Cap 18

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Os soldados formaram um circulo em volta de Ann e Lee. Estavam armados ate os dentes. Incrível o pouco tempo que tiveram para armar isso tudo mais os cavalos.

A adrenalina fluía a mil pelo corpo da menina enquanto ela segurava o garoto de olhos puxados em seus braços.

- Eu distraio eles e você foge... - ele sussurrou perto de seu ouvido.

- Nao posso te deixar aqui...

- Escutem com atenção! Nós temos ordens de trazer a bruxa viva!- um soldado maior de pele morena olhou para todos ao redor e fixou seus olhos frios nela novamente - Mas é só isso. Que ela esteja viva.

Imediatamente um outro soldado a acertou por trás em sua cintura com um bastão. Ela urrou de dor e e caiu com o joelho esquerdo batendo no chão de pedra, os braços envolvendo ainda mais o rapaz. Seus olhos observavam que ele sangrava cada vez mais.

Lee segurou o próximo bastão que a acertaria e o empurrou de volta, atingindo o guarda. Mais dois o pegaram e ele socou um no rosto. Xingamentos foram ditos enquanto eles tentavam afastar o garoto de Ann.

A agarraram pelos cabelos e a jogaram no chão. Ela viu cercarem Lee e o socarem no estômago.

- Não! deixem ele em paz! - uma dor a atingiu em cheio com o tapa que levou no rosto. O pavor a encheu ainda mais. Mais xingamentos destinados a ela e outro tapa na outra face.

Seu nariz começou a sangrar.

Lee se debatia para ir até ela, mas enfiaram ainda mais a flecha em sua coxa e ele sufocou o grito.

Foi quando trouxeram uma tocha. Seus olhos escarlate se arregalaram ainda mais quando o fogo se aproximou lentamente de seu rosto e dois homens a ergueram, um de cada lado.

- Não... Não... Por favor não! - sua pele esquentou com as chamas a poucos centímetros de seu rosto. O desespero tomou conta de cada célula de seu corpo e um grito choroso ressoou quando o fogo ia atingi-la.

De repente o fogo se afastou de uma vez. Ela ouviu vários cavalos relinxando e alguns gritos de raiva.

Os cavalos se agitaram de uma vez, todos derrubando seus cavaleiros e pisando raivosamente no chão. Um deles, um enorme alazão ergueu-se em duas patas e acertou o rapaz que segurava a tocha.

Os olhos escuros do animal encontraram os seus e ele abaixou a cabeça em obediência.

Ouviu-se latidos e cachorros de caça surgiram da rua ao lado, atacando mais pessoas.

Espadas foram empunhadas ao mesmo tempo que ouviu-se tiros. Os outros animais se assustaram e correram, atropelando ainda mais homens.

Mas aquele alazão ficara quieto, esperando algo. Esperando Ann.

Ela viu Lee jogado ao chão, se contorcendo de dor. Correu até ele e o arrastou até o cavalo. Um soldado ergueu-se sobre eles com uma lança em mãos. Houve um estrondo.

E o soldado caiu com um tiro na cabeca. Mais a frente, ela viu seu pai.

Lagrimas encheram seus olhos e os dele. Bastou apenas um olhar entre os dois para dizer mil coisas.

Perdão.

Dor.

Cuidar de Cierra.

Se salvar.

Agora.

Ela correu até o alazão e ajudou Lee a montar. Ann se ergueu sobre o cavalo e segurou suas rédeas.

Um ultimo olhar entre os dois.

Outro tiro.

- Fuja menina! Não olhe para trás! - e Seu Domingos empunhava outra arma. Ouviu-se mais reforços chegando, com mais armas brancas e de fogo.

Ela murmurou algo e virou o cavalo. Os três se afastaram o mais rápido possível. O alazão galopava rápido.

Lee se agarrava em sua cintura como podia e Ann chorava em silencio.

Seus lábios diziam "Eu te amo". Os de seu pai provavelmente diriam " Eu também ".

Mas ela não foi capaz de ver ele responder.

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