Cap 19- O caos para os que ficaram

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Cierra havia destruído três cadeiras, a janela do quarto em que estava e seu rosto estava extremamente inchado de tanto chorar.

Johan a arrastara para algum lugar dentro do castelo enquanto os soldados caçavam sua irmã como se fosse uma besta.

Ela gritava em desespero por Ann. Não sabia o que tinham feito a ela, nem se tinha conseguido escapar dos soldados.

A porta se abriu e ela se lançou sobre a figura que a segurou na porta.

- Me deixa sair!

- Para que?! Ser morta igual á bruxa?! - os braços de Johan a empurraram para dentro e ele trancou a porta.

- Ela não é uma bruxa!

- Ela é sim! - e sua mão voou até o rosto do príncipe. um vermelho pulsante se formou na bochecha direita do rapaz e seus olhos verdes cintilaram de raiva. Ele respirou fundo. - E você também é uma! A diferença e que por MINHA CAUSA você vai ter mais chances de não acabar que nem sua mãe.

- Como você sabe da minha mãe? - ele suspirou fundo de novo.

- Não sei. - ele tocou o vermelho em seu rosto e olhou para a janela - Lee que a conhece... Mas isso não vem ao caso agora. Você tem que ficar aqui até a confusão passar.

- E quanto a Ann?

- Lee está com ela. Não tem mais nada que eu possa fazer sem que meu pai saiba e pegue você também.

Os olhos do rei passaram por sua mente. Nunca o tinha visto pessoalmente de perto, mas em seus retratos espalhados pela cidade e nas poucas festas que foi, um gelo horrivelmente cruel circundava em seus olhos esmeralda. Ela imaginava as vezes como seriam eles se olhassem para uma criatura como Ann... Como ela.

Ela ergueu seus olhos para Johan. As mesmas esmeraldas. Sua mandibula se fechou com força e antes que pudesse concluir o pensamento, o filho do homem que queria a sua cabeça e de sua irmã pareceu ler seus pensamentos:

- E é claro que se eu te trouxe aqui e até agora não a delatei, é porque não a quero morta.

- Como se eu fosse acreditar nisso...

Ele suspirou novamente e a encarou.

- Eu não tenho que dar satisfações a uma menina chata e irritante que nem você. - ele se moveu pelo quarto e foi retirando alguns bules e chicaras de uma bandeja de prata - ... Tudo que eu posso dizer, e que eu tenho uma dívida. E vou paga-la protegendo você.

Ele caminhou lentamente ate Cierra com a bandeja em mãos. Seus olhos tinham um brilho sarcastico.

- Mas nem por um segundo pense, que só por ter um rostinho lindo, eu possa me importar com você a ponto de arriscar minha cabeça - e abriu um sorriso cruel. Mas aparentemente, ele não obteve a reação que esperava da menina.

Ela revirou os olhos e o encarou de frente.

- O mesmo vale pra você, idiota.

Ele sorriu por um instante e depois voltou a uma expressão neutra.

- Ótimo. porque sua irmã e a única que faria... Ou melhor, fez, isso por você.

- O que?

E ele ergue a bandeja em frente a ela.

A garota dentro da bandeja tem seus cabelos negros e curtos, a pele branca e corada, os olhos meio inchados e agora arregalados.

E em suas íris, reinava um tom extremamente escuro de marrom.

Nenhum risco escarlate.

- Você tem três dias para retribuir o sacrifício que ela fez.

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