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Se Taehyung já era uma pessoa complicada quando eu o encontrava casualmente, esqueceram de me avisar que seria dez vezes mais complicado compartilhar uma rotina com ele.

O combinado era que ficaríamos separados, mas ele parece não ter entendido justamente essa parte.

Brigamos feio na primeira noite, quando ele descobriu dos apartamentos separados, passou a me provocar em qualquer oportunidade que ele tinha.

Durante o nosso jantar, Taehyung estava falando sobre a injustiça de eu ter ficado com o “apartamento maior”. Estaremos viajando para o Quênia, mais especificamente em Nairóbi, amanhã de manhã, e em cima da minha penteadeira havia um discurso que eu precisava gravar.

Quando finalmente me vi sozinha no meu quarto, eu comecei a ler o texto que viria a ser meu primeiro discurso em uma turnê.

— O meu marido e eu, estamos emocionados com a...

— Estamos emocionados com o que? — Taehyung perguntou abrindo a porta, ele estava sem camisa e se deitou na minha cama casualmente.

— Não te ensinaram a bater na porta?

— O que está lendo?

— É o meu discurso.

— É muito grande?

— Não.

— Então resume com suas palavras, honey.

— Eu não posso chegar lá e falar simplesmente o que eu bem entender.

— Pode sim, desde que não fuja do contexto.

— Não posso, não sob pressão. Tenho medo de errar.

— Todo mundo erra.

— Sou representante do meu pai. Estou falando por ele, não por mim.

— Não vou discutir, mas você precisa dormir. Já está tarde.

— Isso não é da sua conta.

— Estou apenas me preocupando com você.

— Seu idiota. Suma daqui.

— Só quando você admitir que eu estou certo.

O encarei calada.

— Vou dormir só porque eu estou muito cansada.

— Vamos lá, hora de dormir. — Tae se levantou e me carregou até a cama, resmunguei e chutei sua perna. Ele ignorou e se deitou ao meu lado.

— Agora dorme.

— Sabia que eu odeio você?

— Jura?

— Juro.

— Não posso dormir agora. Eu estou com a cabeça cheia. Principalmente de preocupação com o meu pai.

— O que tem ele?

— Nada... estou só com saudades dele.

— É tão ruim morar comigo? — Tae estava enrolando uma mecha do meu cabelo no dedo.

— É.

— Uma das coisas que eu mais gosto de apreciar é sua relação com o seu pai. Tenho uma certa inveja, porque meu pai sempre foi terrível comigo.

— Mountbatten.

— Eu até acho incrível você ter um pai. Isso torna você muito mais especial. Ele se preocupa com você, está sempre me ligando.

A Coroa - Volume 1 / ReescrevendoOnde histórias criam vida. Descubra agora