Pink e Cérebro

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“ Mike Mathews lambeu o meu rosto então não importa como tenha sido ou será seu primeiro beijo nada será comparavelmente ruim como foi a minha primeira experiência. Ele realmente acho que este fator surpresa pudesse ser sexy mas só foi pegajoso e me senti como um sorvete esparramado precisando ser humilhantemente lambida para não escorrer. Também não senti nenhum encanto agitando meu peito como imaginaria que fosse apenas uma quantidade enorme de saliva alheia no meu rosto e uma língua dura escavando na minha boca. Não demorou pra mim descobrir que não importasse o garoto que me beijasse eu jamais sentiria o quer que fosse então não foi exatamente chocante quando me vi agarrada com outras garotas e gostando muito disto.”
 
Kara Danvers POV:
 
 
 O rosto corado de Lena aquecia a palma da minha mão e  Aquele ardor doloroso de querer tocar todo a sua pele por debaixo dos tecidos faziam meu interior se contrair em mil apelos para tirar a sua roupa. Era evidentemente deselegante para um primeiro contato, então ignorei o quanto fantasiei com aquele momento e apenas contemplei aquela face pálida que se tingia com tonalidades rosadas. Ela era linda de um jeito muito covarde para minhas pernas não tremerem e eu estava empregando uma força sobre humana pra não vacilar e cair de joelhos. Os cabelos escuros ainda úmidos exalavam um perfume adocicado e bom, os olhos eram como dois faróis tão acesos e brilhantes por trás da armação grossa do óculos e... Deus, ela tinha um rosto perfeito e  aquela pequena sarda no pescoço deveria ser um ponto sensível e extraordinário para provar. Tão Tentadora. Os lábios úmidos e levemente entreabertos em expectativa eram como um imã que atraiam os meus e eu estava ciente que sofreria as consequências de estar infringindo a regra número 3. Aquela de não beijar clientes. Mas todo aquela rebelião contra a minha própria timidez pra alcançar sua boca cessou no instante em que alguém quebrou a magia do momento falando alto pelo corredor.
 
- LENA KIERAN LUTHOR CADÊ VOCÊ?
 
Abafei um grito de surpresa me afastando e Lena bufou decepcionada pela interrupção suprimindo alguns palavrões e reconhecendo a interlocutora de garganta potente.
 
- Ah merda, como ela me achou aqui?
 
- Eu... eu sinto muito... – Não sabia exatamente pelo que me desculpava e levei a mão no bolso frontal do meu avental para pegar a chave da porta para destranca-la ainda atrapalhada pela interrupção inesperada. – Não pense que te atraí pra uma sala suja com algum propósito perverso...
 
Lena apenas me devolveu um olhar arqueado antes de atravessar a porta.
 
- Oh, tudo bem! De qualquer maneira podermos continuar de onde paramos amanhã...
 
Certo, falhei em descobrir para onde Lena me levaria mas pelo menos beijos estavam no itinerário e definitivamente  podia lidar bem com todo o mistério tendo aquela única certeza. Ponto para Kara Danvers! Ou não, se aquilo fosse um tipo de jogo talvez eu estivesse perdendo por que Lena era excepcional em me deixar sem rumo.
 
Não a acompanhei no corredor ficando por alguns instantes onde estava para reparar meus batimentos cardíacos antes de voltar ao balcão. Eu estive tão perto de beija-la. Tão perto! Ainda podia sentir sua respiração bagunçando todos os meus sentidos.
 
Carreguei a pequena maleta de ferramentas comigo ainda eletrizada pelos poucos minutos que tivemos e a clara percepção de como seus olhos se  voltavam brilhantes pra mim. Certo, ela gostava de mim! Ela gostava de mim?
 
-Parece que as coisas não saíram como o esperado... – Não era preciso dizer nada pra Sam, a minha carranca já era a comprovação que o plano infalível de se trancar com a mulher que se está flertando havia fracassado. – Hey, não faça essa cara, você ainda tem um encontro com ela amanhã. Pense que está só adiando os amassos.
 
- Hmm... Não era isto que estava pensando.- Larguei a maleta amarela no balcão. – Onde estão Dani e Jamie?
 
- Ah, elas foram embora pensando que vocês estavam fazendo coisas indevidas nos fundos da loja. E... me convidaram para sair... – Pigarreou sem graça.
 
- Oh, meu Deus... Por favor me diga que aceitou... – Dei uma cotovelada no seu braço enquanto olhava para Lena sentada na mesa próxima a grande janela envidraçada. Ela estava acompanhada de um homem que não reconheci imediatamente mas que era familiar e de uma loira espalhafatosa que gesticulava para Nia apontando para o próprio café.
 
 
- Claro que não. Apesar de todos os incentivos de Ruby e de ser uma ideia bastante instigante ir pra cama com duas mulheres eu não pratico a quase um ano então recusei, não teria fôlego para esta missão.
 
- Ah, nãooo! - Não pude deixar de rir daquela confissão.- Você é uma chata, Samantha Árias!
 
- E você uma boba apaixonada, Kara Danvers!
 
 - Eu- Eu ainda não sei mas acho que estou perigosamente próxima a isto. .- Suspirei sem conseguir tirar os olhos de Lena. - E estou com medo de... você sabe, quebrar a cara.
 
- Ah, por favor! Não me venha com essa! Sei que você não é muito esperta se tratando garotas mas pensei que já tivesse entendido o que está acontecendo entre vocês.
 
- Eu entendi... É só que... talvez não queremos a mesma coisa. E você não pode me culpar por ser tão insegura sabendo do meu histórico de relacionamentos... – Protestei inconformada.
 
- Oh, certo! Imra e Lucy não são exatamente um modelo de comparação... – Sam revirou os olhos.  - Deixe as coisas correrem sem fazer adivinhações sobre o que está acontecendo do outro lado e pare de tentar nivelar seus sentimentos com os dela.- E deu um leve peteleco na minha testa.-  De qualquer jeito... se pensa que ela só quer sexo casual e for isto mesmo não é como se você saísse perdendo. E sabe o que mais... – Sam tamborilou as longas unhas na superfície do balcão e pelo seu meio sorriso diabólico alguma sacanagem estava despontando. – Você terá o seu dia pós-sexo com Lena Luthor de folga! Deixe tudo comigo e com Nia, ela vai entender. Sabe, você vai precisar, depois de toda a coisa. Acho que ela é uma caçadora incansável então cuide dos seus hematomas sexuais antes de aparecer por aqui...
 
- Oh, que rude. – Levei a mãos ao rosto tentando conter uma risada. – Mas, ei! Eu posso simplesmente mentir só pra fugir do trabalho. Você não terá a prova que Lena e eu passamos uma noite juntas ao menos que esteja lá.
 
- É um ideia interessante... – Sam levou a mão ao queixo considerando sobre práticas voyeuristas. – Mas não... Só preciso de um registro fotográfico de Lena na sua cama. Você pode tirar uma selfie no dia seguinte enquanto equilibra uma bandeja de café manhã super romântica com ela ao fundo, eu sei que você já tem tudo planejado desde o momento que a viu pela primeira vez...
 
- Eww, não sou esse tipo de lésbica!
 
- Você é definitivamente esse tipo de lésbica! Mas claro, tudo com o consentimento de Lena. Não quero vê-la desacordada ou surpresa, como se você estivesse exibindo sua conquista como um homem. Tenho certeza que ela nem vai contestar aparecer com a maior cara amassada em uma foto pra você ter o seu dia livre. Então esse será seu atestado de dispensa que você terá com sua garota.
 
- Não estou tão confiante sobre levar uma Luthor para cama. Eu realmente nem penso nisso. – Menti enquanto mantinha meu olhar fixo em Lena que balançava um copo próximo ao rosto da loira sentada na sua frente tentando convencê-la que estavam em um Starbucks e por isto o líquido era café e não whisky. Nia aparentemente nocauteada só concordava com a cabeça e olhava para nós pedindo ajuda.
 
- Você deve pensar muito nisso Danvers! Talvez você queira apostar novamente. – Sam deu a volta no balcão se dirigindo a única mesa ocupada. A intervenção que Nia precisava.
 
- Deus, não! Eu perderia essa aposta todas as vezes... – Retorqui baixinho sem certeza de ter sido ouvida.
 
A loira entregou o copo a Sam ainda gesticulando e perguntando se não tinha alguma bebida mais forte  enquanto Lena deslizava pela cadeira sorrateiramente e andava na minha direção. Eu podia me acostumar com ela de cabelos desalinhados, vestindo meu cardigan rosa e óculos, era uma daquelas cenas impressionantes que me aqueciam por dentro. A executiva com um visual tão desarmônico e diferente do que eu estava acostumada mas que surpreendentemente a deixava ainda mais bonita. Não pude deixar de imaginar ela de pijama e pantufas. A Lena em seu modo casual deveria ser esmagadoramente fofa.
 
- Estava sendo bem difícil para Nia convencer Sara que o Starbucks não tem qualquer tipo de bebida alcoólica mesmo depois de explicar minuciosamente cada opção do menu... – Ela retirou o óculos e me devolveu. – Obrigada, creio que fiquei mais tempo com seus óculos que deveria!
 
- Oh, por- por nada... – Toquei acidentalmente em seus dedos sentindo aquela conhecida sensação de querer prolongar o contato. - Então Sara é...
 
- É a amiga em colapso que invadiu meu apartamento no meio da noite. – Lena pontuou não deixando de sorrir ao olhar para loira relutante que se levantada da mesa mais uma vez repetindo que era um absurdo não existir um frappuccino sabor vodka. – Ela não está na melhor fase do seu casamento então preciso apoiá-la. E Lex, como você pode ver, não é muito paciente e mesmo que eu tente não consigo escapar deles por muito tempo... É uma droga, são como duas crianças grandes e hiperativas.
 
Lex. O homem que estava com elas era Lex Luthor, seu irmão. Não tinha associado de início a figura ao outro CEO da L-Corp mas agora vendo tão de perto e com a confirmação de Lena não tinha dúvidas, as duas pessoas mais ricas e geniais de National City estavam ali, ali no impopular Starbucks da Avenida Wilson, 326.  Nem éramos o melhor da cidade.
 
- Meu Deus, é Lex Luthor? – Ajeitei meus óculos por vezes seguidas ainda desacreditada. -Uau, como pude não reconhecer! Ele deve aparecer por duas ou três vezes semanalmente no jornal matinal. Seu irmão é a nossa celebridade local mais comentada, acho incrível como consegue estar engajado em mil projetos e ser tão caridoso fazendo o bem pra tantas pessoas. É impressionante o como ele é adorado por todos de National City e...
 
- Com licença?- Lena me fuzilou com aquele seu olhar congelante não desviando por nenhum momento.-  Quer cancelar o encontro comigo e marcar com o meu irmão? Posso convencê-lo a sair com você... Já que pela sua empolgação deve considera-lo o Luthor mais interessante.  - Indagou com uma pontada de ciúmes em sua voz o que era absolutamente ridículo e sem sentido e quase me fez deixar escapar uma risada.
 
- Oh, não, não... – Isto nem era discutível, Lena era a minha preferida e mesmo Lex sendo um cara tão legal não havia competição párea para ela. E eu desconfiava que nunca haveria. Como voltar a normalidade depois de conhecer Lena Luthor? Era impossível, já podia me ver datando os acontecimentos da minha vida com a. LL (antes de Lena Luthor) e d. LL (depois de Lena Luthor). - É só que... Bem, a mídia faz o seu trabalho e deixa esta impressão.
 
 - Sim, mas ele é tudo o que os tabloides dizem que ele é. Não é nenhum exagero. –  Havia tanto admiração em seu olhar quando ela se voltou para o irmão que era fácil deduzir quem em National City era a maior entusiasta de Lex Luthor. - Quer dizer, ele é responsável pelas nossas relações públicas e é carismático e genuinamente bom e também tudo aquilo que você ouve sobre ele. Eu não levo tanto jeito para as câmeras como Lex então a L-Corp está indo muito bem tendo um filantropo que além de tudo é excelente  nos negócios. Ele se saí infinitamente melhor com a imprensa do que eu. – Lena se voltou pra mim fazendo uma leve careta. – Ainda bem, sou péssima com repórteres e simplesmente entro em pânico. Não sei o que seria da L-Corp sem Lex.
 
- Hey! E sem você nada funcionaria! – Acariciei levemente o seu pulso sobre a mesa chamando a atenção para o que estava dizendo. – Por mais que Lex seja essencial para fazer esta ponte entre a imprensa e a corporação, você é tão imprescindível quanto ele, os dois fazem a L-Corp ser o que é, são tão certeiros estando juntos, são uma dupla dinâmica como... como... Cérebro e Pink. – inúmeras referências  e usei a que me entregava como uma consumidora inveterada de antigos desenhos animados. O que poderia fazer? Era um clássico mas Lena reagiu inesperadamente sorrindo.
 
- Cérebro e Pink... Era como nosso pai nos chamava. Já fazia tanto tempo que não ouvia alguém se referindo assim a mim e Lex... – Seu rosto se estarreceu em um meio sorriso como se ela estivesse acessando uma boa memória.
 
Eu queria saber mais, alcançar todas as lembranças que aqueciam o seu coração e a faziam ficar com aquele olhar compenetrado e saudoso. Suas opiniões, seus medos, suas manias, o existia de mais bonito e o que não era tão agradável em Lena Luthor. Aquela empolgação só crescia dentro de mim e eu só queria ter tempo o bastante para saber tudo sobre ela.
 
- Eu não sabi- ... – Antes que pudesse articular uma frase, Lex a chamou.
 
- Kieran, vamos? A Sara já está descontrolada. – Ele apontou para Nia e Sam que seguravam contra a própria vontade as mãos da loira.
 
-  E se vocês forem se casar primeiramente considerem toda a merda que virá junto e se preparem pra muitas sessões terapias e pouco sexo. Se puderem, não amem, de jeito nenhum. Acreditem em mim, não há nada pior que este sentimento incapacitante que é quente e indestrutível no início e quando você menos espera te traí com a ex namorada e então você só quer fugir e nisto leva um abajur. O maldito abajur azul que ela liga toda noite pra ler a revista Poise...  – Perdida em divagações, Sara levou a mão de ambas ao peito fungando. – É horrível, toda vez que vejo uma revista Poise sinto vontade de dobra-la ao meio e... bater e bater na minha cabeça até enxergar estrelas. Vocês já viram quantas páginas tem a revista Poise? É uma arma poderosa, eu não deixaria nas mãos de um louco...
 
- Oh, meu Deus – Lena sacudiu a cabeça – Eu preciso ir... – E  se precipitou a tirar meu cardigan para devolvê-lo.
 
-Ãhn? Você pode ficar com ele. Deve estar uns 18°C lá fora, me devolva quando puder. Eu tenho outro igual a este, sabe, promoção leve dois pelo preço de um. Apenas fique protegida do frio, temos um encontro amanhã e não quero ser vista com uma Luthor de nariz escorrendo. – Era só o meu jeito de preveni-la de um resfriado.
 
Lenas apenas me devolveu aquele olhar característico erguendo umas das sobrancelhas e se inclinou no balcão como se precisasse me contar um segredo ou... me beijar. Acompanhei seu movimento também pendendo  pra frente.  Droga! Ela está perto demais! Sua boca está perto demais! Inclinou a cabeça para o lado e o seu quase sussurro rouco mortalmente sexy enviou uma onda escaldante que me arrepiou em lugares que nem sabia que podiam ser tão sensíveis.
 
- Não se preocupe, se isto acontecesse eu me recuperaria em tempo recorde só para não perder um encontro com você. – Seus lábios fizeram o caminho de volta muito próximos do meu rosto e por uma instante ela hesitou mas como um golpe de misericórdia beijou minha bochecha rapidamente. A pressão suave da sua boca foi o suficiente para todo o meu corpo desmontar em segundos. Lena cravou seus lindos olhos verdes e presunçosos no meu rosto segura que minha reação ia ser muito embaraçada, ela gostava de me provocar e me ver sem graça. Ainda bem que existia uma balcão entre nós que me mantinha a salvo de avançar e fazer coisas pouco recomendáveis no meio do Starbucks.
 
- Eu.. Eu... é... Sim, então. É... – Inferno de CEO, eu ouvia meu próprio coração dando pulos alucinados. – Uh... Certo, te vejo amanhã...?
 
- Quantas confirmações mais você vai precisar? – Ela jogou as mãos para o alto fingindo estar irritada. – E espero te ver sem este uniforme verde garota do starbucks.
 
Lena piscou sedutoramente antes de sair dando outro sentido ao que acabará de dizer.
 
Eu precisava escolher a minha melhor lingerie.
 
 
 
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Gebte reli este capítulo e tá horrível mas seguimos vai melhorar

twitter: @kittenysm

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