite passada e já tinha lido metade dos meus apontamentos sobre Transfiguração quando me lembrei que já tínhamos feito a prova.

A Pedra Filosofal - Por Rony W. e Hermione G.Onde histórias criam vida. Descubra agora