Cap 23 - O Rei de um reino, e o Rei do coração dela

48 6 2
                                    

West Haregora estava de joelhos no chão de marmore mais lindo que ele já pisou. Ele só percebeu isso depois que ergueu os olhos e se deparou com o homem á sua frente.
Qualquer coisa era melhor que olhar para o Rei.
Ele fora capturado momentos depois de Ann ter conseguido se salvar. Ele e Domingos foram pegos primeiro e depois criaram uma pequena confusão (e que lhe rendeu um olho roxo e alguns socos no estômago) para que Jade escapasse.
Agora cinco soldados o seguravam e praticamente o dobro em cima de Domingos.
-Libertem-no. - a voz grave ressoou na sala e em poucos segundos ele tinha os braços livres das algemas. Ele ainda olhava para o chão.
Ele ouviu passos e em seguida um dos guardas puxou seu cabelo, erguendo seu rosto para cima. Para onde ele estava.
O cabelo loiro tinha uma coroa tão ridiculamente grande que West o chamaria de bobo da corte se pudesse. Anéis e mantos caros adornavam a figura imponente de Loren Wildgard III - O Rei
Era interessante o chamarem com eesse nome de guerra. O Rei.
Todos os outros eram reis antes deles. Ellios, Franklin, Walter Wildgard. Todos reis. Todos grandes reis.
Dizem que era porque Loren era o mais digno, de linhagem mais pura. O rei mais desejado e por isso o nome.
"Era falta de nomes que o descrevesse, meu bem. Então o julgaram por ter o nariz mais em pé: o que é Rei por dentro e por fora."
Ele sorriu com a voz de Seraphine que surgiu em seu pensamento.
- Eu não riria na sua situação, Sr. Haregora. - os olhos gélidos azuis o fuzilavam. - Estas de frente para quem vai decidir se morres ou vives agora.
- Estou só surpreso que saiba meu nome, Vossa Alteza.
- Eu me lembraria do nome do homem que ajudou uma bruxa a escapar hoje... E que era amante de outra há anos atrás.
Ele pode sentir o nojo dos soldados ao seu redor. Mas não de Loren. Dele ele via outra coisa.
Ele riu novamente.
- Eu prefiro o termo "casado". Casado com Seraphine Haregora.
Dessa vez o rei riu de cinismo.
- Parece-me mais do que simplesmente louco... Não tem medo ou nojo por dizer tais coisas-
- Olhou para ela?
- O que?
- Teve a chance de olhar para ela? Para a nossa filha? Ela e a cópia da mãe.
- Acho que o senhor não está entendo a situação...
- Eu amei minha mulher com a minha vida e Ann existe por causa disso. Nunca teria nojo do que fiz. - o humilde domador de cavalos engoliu seco e encarou firmemente o Rei. - E você? Não tem nojo de si mesmo por não ter amado?
- Cale-se...
- Não tem nojo de ter feito o que fez com ela?!
-Eu disse cale-se!
-...Por ter jogado fora a chance de SER AMADO como EU SOU?!
- BASTA! -os punhos de Loren se fecharam com força e seu rosto ficou vermelho de ódio. Mas West sentia ainda mais ódio. - Levem-no para a masmorra!
E ele riu. Riu na cara do Rei e lágrimas jorravam de seus olhos. Mágoa que deveria ter sido despejada anos atrás. Os guardas o ergueram mas ele se forçou a não sair do lugar.
- Nós dois a amávamos... Como você está vivo depois do que fez?
- Você não sabe nada sobre mim, domador...
- Sim, eu sei. - ele ficou ereto e deixou que os guardas o arrastassem. - Seraphine é que não sabia. Ela achava que você seria um grande rei... No final, eu era o único que a amava de verdade. e você não passa de um covarde com uma coroa enorme.
E ele se foi junto a Domingos. Os dois ficaram na mesma cela.
E se ele tivesse prestado bastante atenção, teria ouvido que depois que as portas da sala do trono foram fechadas, O Rei começou a gritar e a jogar coisas na porta.
E que quando estivesse descendo as escadas, os olhos gélidos e frios de Loren estariam jorrando lágrimas.

Red EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora