Eu estava quebrada, essa era a única coisa que passava pela minha mente na manhã seguinte. Eu consegui levantar e ir ao banheiro para escovar os dentes, mas voltei para meus cobertores. Até que, de repente, ouvi batidas fortes na porta que me despertaram como um choque.
Coloquei um roupão cinza escuro e fiz um coque no cabelo antes de correr para a porta. Diante de mim tinha um dos guardas do palácio, e isso me assustou mais do que qualquer coisa que poderia ter sido no lugar dele.
— O que aconteceu? — Minha voz saiu por um fio.
— Vossa Alteza. — Ele fez uma reverência. — Peço desculpas pelo horário, mas é uma emergência.
— Que emergência?!?
— Sua Majestade foi submetido a uma cirurgia.
— O que?!?
— A Rainha exige que a senhorita me acompanhe agora. — Pisquei uma ou duas vezes antes de fechar a porta atrás de mim em silêncio e perseguir o guarda pelo caminho.
Não posso chorar, não devo. Ele não me deu nenhuma notícia ruim, é uma cirurgia que terá sucesso. Ainda que ele dissesse que iria faze-la apenas depois do casamento, deve ter tido um motivo importante para realizar isso de modo tão repentino.
A sala que eu estava era grande e vazia. Havia apenas minha avó, minha mãe e minhas irmãs. Parei em frente a minha avó um pouco abatida para beijar sua bochecha, seguido por uma reverência.
— Mamãe. — Agachei meus joelhos em reverência a ela também, que estava ainda pior. As mãos de minha mãe tremiam, e ela estava com os olhos vermelhos de tanto chorar.
— Onde estava ontem? Eu... fiquei preocupada.
— Eu estava dando uma volta lá fora. — Me sentei ao seu lado. — A quanto tempo ele está lá dentro?
— Duas horas. Ele pediu aos médicos que queria fazer a cirurgia cedo o suficiente para que vocês não soubessem. — Olhou para nós. — Mas pedi que chamassem vocês por que eu estou desesperada.
— Estou anestesiada em saber que meu filho, pai das minhas netas, está em uma mesa de cirurgia tirando um dos pulmões.
— Onde está o tio Harold?
— Só familiares é permitido aqui. — E isso se precedeu de um silêncio imenso, por que ninguém teria forças ou coragem para contradize-la nesse momento. Meus olhos encontraram os de Rosé, os lábios dela se moveram em um sorriso tranquilizador, embora eu a conheço o suficiente para saber que por dentro quer chorar tanto quanto minha mãe.
— Com licença. — A porta da sala da cirurgia foi aberta e um médico falou direcionado para minha avó e minha mãe.
— E então? — Jennie estava nervosa, ofegante, quase desmaiando.
— O procedimento correu bem e a recuperação de Sua Majestade promete ser satisfatória. — Ele disse e minha mãe deixou escapar um suspiro de alívio, seguido por uma crise de choro.
— O papai está bem, mãe. — A assegurei, minha mãe sentou novamente no sofá e bebeu a água que ofereceram a ela.
O meu pai ainda não havia acordado da anestesia, Jennie levou a vovó para tomar café e todas nós resolvemos fazer o mesmo. Não que eu de fato tivesse dado atenção à geleia de morango, ainda que seja minha fruta favorita, ainda estou angustiada.
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A Coroa - Volume 1 / Reescrevendo
RomanceO Reino Unido está sofrendo ameaças após perder uma guerra e ficar com os cofres vazios, um rei se aproveita disso e oferece o filho mais novo, Taehyung da Dinamarca, para se casar com a herdeira aparente do trono inglês, Jisoo. Os deveres precisam...