Capítulo 14

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- " 'Cause I'm the only fucking real one!"
Cantei em todo o esplendor da minha voz, que não era nenhum digamos, enquanto mexia em algumas camisetas e jeans que haviam sobrado naquela loja. Eu sei, eu deveria manter o silêncio, mas estava tão cansada de estar sozinha, que nem ligava mais para nada.
Podia ter ido no Santuário de novo, e eu tentei, mas por pouco não fui pega por aquela negra que estava com Rick. Ela não me viu, mas eu prometi a mim mesma esperar mais um pouco antes de regressar. Só para prevenir.
Joguei umas peças de roupa na mochila e saí da loja, pegando uns óculos novos, iguais aos que eu tinha, e colocando no rosto.
Peguei um pirulito que achara e abri, colocando na boca. Ajeitei a mochila nminhas costas e segui pela estrada. Na minha mão estava um pedaço de ferro comprido, que eu achara e que servira para matar uns quantos zumbis, pelo que levei ele comigo, assim poupava munição.
Cheguei perto da casa onde eu estava escondida, nos subúrbios, e olhei em volta. Tudo parecia estar como eu deixei. Mas depois parei de andar. Quase tudo estava como eu deixei.
A casa em frente da minha sempre estivera com a porta aberta... e agora estava fechada.
Suspirei, tirei a mochila e coloquei no chão, toquei com a ponta dos dedos na arma no meu cinto e, rodando o ferro na mão, subi os degraus até chegar na porta. Rodei o pirulito na boca e bati com o ferro três vezes.
- Oh de casa! Decidindo aproveitar a vida calma dos subúrbios, foi? Vou entrando, trouxe umas tartes e cerveja para a gente comemorar.
Abri a porta, devagar, mas não tive resposta alguma.
Espreitei e coloquei um pé dentro de casa. Vasculhei cada canto da sala e nada. Ninguém. Ia subir nos quartos, mas um som chamou minha atenção e sorri, indo na direção da cozinha, tentando não fazer barulho.
Entrei na cozinha e alguém me atacou, me empurrando sobre a mesa, e me fazendo rodar.
Segurei o ferro e ergui ele, prendendo no pescoço do meu agressor, segurando com as duas mãos, enquanto ele erguia uma mão para me socar. Mas parou a meio do movimento.
- Sam?
Franzi o cenho. - D.J?
Ele abaixou a mão e se afastou, me ajudando a levantar, e fiquei olhando ele sem entender nada.
- O que você está fazendo aqui? - Perguntei.
- Acabei me separando do grupo. Rick e os outros atacaram o Santuário. - Ele falou. - Atacaram todos os postos avançados. Todo mundo está dentro da fábrica, cercado de zumbi.
Encostei na mesa, passando a mão pelo cabelo e sentindo meu peito apertar. Olhei D.J.
- E Negan?
- Sumiu. Rick não levou ele, mas perdemos o homem no meio dos ataques. Ele desapareceu.
Avancei sobre D.J., encostando ele na parede e erguendo o ferro de novo e encostando no seu pescoço.
- Perderam ele?! Como perderam Negan? Como não sabem se ele está vivo ou morto? - Gritei.
- Sam, não vimos ele em parte alguma. - Ele falou com esforço por eu estar apertando o ferro no seu pescoço. - Nós estávamos morrendo.
Sorri. - Vai desejar ter morrido, sim.
Afastei o ferro e depois bati com força, tentando acertar a cabeça dele, mas D.J abaixou e o ferro acertou na parede.
Senti suas mãos me agarrando e dei um chute para trás, girando rápido, mas ele estava preparado e me segurou. Me segurou pelos ombros e olhou nos meus olhos.
- Pára! Me matar não vai adiantar de nada, sua louca! - Gritou.
- Vai sim! - Tentei me soltar.
- Não, não vai! Se ele estiver vivo, nós vamos achar! Ele vai aparecer!
Parei, olhando ele e sacudi suas mãos de mim. Dei um passo atrás, bufando de raiva, e depois respirei fundo. Assenti, ergui a mão e depois deixei cair de novo.
- Tudo bem. - Falei. - Tudo bem. Vou voltar na minha casa e iremos decidir o que fazer pela manhã, amanhã.
Virei costas e escutei ele me seguindo.
- Não te convidei. - Rosnei.
- Deveríamos ficar juntos. Para o caso de algo dar errado.
Parei e olhei ele. D.J parecia realmente preocupado e querendo ajudar, mesmo eu tendo atacado ele. Mas ele era um Salvador e todo mundo sabia que não poderia confiar em um. Suspirei e ergui a mão que ele apertou a medo.
- Tudo bem. Ficará comigo. Outra coisa. - Larguei a mão dele e encarei. - E Carter?
D.J sorriu. - Ele estava bem vivo quando nos separámos.
- Ele estava com você?
- Estava. Estávamos tentando achar um jeito de tirar aqueles zumbis do Santuário e Carter queria achar o Negan.
Sorri. - Ótimo.
- Ele ficou abalado desde que você foi capturada. Ele e Negan.
Entrámos na casa onde eu estava e fechei a porta, depois de pegar a minha mochila e jogar no sofá. Tranquei a porta e olhei D.J.
- Obrigada.
Ele deu de ombros. - Pelo menos achei você. Negan vai adorar.
Sorri e fui até á cozinha. - Tem fome? - Perguntei olhando para trás enquanto caminhava.
- Alguma, sim.
Entreguei a ele algumas latas e água e peguei umas para mim, sentando á mesa. D.J me imitou e abriu sua garrafa, bebendo quase tudo.
- Nossa. Á quanto tempo você não come nada? - Perguntei.
Ele me olhou. - Dois dias.
Meus olhos se abriram de espanto, fazendo as contas desde que eu fora capturada, até agora, passando pelo dito ataque de Rick...
- Desculpa, Sam. Foi mal.
- Que nada. Não se preocupa, acharemos mais. - Dei de ombros.
Ele riu, o que chamou minha atenção, e ergui uma sobrancelha. Ele me olhou e deu de ombros.
- Desculpa. Só que, todo mundo vivia falando que você era terrível, pior do que o Negan. Tipo, anjo disfarçado, e então quando ficaram juntos... Mas... você parece bem legal. - Falou, meio sem jeito.
Eu ri. - Não sou nenhum bicho-papão.
- Todo mundo falava que sim.
Rimos juntos, enquanto minha mente voava pensando em Negan e onde ele estaria.
Quando a noite caiu, D.J me ajudou a proteger as janelas, para impedir que a luz das velas passasse para fora. Depois ficámos sentados no chão da sala, encostados no sofá, com o Salvador me contando tudo o que tinha acontecido desde que eu fora capturada.
Depois de um bom tempo, subi em um dos sofás e deitei, colocando a arma e o ferro junto de mim.
Vi D.J subir no outro sofá e deitar.
- Boa noite, Sam.
Sorri. - Boa noite, D.J.
Era bom ter alguém comigo ali, ainda para mais, alguém do Santuário. Me fazia sentir que aquilo era real e que, um dia, eu poderia de facto regressar para junto de Negan.

BirdieOnde histórias criam vida. Descubra agora