Capítulo 11 - Detenção

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Quando os dois voltaram a passar pelo buraco do retrato mais tarde, acompanhados de Neville e com Hermione em prantos, Rony não soube nem o que pensar. Hermione nem olhou para ele, os olhos embarcados de lágrimas, e subiu soluçando para o dormitório das meninas. Neville, que parecia muito chateado, ignorou os dois e fez o mesmo, foi Harry que se sentou com Rony e lhe contou o que tinha acontecido.

Harry contou que conseguiram levar Norberto e entregar aos amigos de Carlinhos, mas que no caminho para fazer isso, viram a Prof. McGonagall pegar Draco tardando pelo castelo, tentando entregá-los. Os dois tinham ficado tão felizes por Draco se dar mau e por se livrarem de Norberto sem prejudicar Hagrid, que quando desceram da torre de Astronomia esqueceram da capa e foram pegos por Filch, que os levou para a professora Minerva, que àquela altura já tinha pego Neville tentando encontrá-los para avisar de Draco e acabou sofrendo as consequências também.

—Mas, que desculpa deram pra ela? - Rony quis saber, abismado.

—Nenhuma, não tinha como falar algo sem arriscar Hagrid. Ela mesma tirou uma conclusão, disse que mentimos para Malfoy sobre um dragão para que ele saísse da cama e fosse pego e que Neville tivesse caído nessa história também, o que fez Neville ficar chateado com a gente.

—E o que ela fez? - Rony estava com medo de perguntar, temendo pela resposta.

—Deu um sermão em nós três e tirou cinquenta pontos de cada um. - Harry falou, chateado.

—CINQUENTA DE CADA? - falou Rony sem emitir som, mas como se gritasse.

—É, e uma detenção. - completou, se levantando para ir ao dormitório.

—Mas que injustiça, a gente tenta ajudar os outros e só se ferra. - Rony reclamou, acompanhando Harry escada acima.

Na manhã seguinte a notícia se espalhou. Grifinória tinha perdido cento e cinquenta pontos por culpa do famoso Harry Potter e outros dois panacas do primeiro ano. Até os alunos da Corvinal e Lufa-Lufa se voltaram contra eles, porque todos desejavam havia muito tempo ver a Sonserina perder a taça das casas.

Rony, que tinha descido com Harry para o Salão Principal, observava as pessoas os apontando e xingando. Os alunos de Sonserina, por outro lado, batiam palmas quando Harry passava, assobiavam e davam vivas. "Obrigado, Potter, ficamos lhe devendo essa!" - diziam eles.

Rony achou melhor tentar animá-lo.

— Eles vão esquecer dentro de umas semanas. Fred e Jorge já perderam montes de pontos desde que chegaram aqui e as pessoas continuam a gostar deles.

— Eles nunca perderam cento e cinquenta pontos de uma tacada, ou perderam? – retrucou Harry, infeliz.

— Bom... não. – admitiu Rony, ficando cabisbaixo de novo.

Hermione e Neville estavam sofrendo também. Não estavam apanhando tanto quanto Harry porque não eram tão conhecidos, mas ninguém falava com eles, tampouco. Hermione parara de chamar atenção nas aulas, mantinha a cabeça baixa e trabalhava em silêncio. Ela não tinha conseguido dormir, não fora comer o café da manhã e ainda tinha que aguentar as insinuações das garotas do dormitório, que falavam aos cochichos e risinhos sobre ela estar nos corredores com Harry Potter. Ela nem comentou tal coisa com os amigos, mas não pôde deixar de mandar uma carta para a mãe, na tentativa de aliviar o que sentia. Nunca na vida tinha ganhado detenção, ou levado uma bronca na escola sequer, mas sabia que no fim das contas o que a tinha levado àquilo era uma causa maior - o que, mesmo assim, não amenizava a chateação e também não recuperava os cento e cinquenta pontos perdidos.

Hermione decidiu mergulhar nos estudos e esperar para provar seu valor nos exames, que se aproximavam. Ela, Harry e Rony ficavam sozinhos, trabalhavam até tarde da noite, tentando lembrar os ingredientes das complicadas poções, aprender os feitiços e encantamentos de cor, decorar as datas das descobertas mágicas e das revoltas dos duendes...

A Pedra Filosofal - Por Rony W. e Hermione G.Onde histórias criam vida. Descubra agora