Capítulo VII

3.1K 135 10
                                    

CAPÍTULO SETE

 

Bella virou-se de bruços, sentindo o sol esquentar sua pele enquanto deitada numa espreguiçadeira na frente da casa de praia. Estava sozinha e, por uma vez, feliz por isso. Havia dormido pesadamente após ter tomado comprimidos para uma dor de cabeça que surgira depois daquele terrível jantar. Nem ouvira Edward ir para cama. Então, quando a luz do sol se infiltrara pelas cortinas ornadas do quarto, ele se inclinara ao lado da cama, sacudira-lhe o ombro suavemente para acordá-la, dizendo:

— Tenho de ir ao palacete, mas não vou demorar. Partiremos para a Sardenha assim que eu retornar.

A voz de Edward havia soado tensa, mas ela não o questionara. Então ele se fora. Agora, os pensamentos de Bella estavam perturbados, mas não queria pensar. Também se sentia enjoada. Talvez a tensão que sofrerá no jantar tivesse afetado sua digestão, assim como seus ânimos? Moveu-se irrequieta, desejando que não se sentisse dessa maneira, quando tinha tanta sorte por estar deitada numa praia do Mediterrâneo, vivendo no luxo, em vez de trabalhando em Londres como uma escrava e ganhando um salário miserável.

E uma sorte tão incrível por ter Edward...

Esperou pela sensação calorosa que a envolvia sempre que pensava nele. Mas não aconteceu. Em vez disso, viu em sua mente o perfil sombrio de Edward, sentado no avião que saíra da Itália, e o isolamento que mostrara durante o retorno do jantar horroroso na noite anterior.

Uma sensação de desconforto a envolveu.

O espirrar da água e o barulho de pedras a assustou. Ela ergueu-se sobre os cotovelos, os cabelos caindo sobre os ombros, a parte de cima do biquíni esticando-se contra os seios, e olhou para cima. Havia uma sombra contra o sol. Alta e máscula, andando na sua direção.

— Bem, bem, aqui está ela. A loira deleitável de Edward, em toda sua pele nua, sexy e bronzeada...

A voz era arrastada, o idioma inglês, e o sotaque de um nativo.

Bella olhou. Não podia fazer nada mais. A figura se aproximou e abaixou-se ao lado de sua espreguiçadeira. Ela piscou. Ele era jovem, bronzeado, com cabelos escuros e olhos azuis que a encaravam diretamente.

Olhos que a estavam despindo de seu biquíni.

Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, ele estendeu uma das mãos e pousou sobre seu traseiro arredondado.

— Oh, bom... muito bom realmente — ele murmurou. Os olhos azuis penetrantes retornaram ao rosto dela. — Uma vez que você se dá ao desfrute com Edward, suponho que não se importaria de fazer o mesmo comigo?

Ele arqueou uma sobrancelha interrogativa, a mão ainda descansando sobre o traseiro dela.

Bella o esbofeteou.

Foi uma atitude instintiva, e ultrajada. O homem cambaleou para trás exageradamente e se levantou.

Então enfiou as mãos nos bolsos do short e olhou-a, enquanto ela se levantava, afastava-se e agarrava a canga junto ao corpo.

— Posso lhe dar diamantes, também — disse o homem com o mesmo sotaque arrastado, os olhos nunca a deixando.

— Não sou tão rico quanto Edward, mas tenho condições de lhe dar diamantes. E você vale isso, anjo... oh, como vale.

Ele começou a se aproximar. Havia um propósito nos passos.

Bella entrou , pegou a maior pedra que achou no chão e segurou-a na mão.

— Não se aproxime! — gritou, a voz aguda de medo. — Fique longe de mim! — Ela jogou a pedra nele. Errou o alvo e abaixou-se para pegar mais uma.

Moorings of PassionOnde histórias criam vida. Descubra agora