limites

219 17 0
                                    

Jisoo

Hoje era para ser um dia de feriado para nós, britânicos, e um dia de festa para os americanos. Mas isso não aconteceu, pois  Taehyung e eu voltamos para Buckingham naquele mesmo dia acompanhado as notícias que saiam sobre a saúde de George Graham no avião.

— Estou tendo uma terrível sensação de dejavu. — Comentei me lembrando do dia que soube do falecimento do meu pai.

— Sinto muito. — Ele me respondeu.

Não era de bom tom que a chefe de Estado estivesse em sua casa de férias enquanto um líder importante estava sofrendo naquelas circunstâncias de um tiro no peito no meio da sua posse presidencial, era um atentado.

E isso torna tudo ainda mais perturbador, eu nem precisava de dois neurônios para saber que o Parlamento começaria a ligar para que eu voltasse para Londres e estivesse por perto para estar em segurança.

Soubemos que ele estava em estado grave e desse momento em diante, as atualizações não eram boas.

George havia ficado em Sandringham, ele mesmo pediu para ficar com a vovó.

O que me deixa mais tranquila, ele não precisaria presenciar o clima terrível que se instaurou entre eu e o pai dele.

Não por que brigamos, mas porque estávamos tensos e sem conseguir falar muita coisa, apenas perdidos em nossos pensamentos durante toda a viagem e as poucas horas que se passaram desde que chegamos.

Quando havia escurecido e eu já estava prestes a deitar, eu fiz uma oração pela vida de George Graham. Em seguida, eu tirei os meus brincos e joguei o edredom para o lado, me enfiando embaixo das cobertas para apreciar um pouco o silêncio do apartamento.

Não por muito tempo, me assustei quando Taehyung abriu a porta, me procurando com o olhar.

Quando me encontrou, suspirou com pesar.

- Ele se foi, honey.

Suspirei, sentindo ele se aproximar e beijar o topo de minha cabeça.

- Vamos esperar até amanhã... ver o que vai acontecer. Provavelmente eu terei que me pronunciar. - Eu disse e ele murmurou concordando, me deixando novamente sozinha.

Eu, que já estava sem cabeça para pensar em alguma coisa, não me movi por longos minutos, mas meu silêncio foi cortado pelo toque do telefone ao lado da cama.

Me estiquei para atender.

- Alô?

- Oi, filha. Como você está? - Minha mãe perguntou com a voz baixa.

- Estou triste, é uma perda terrível.

- Não há motivos para isso. George Graham abandonou você em Gana, Jisoo. Ele não era um bom homem.

- Poderia ter sido eu, mãe.

- Nem insinue uma coisa dessas, Jisoo!

- George está bem? - Eu mudei de assunto.

- Sim, ele está. É querido demais, e um cavalheiro com Alice. - Eu sorri.

A Coroa - Volume 1 / ReescrevendoOnde histórias criam vida. Descubra agora