⏩Expectation⏪

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Mamãe, venha aqui
Aproxime-se, apareça
Papai, eu estou sozinho
Porque esta casa não parece com um lar.”

Jimin

Sentado no banco, ainda sem reação, forcei-me a levantar e caminhar para um ponto de ônibus mais próximo. Peguei meu celular, enviando em surtos internos uma mensagem para Tae.

Me:
<Meu deuskdfjjfkrfkmcfk>
[18:01]

TaeTae 🐻:
<Misericórdia>
[18:01]
<O que houve?>
[18:01]

Me:
<Jungkook conversou comigo!
Ele tocou meu cabelo!!!!>
[18:02]

TaeTae 🐻:
<Isso é ótimo.
E você é emocionado demais.>
[18:03]

Me:
<Sou mesmo.>
[18:04]

TaeTae 🐻:
<Preciso ir. Hobi resolveu beber e agora tá numa crise existencial olhando pro nada.>
[18:08]

Me:
<Hoseok sendo Hoseok.>
[18:08]

Sorri para a tela do celular, considerando que Jungkook nunca se deu conta de que temos os mesmos amigos. Não me surpreenderia se um dia ele perguntasse como eu conheço Hoseok. Jungkook sempre esteve tão perto, mas ao mesmo tempo tão distante.

[...]

Em casa, a sala estava em completo silêncio; provavelmente todos estavam na cozinha. Raramente a família se reunia. Considerando a separação dos meus pais, o clima nunca era bom em ocasiões assim.

Meu palpite estava certo. Na mesa de jantar estavam meus pais e minha irmã, esta que falava animadamente, mas parecia não haver ninguém interessado no assunto.

— Oi. — É a única coisa que digo ao me aproximar, sentindo os olhares sobre mim.

— Vem comer conosco, maninho! — minha irmã me arrasta para a mesa, fazendo-me sentar ao seu lado.

Rosé parecia animada demais ao meu ver. Provavelmente tinha conseguido a tão sonhada carreira musical. Vinha tentando isso há meses, e era preocupante o modo como ela se cobrava para ser o que todos queriam, a tal alcançada "perfeição".

— Não vai dizer nada ao seu pai, Jimin? — mamãe me pergunta de repente. A contragosto da situação, suspiro fortemente.

— É bom te ver, pai. — Talvez tivesse soado forçado, considerando que em suas visitas sempre acabamos nos desentendendo.

— Não precisa agir como se gostasse de mim. — Ele diz simplista, como se estivesse acostumado.

Não retruquei, sabendo que sua fala era mais que verdadeira. Não consigo agir como se tudo estivesse perfeitamente bem entre nós, diferente de minha mãe, que parecia sempre tão alegre quando estava em sua presença.

— O diretor me chamou para conversar amanhã. — Mamãe diz brevemente. — Aprontou alguma coisa de novo?

— Não seria novidade nenhuma. — Meu pai diz, olhando diretamente pra mim. — Você sempre nos causou problemas!

— Não diga isso, ele é seu filho.

— Isso não importa!

Por baixo da mesa, Rosé segura minha mão em um ato de conforto. Sorrio fracamente para ela, sibilando um "tudo bem". Não é como se eu não estivesse acostumado com tudo isso. Meu pai sempre foi indiferente em relação a mim; já chegou a dizer inúmeras vezes que eu era indesejado. Não importava nada que eu fizesse; era sempre tratado com desprezo.

— Estou sem fome. — Digo, me levantando da cadeira, notando o quão desconfortável o clima havia se tornado.

— Você não vai a lugar nenhum. — Meu pai se pronuncia. — Vai sentar e terminar sua refeição!

Before you goOnde histórias criam vida. Descubra agora