2° Capítulo - Herança Saguínea

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Após tomar um banho para tirar aquela sensação pesada de ter saído do enterro do meu pai, me vesti com uma roupa mais leve e fiz um coque alto no cabelo seguindo direção a aquela caixa que recebi de Ziyad. 

Ainda estava confusa e me questionando como ele desapareceu daquela forma em segundos, certamente fez um caminho oposto ao que busquei por ele.

Me sento na cama segurando aquela caixa metálica e posso observar aqueles símbolos egípcios nela, deslizo os dedos sobre os mesmos sentindo um leve relevo.

Antes que abrisse a caixa me assusto com aquele homem indagando atrás de mim:

— Precisa saber algumas coisas antes de abrir essa caixa.

Me virei de imediato e o encaro assustada. Como ele veio parar aqui? Como ele conseguiu entrar? Como o deixaram subir sem minha permissão?

Me levanto possessa e aponto o dedo para ele:

— Não me importa o que era do meu pai, quero que saia daqui agora!

— Claire...

— Se não sair da minha casa vou chamar a polícia seu maníaco.

Apenas me observa sem expressão.

Viro pegando o celular no criado mudo ao lado da cama e grito com aquele homem surgindo ao meu lado e segurando minha mão:

— Precisa me ouvir.

Tento um soco na face dele que segura minha mão com um reflexo rápido e me solta se afastando um pouco.

Me joguei na cama e arrastei até o outro lado arfante e sentindo meu coração descompassar.

— Pega essa merda de caixa e desaparece da minha vida.

— Sinto em informar, mas não será possível.

Franzo as sobrancelhas confusa e corro direção a porta do meu quarto e paro estática ao abrir a mesma e ver aquele homem ali de frente para mim.

Dou alguns passos para trás sem conseguir filtrar o que estava acontecendo, ou como era possível aquilo. É surreal demais até para mim que sou repórter.

Se aproxima com uma tranquilidade no olhar e no tom de voz que me deixa intrigada:

— Sei que é difícil de entender, mas o nosso mundo é muito mais complexo do que pode imaginar.

— O que você é?

— Um guardião.

— Guardião de que?

Voltou os olhos a caixa sobre a cama, miro a mesma e o encaro confusa:

— Então pega isso e desaparece da minha vida.

— Eu não posso.

— Como assim não pode?

— Você é a hereditária, a próxima na linha de sucessão.

— Sucessão de que?

— É a única que pode usar o que contém no interior dessa caixa.

O encaro por alguns segundos, volto os olhos na caixa sobre a cama e passo a mão no rosto confusa:

— O que tem ali?

— O maior legado que seu pai poderia te deixar.

Volto os olhos a aquela caixa e balanço a cabeça molhando os lábios descordando:

— Eu ainda nem consegui filtrar a morte do meu pai, por que eu iria pensar em legado que ele poderia me deixar?

— Hall tentou a vida toda te preparar para quando esse dia chegasse, mas você sempre fugiu disso, só que agora, não tem como fugir.

Hereditários (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora