Capítulo 7

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Dois dias depois

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Dois dias depois...

Entrei na sala do médico, parando depois de alguns passos, sem saber muito bem o que fazer.
Sentado na cadeira alta e com o médico observando e cuidando do seu ferimento, estava o prisioneiro. Acho que Negan dissera que ele se chamava Daryl. Ele estava sem roupa da cintura para cima e me olhou de forma bruta, ameaçadora... Terrivelmente me fez lembrar de mim quando fui trazida para aquele lugar. Eu sabia o que ele estava sentindo. Deveria ser bastante parecido com o que eu senti.
- Wolf. A que devo a visita? - Perguntou o médico, tirando os olhos do ferimento por dois segundos, suficientes para me olhar e voltar ao trabalho.
- Hã... Fui atacada por um caminhante, lá fora. Tentei segurar ele mas fui contra uma janela quebrada. Acho que rasguei a parte de trás do meu ombro.
- Senta aí, já vejo você, estou acabando com o Daryl aqui.
Assenti e sentei em cima de uma mesa, mesmo. Balancei os pés, ignorando a dor que tinha no ombro e o sentimento de ter algo escorrendo e molhando a minha blusa. Deveria ser sangue... Nossa senhora, eu deveria ter um ferimento medonho.
Olhei Daryl, que continuava me olhando e sorri.
- Oi. Sou a Samantha, mas pode me chamar de Sam. - Falei.
Ele ficou calado, me lançando aquele olhar bruto, e eu dei de ombros.
- Tudo bem. Pode ficar calado, eu entendo. - Olhei o chão e de repente alguém entrou na sala.
Ergui o olhar e vi Dwight, que parou olhando de mim para Daryl e o médico.
Encarei, esperando pelo que ele diria, já imaginando a merda que iria sair por aquela boca.
- Sam? Está doente?
- Pfff. É preciso estar doente para visitar o médico? - Perguntei.
Ele sorriu. - Não.
- Ah. - Respondi. - Machuquei o ombro lá fora, numa patrulha.
- Negan sabe que está ferida?
Balancei a cabeça e mordi o lábio.
- Ainda não vi ele, cheguei agora. Mas o que Negan tem a ver com os meus ferimentos?
- Ora, ele quer sempre saber de tudo sobre você. É a especial, lembra? Mas ele bem que podia liberar as esposas, agora que tem você.
Franzi o cenho. - Ele não tem merda nenhuma! Eu não pertenço a ele e nem sei porque ele me trata de maneira especial. Mas se você pensa que vai ter a Sherry de volta, lamento desiludir, mas isso não vai acontecer.
Dwight deu um passo na minha direção e, mesmo com dor, me preparei para ter de enfrentá-lo. Mas o médico nos olhou.
- Dwight, aqui dentro não. - Falou. - Resolvam seus problemas lá fora.
Dwight ficou me olhando mas depois assentiu e olhou o médico.
- Já terminou com o cuzão aí?
O médico assentiu e Daryl vistiu sua roupa e o babaca do Dwight levou ele.
Suspirei.
- Ele tem razão.
Olhei o médico, que preparava tudo para tratar do meu ferimento. Ele mandou sentar na cadeira, onde estivera Daryl e eu sentei, tirando a blusa com muito esforço. Olhei ela e vi que estava manchada de sangue. Bufei. Droga!
- Razão de quê? - Perguntei.
- Negan vai querer saber. - Ele falou, enquanto limpava o sangue para ver melhor o ferimento.
Fechei os olhos, estava doendo, mas depois abri de novo.
- Mas eu não sou a preferida dele. Vim para cá exatamente como a maioria, na força. Não pedi nada disso.
- É... mas todos sabem que Negan te trata de forma especial, até seu lugar aqui dentro, e agora sua equipa, são uma prova disso. - Ele pegou uma agulha. - Terá de levar pontos, isso não está com boa cara, mas ficará bem. Só não deixar infeccionar. Volte amanhã para eu examinar.
- Odeio pontos. - Rosnei enquanto ele fazia seu trabalho. - E que culpa eu tenho de ele me colocar nesse lugar e me dar uma equipe? Eu tinha um grupo, não precisava de vir aqui! Ele matou quase todo mundo! Eu não me sinto especial! Me sinto furiosa com essa merda toda!
- Consigo escutar você esbravejando do fundo do corredor.
Olhámos a porta e vi Negan, com Lucille no ombro, sorrindo para mim. Ele entrou na sala, no seu passo de vilão e me olhou, depois se aproximou do médico e espreitou meu ferimento.
- Puta merda, ruiva! O que aconteceu com você? Onde fez essa merda?
Suspirei. - Foi um zumbi. Me atacou e eu bati com o ombro numa janela quebrada. Estou bem.
- Essa blusa aí no seu colo, cheia de sangue, prova que você não está bem. Apesar de seu corpo ser uma bela de uma visão. - Ele sorriu e depois abaixou a Lucille.
Revirei os olhos.
- Pronto. - Disse o médico. - Não esqueça de voltar amanhã.
Assenti e levantei da cadeira, vendo Negan retirar a sua jaqueta, ficando só com a blusa branca. Ele me olhou e entregou a jaqueta para mim. Olhei para ele.
- Pega, não vai andar pelos corredores assim, desse jeito. Ninguém, além de mim, tem o direito de ver você nesses trajes.
Peguei a jaqueta e vesti, fechando até tapar o peito. O cheiro do perfume do Negan me invadiu, a jaqueta ainda estava quente do seu corpo...
Agradeci ao médico e peguei a minha blusa arruinada. Teria de jogar no lixo.
Negan seguiu do meu lado pelo corredor até chegar no meu quarto.
- Acho que seus homens não andam te protegendo da forma certa. - Ele falou de repente. - O que merda o Carter estava fazendo quando foi atacada? Porque ele não te protegeu? Ele não era policial?
Olhei ele, analisando seu rosto.
- Carter estava ocupado, os zumbis eram muitos e, além disso, eu não preciso que me protegam. Sei me virar sozinha.
Ele segurou meu braço e eu parei de andar, olhando ele.
- Sabe se virar, sim, e por isso é que apareceu ferida.
- Mas matei o zumbi! - Sacudi o meu braço e ele me largou.
Voltei a andar, só parando no meu quarto e sabendo que Negan tinha entrado e fechado a porta.
- Não precisava me acompanhar, eu estou bem. - Falei ainda de costas para ele.
Tirei a jaqueta e procurei uma blusa. Vesti e entreguei a jaqueta para Negan. Ele pegou e vestiu.
- Ora, eu me preocupo com você, ruivinha. - Ele olhou o chão. - Além disso, você me faz lembrar de uma pessoa.
Fiquei olhando, sem saber o que pensar das suas palavras. Quase que ele nem parecia o Negan que eu conhecia. Esse alguém de quem ele falara, seria alguém do passado? Ele não foi sempre esse cara horrível? Nunca pensara muito nisso, mas talvez Negan fosse um cara diferente antes do fim do mundo, e só ficou assim por conta das tretas que aconteceram depois. Ele se tornara assim para sobreviver. Seria?
Mordi meu lábio, enquanto pensava, e nem dei conta de que ele se aproximara, deixando a Lucille em um canto.
Ergui o olhos e ele parou na minha frente, ao alcançe das minhas mãos, se eu erguesse elas.
- Tudo seria mais fácil se você não fosse tão cabeça dura. - Ele falou. - Mas mesmo assim, eu tenho algo para você que acho que vai gostar.
Franzi o cenho e ele foi até o armário do meu quarto, voltando com um pacote pequeno nas mãos e me entregando.
Olhei e minha boca se abriu de espanto. Eram salgadinhos! Daqueles que têm sabor a ervas aromáticas. Nossa, eu mataria por um daqueles, eram meus preferidos antes do apocalipse, mas nunca mais vira nenhum.
- Onde achou isso? - Perguntei, olhando ele.
Negan sorriu. - Veio no caminhão. De Alexandria.
Olhei o pacote, lembrando que essa era a comunidade do prisioneiro. Fiquei até com raiva, mas passou bem rápido quando relembrei o sabor daqueles salgados.
- Vai babar? - Perguntou Negan. - Anda, abre essa merda. Não precisa de cerimônia.
Fiz cara feia mas abri e coloquei um na boca, fechando os olhos. Nossa, que estava bom demais.
- Quase que ouvi você gemer, ruiva. Acho que vou trazer dessa merda para você com mais regularidade.
Abri os olhos e encarei ele e sentei no braço do sofá.
- Obrigada. - Falei. - Pelos salgadinhos.
- Não agradeça. Aliás, agradeça sim, para o Rick da próxima vez que formos lá na comunidade. Agora... - Negan se aproximou. - Poderíamos fazer uma coisa bem mais legal. Como continuar o que não acabámos á dois dias atrás. O que você acha?
Balancei o pacote na mão. - Estou comendo. - Estiquei a mão na sua direção. - Quer?
Ele riu e balançou a cabeça. - Não, são seus. Mas não fuja do assunto. Tava bom demais naquele dia, lá no quarto...
- É mas não vai se repetir. - Falei. - Foi... Nem sei bem o que foi mas... Não vai acontecer de novo.
- Sei... - Negan tocou com um dedo no meu braço, de alto a baixo, me arrepiando toda.
Suspirei e revirei os olhos, balançando a cabeça depois, como se não acreditasse no que estava acontecendo e estivesse odiando.
Mas... como podia odiar? Negan era horrível, é verdade, mas era um homem muito gato e tão sexy que chegava a doer só de olhar.
Credo Sam, para com essas besteiras menina!
Então, enquanto eu pensava nessa bobagem, Negan me pegou desprevenida e colou seus lábios nos meus...

BirdieOnde histórias criam vida. Descubra agora