7° Capítulo - Controle

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Cairo - Egito

Reforço aquele rabo de cavalo alto que fiz no cabelo e volto os olhos em Ziyad a alguns metros de mim:

— Sua habilidade, Claire, é uma extensão dos seus desejos. Você sempre deseja destruir, tem que desejar controlar.

Fito uma rocha a alguns metros dele e me concentro nela, posso sentir aquele poder fluir de mim e ver a rocha ficar envolta daquela fumaça densa e vermelha.

Preciso me concentrar e isso exerce uma certa força, travo os dentes e ergo a cabeça fazendo a mesma se levantar do chão soltando uma poeira.

Vejo aquela pedra erguida ao ar, Ziyad questiona:

— O que deseja fazer com ela?

Observo a pedra levitando e franzo as sobrancelhas vendo-a rachar ao meio. Ele observa e me olha:

— Faça se juntar novamente.

O encaro confusa. As duas partes caem no chão. Questiono:

— O que?

— Telecinese não é só destruir, você tem a habilidade de reconstruir. Como eu disse é uma extensão dos seus desejos. Concentre-se e conseguirá.

Fito aquela rocha que se dividiu ao meio e serro os dentes fazendo as duas partes se levantarem, posso ver aquela fumaça a envolver fluindo de mim.

Observo-a desejando que as duas partes se fechem, ambas se fecham uma contra a outra quebrando ainda mais.

Ziyad se aproxima de mim:

— Não conseguirá ter um controle externo, se não aprender a controlar o que sente internamente.

— Eu não sou uma descontrolada!

— Então prove isso.

O encaro nervosa e volto os olhos na rocha quebrada e faço todas aquelas partes irem direção a ele e parar a centímetros dele:

— Se eu não tivesse controle, não conseguiria fazer isso.

— Estamos treinando a dois dias, e já acha ter o controle?

— É mais fácil quebrar do que remontar!

— Só é mais fácil porque você concentra sua habilidade com seu sentimento de raiva.

— Porque é mais forte.

— Não é, sentimento de raiva é destrutivo.

— Sabe bem disso já que é apático.

— Já tive sentimentos.

— Teve, no passado, não sabe o que eu sinto.

— E nunca vou saber se não se abrir a contar. Mas pelo que já vi, você sente raiva porque é mais fácil lidar com esse sentimento do que com outros que são imprevisíveis, que não se permitir a senti-los.

Ele sai andando direção a aquele portal que me daria acesso ao hotel novamente. Engulo em seco deixando todos aqueles pedaços do que era uma rocha grande caírem no chão.

Passo a mão no rosto olhando para os lados.

Já me sinto bem melhor do que era quando cheguei ao Egito, porém desapontada.

Uma parte de mim sabe que ele sempre tem razão e a odeio por isso. A outra parte maior quer apenas reprimir todos os sentimentos ruins porque enfrenta-los. É pior do que tentar controlar essas novas habilidades que tenho.

Hereditários (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora