Vai beber, Renato?

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— E ai, Renato, vamo beber hoje? — Rafael brotou na janela deles, os braços cruzados no batente, com o corpo quase todo inclinado para dentro da casa.

Do sofá, Hinata fez o sinal de X com as mãos, desesperado, para que Rafael parasse de falar. Mas já era tarde.

Kenma poderia não ser um completo conhecedor do idioma como Shouyou já havia se tornado, mas ele esteve vezes o suficiente no Brasil para saber o significado daquela frase. Ele olhou para o namorado.

— Vai beber, Renato?

Vish, teu boy tá aí é? — Rafael saiu da janela, correndo até a porta, se auto convidando para entrar — dale, Kenma! — trocou um hi-5 com Kozume antes de sentar no outro sofá.

— Eu não vou beber, quer dizer, eu parei — Hinata ainda tentava se justificar com o namorado.

— Semana passada você me mandou um áudio cantando Jorge e Mateus.

— Era pra você perceber o quanto meu português melhorou.

Kenma pegou o celular, sem desviar os olhos de Shouyou, dando play no áudio.

Kenmaaa! — a voz altamente alterada de Hinata ecoou na sala — Eu acho que tô morrendo, e a causa é a vontade que eu tô de sentar em você.

Kozume arqueou as sobrancelhas, ao que Shouyou se encolheu no sofá, constrangido. Rafael não perdeu tempo ao rir da desgraça alheia do amigo.

— Espera, tem mais — ele liberou os próximos áudios.

E a gente nem ficou/ Mesmo assim eu não tiro você da cabeça... Kenmaaaa, eu quero tanto você agora, se você tivesse aqui eu ia te dar tanto que minha alma ia sair do meu corpo e falar: Tá porra, menor, quero dar também.

Tcheca com tcheca, balança essa perereca/ O meu nome é Danny Bond e eu tenho uma precheca/ Se tu não acredita, vou mostrar para você/ Mas quando eu mostrar, você vai ter que lamber.

Fala baixinho que ninguém pode saber que a gente tá aqui/ Vamos com calma, devagar, que desse jeito ninguém vai dormir... Aí, amor, lembra daquela vez que a gente tava na casa da sua avó e a gente teve que ficar quieto porque a velha tinha uma audição do cão. Mas eu tava louco pra fuder contigo, mas tava com medo da veia acordar e falei: A gente não pode, vai fazer barulho e você respondeu: Só se você me fizer gritar. Ai eu te fodi com tanta força que a cam—

— Tá, eu bebi! Eu bebi! — Hinata escondeu o rosto nas mãos, as orelhas fervendo com sua vergonha.

— Descobrimos que tipo de bêbado você é Renato. Um bêbado com tesão.

— Nunca mais eu vou beber — disse o ruivo, ainda envergonhado.

— Uma pena, pai, porque eu comprei sua preferida hoje.

— Ice syn? — pergunta ao ruivo. Rafael anuiu, sorrindo.

— De açaí.

Shouyou olhou para o namorado com os olhinhos de cachorro pidão.

Kenma suspirou.

— Só uma — decretou ele por sim.

— Uma caixa?

— Uma garrafa, Shouyou, se controla!

Hinata Shouyou: Made in BrazilOnde histórias criam vida. Descubra agora