primeira vez

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Não estou acostumada com uma bomba relógio em forma de jantar.

Em apenas um lugar, havia minha mãe encarando Harold como se ele fosse um rato á mesa, meu pai tentando fazer com que o clima ficasse relativamente bem, minha avó murmurando coisas inaudíveis a Jennie e ele.

Taehyung olhava para mim vez ou outra, e ele não parecia muito obstinado em esconder isso de mim.

Coloquei uma mecha atrás da orelha, prestando atenção na conversa animada que meu pai estava tendo com o meu tio.

Ele parecia extremamente feliz e isso de certa forma me alegrou também.

— Nós podemos pescar em Gilbratar no próximo verão. — Meu pai citou e Harold imediatamente sorriu.

— Eu prefiro pescar no gelo da Noruega. Nós poderíamos tentar.

— Esse não é um esporte seguro. — Minha avó disse sem erguer o olhar do prato dela.

— Então talvez deveríamos chamar a Beatrice.

— Ridículo. — Minha mãe resmungou e Harold a encarou com diversão.

— Gostaria de nos acompanhar também? — Harold quis brincar com minha mãe, mas ganhou um olhar assombroso.

— Óbvio que não.

— Talvez Jisoo gostaria de ir? — Meu pai me perguntou.

— Gosto da ideia de Gilbratar.

— Então já temos o suficiente, só falta o espaço na agenda. — O assunto seguinte foi o casamento e eu com certeza não queria falar sobre isso, então apenas me retirei da sala de jantar com minha avó antes de servir a sobremesa.

Depois que me certifiquei de que ela estava acomodada, eu notei a alma mal resolvida logo no fim do corredor. Eu gostaria de não ter noção de que ele estava me seguindo.

— Finalmente livre?

— O que você quer? — Sussurrei olhando para os lados, primeiro por que eu precisava saber se tinha alguém ouvindo e segundo — não consigo olhar para ele.

— Quero saber por que está tão estranha. 

— Por nada. — Cruzei os braços e finalmente ergui a cabeça na tentativa de provar que estou certa, mas existe a possibilidade de ter o efeito contrário.

— Você está quieta demais.

— Sabia que nem tudo se trata de você?

— E do que mais seria? — Ele deu dois passos para frente e eu olhei para a direita, antes de voltar a encara-lo.

— Não sei exatamente, mas é muita modéstia achar que você me deixaria assim.

— Mas que garota atrevida. — Debochou e eu me senti no direito de provocar também, até porque foi ele que me procurou.

— O que aconteceu ontem não foi nada.

— Tem certeza? — Perguntou, e novamente senti a vontade imensa de agarra-lo.

— Já tive experiências melhores.

A Coroa - Volume 1 / ReescrevendoOnde histórias criam vida. Descubra agora