por conta própria

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- É a vovó! - George gritou, correndo como um furacão até a porta principal de Frogmore Cottage - Abe, mamãe!

- Estou procurando as chaves, meu bem. - Respondi enquanto procurava em qual dos bolsos do meu avental natalino totalmente fora de época as chaves estaria guardada. Taehyung e eu concordamos que precisávamos de um pouco de privacidade nesse feriado, e combinamos de ficar em uma das casas que compõe a propriedade do Castelo de Windsor.

O Castelo de Windsor fica a apenas alguns poucos quilômetros, mas já estamos hospedados aqui a apenas dois dias e tem sido uma experiência incrível, principalmente depois que Marina pediu permissão para passar um tempo aqui conosco junto com a mãe dela, Augustine Hohenzolern.

Taehyung iria ver a avó depois de bastante tempo, e ele estava um pouco ansioso, por isso dei a ideia dele se juntar com alguns homens da guarda de Windsor que iriam distribuir lenha para a população dos povoados dos limites da propriedade.

Senti George agarrar a minha perna enquanto pulava de alegria, através do vidro eu observei um motorista arrastar a cadeira de rodas de Augustine até a porta sendo acompanhado por Marina, o meu medo era George correr até Marina e que Augustine ficasse esquecida dentro do carro, mas girei a chave na fechadura e eu rapidamente saí para ajuda-los.

- Vovó! - Ele correu até Marina. 

- Oi, meu amor! - Ela se abaixou sorrindo para carrega-lo, deixando um beijo no rosto dele enquanto entravam em casa. - Eu senti tanto a sua falta.

- Ah, um menino. - Augustine disse olhando para George saltitando pela sala enquanto conversava animadamente com a avó. — É o seu filho, criança?

— É sim, Majestade. Meu e do Taehyung.

— É uma criança linda.

- Obrigada. - Murmurei agradecendo ao motorista, que fez uma reverência e em seguida deu meia volta para voltar para o carro.

Sorri tentando esconder o meu nervoso por ter ficado sozinha com Augustine.

- A Marina me falou de você o caminho todo. - Disse com a voz animada.

Augustine tinha o corpo pequeno e frágil naquela cadeira de rodas, os cabelos totalmente brancos e os olhos bem escuros me observando, presumi que ela enxergasse relativamente bem apesar dos noventa e quatro anos. Ela me lembrava a minha avó e eu me peguei imaginando como estaríamos se ela ainda estivesse aqui, se tivesse tido a oportunidade de ver George crescer.

A vovó amava demais o feriado da páscoa. 

- É uma honra para mim finalmente poder conhecer a senhora. - Fechei a porta atrás de nós. - E como está?

- Estou bem, a viagem foi ótima.

Escutei George contar para a Marina sobre as aulas de natação que ele começou a frequentar.

Não interrompi a conversa deles, na verdade, eu levei Augustine comigo para a cozinha. Ela observou os legumes que eu estava cortando.

- Está cozinhando sozinha? — Perguntou em um tom de desaprovação.

- Ah sim, eu estou. 

A Coroa - Volume 1 / ReescrevendoOnde histórias criam vida. Descubra agora