Duas semanas depois...
Saí do refeitório e andei pelo piso térreo, a maioria do meu pessoal estava ali, no meio dos trabalhadores.
Parei, vendo uma fila de pessoas que precisavam obter medicamentos junto da mulher que guardava eles.
Como nós tinhamos tudo facilmente e ali, naquele piso, era essa tão diferente realidade?
- Me solta!
Olhei para o lado, vendo uma mulher e um homem. Eles estavam brigando e fiquei olhando eles. O homem apertava o braço da mulher, enquanto ela tentava se soltar.
Me aproximei e eles nem repararam em mim, ao contrário do povo em redor. Coloquei as mãos na cintura.
- Ela mandou você largar.
O homem me olhou e depois sorriu.
- E quem você pensa que é? - Ele largou a mulher e deu um passo na minha direção. - Acabo com você do mesmo jeito que acabo com ela se precisar. Não tenho medo de você, só porque é a queridinha do Negan! Você deveria levar uma bela de uma lição, isso sim!
Retirei a arma do cinto e ergui, apontando na cabeça dele. O cara sorriu de novo.
- Larga ela, e sai daqui. Se aproximar de novo, eu te mato. - Falei.
Ele riu. - E porque se importa tanto com essa vadia? Era sua colega de rua?
Sorri. - Ela era do meu grupo.
- Claro, era da sua laia. Abaixa essa merda aí, você não vai atirar mesmo. Não pode atirar aqui dentro. Seu maridão não deixa, nem mesmo você pode.
Apertei o gatilho e acertei na sua perna, fazendo ele cair no chão, gritando. Mirei sua cabeça.
- Não tenho marido. Ela é do meu grupo o que faz com que você não tenha autoridade sobre ela. E sim, eu vou atirar. De novo.
Apertei o gatilho e matei ele, acertando na sua cabeça. Fiquei vendo o sangue se espalhando e depois guardei a arma no cinto.
Todo mundo nos olhava e ergui o olhar para a mulher.
- Você está bem?
Ela assentiu. Assenti também.
- Alguém limpe essa merda aqui, por favor. - Pedi.
- Sam!
Olhei para cima, para o poleiro, e vi Carter me olhando, confuso.
Suspirei e avancei pelo meio dos trabalhadores, com eles abrindo caminho como faziam com Negan. Subi as escadas e me aproximei de Carter. Ele me olhava de forma estranha.
- Agora é assim? - Perguntou. - Matamos pessoas como animais?
- Já fizemos antes. E ele estava agredindo ela, sei lá por quanto tempo.
Carter balançou a cabeça.
- Não somos assim, Sam. Isso é coisa do Negan. Tinha outro jeitode resolver, precisava matar daquele jeito? Precisava executar?
Coloquei as mãos na cintura.
- Que outro jeito, Carter? - Encarei ele.
Ele ficou me olhando mas depois suspirou.
- Você está diferente, Sam. Desde que ficou próxima do Negan, você mudou. Tem certeza de que ainda é a garota que saiu comigo da delegacia? Tem certeza de que ainda é a líder do grupo da escola?
Cruzei os braços sobre o peito, franzindo o cenho.
- Claro que sim. - Respondi.
- Não parece. - Ele se afastou e depois voltou para junto de mim. - Quando quiser voltar a ser a Sam que eu conheço, me avise.
Fiquei vendo ele s afastando, me deixando sozinha naquele poleiro, com toda a agitação no piso inferior.
Mordi meu lábio e saí dali, batendo com a mão na parede.Mais tarde, estava no pátio, preparando meu caminhão. Nesse dia eu iria sair de novo, iria em Alexandria. Nem queria pensar em mim e Carter juntos, dentro do mesmo caminhão. Tinha a certeza de que nesse momento, ele me odiava. Ou muito perto disso.
Fechei a porta com força e foi quando vi ele ali, parado na minha frente, sorrindo.
- Stressadinha, hoje?
Olhei Negan e suspirei.
- Não está sendo um bom dia, mas tudo bem.
- Eu soube do sucedido no piso térreo. Sabe as regras, Wolf.
Assenti. - Sei. Vai me castigar? Aquele cara estava....
Ele ergueu uma mão e eu parei de falar.
- Eu sei. Não terá castigo, a não ser aquele tipo de castigo que eu sei que você gosta. - Ele sorriu de novo. - Mas não faz isso de novo, não daquele jeito. Eu preciso manter esse povo na linha.
- E o que acha que eu fiz?
Ele riu e depois passou a mão no meu rosto.
- Ah ruivinha, o que eu faço com você? Não posso parar uma rainha.
Eu ri das suas palavras e mexi na sua jaqueta, ajeitando.
- Não quero ser rainha. - Olhei ele. - Não quero.
Ele me deu um sorriso ladino.
- Veremos um novo título, então. Agora, tome cuidado lá em Alexandria, mostre quem manda, esse povo lá é... Enfim... vendo o Daryl você pode imaginar.
Olhei a vedação e observei o prisioneiro. Ele me olhou daquela forma selvagem dele. Assenti e voltei a olhar Negan.
- Você deveria vir junto. - Falei.
Ele riu. - Adoraria, mas dessa vez não posso. Tem uns probleminhas aí que preciso resolver. Mas eu sei que você dará conta. - Ele se aproximou de mim. - Rick falou que a viúva morreu, mas dá uma olhada lá de novo, tenha certeza de que el está morta mesmo.
Assenti.
Negan colocou a mão no fundo da minha cintura e me puxou para ele, tocando com seus lábios nos meus.
Coloquei a mão no seu pescoço e deixei ele me beijar, sorrindo quando se afastou.
- Agora vai, ruiva.
Coloquei os óculos no rosto e subi no caminhão, fechando a porta e ligando ele.
Carter já estava no interior, segurando a rifle no colo, com o cotovelo apoiado na janela e mordendo o dedão. Não me olhou, mas escutei a voz dele.
- Ele que te tem na mão.
Olhei ele, franzindo o cenho. Suspirei.
- Não, Carter. Não tem.
Saí do Santuário, seguindo na direção de Alexandria com meus homens.
- Ele vai acabar te machucando. - Carter me olhou. - Isso vai acabar mal. Negan é doentio.
Passei a mão pelo cabelo.
- Só na frente de todo o mundo.
- Vai dizer que sozinho com você ele não é assim?
- Não. É bastante normal. - Falei. - Me surpreendeu até. - Olhei ele, tirando os olhos da estrada por dois segundos.
- Tudo bem. Você fez sua escolha. - Ele falou. - Escolheu o lado do Negan.
- Escolhi o meu lado. O nosso lado.
- Ele vai nos matar, Sam. É isso que vai acontecer. Vamos acabar mortos e colocados naquela vedação.
- Não vou deixar que isso aconteça.
Carter assentiu, pouco convencido da minha certeza.
- Claro. Vai continuar dormindo com o patrão.
Não consegui evitar e ri. Ri bastante e vi Carter rindo junto comigo. Percebi que ele tentava parecer bravo comigo, mas ele ria também.
Toquei no seu braço com uma mão e ele me olhou. Sorriu e segurou a minha mão, apertando.
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Birdie
FanfictionSam, ou Samantha, Wolf é uma garota que sempre viveu sozinha, nunca precisando de ninguém e, com certeza, nunca se prendendo a ninguém. Mas quando o mundo fica um caos, com os mortos voltando a viver, Sam tem de enfrentar o apocalipse com o parceiro...