boa dupla

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— É claro que, nós poderemos ter nossas próprias vidas dentro desse casamento. — Acrescentei. — Não pretendemos gostar um do outro.

— Claro que não. — Ele tossiu. — Nada vai mudar, vamos continuar sendo os mesmos.

— Clarence House é grande o suficiente para que a gente não se encontre durante semanas. — Eu sorri, de repente cogitei que isso até poderia dar certo.

— Durante semanas?

— Sim.

— Então quem eu vou perturbar?

— Procure outra pessoa. — Dei de ombros e bebi um pouco do café. Eu não consumo muito café dentro de casa, na verdade a bebida favorita da minha mãe é chá.

Taehyung e eu passamos uma ou duas horas falando sobre o que seriam nossas manias, preferências e opiniões, e para a minha surpresa, foi uma conversa que surgiu naturalmente.

— Você compete? Tipo... cavalga? É atleta?

— Não, não sou atleta. Mas de vez em quando sim, participamos de alguns campeonatos. — Ele me encarou, surpreso. Tudo bem, bastou ele dar uma brecha para eu começar a falar sem parar de Asad.

— Eu servi as Forças Aéreas da Dinamarca quando fiz dezoito anos. O meu pai não deixou eu continuar, ele disse que eu estava me iludindo e que eu não era bom de verdade em pilotar.

— Isso é ridículo.

— Eu sei, brigamos muito feio por causa disso. Até meu irmão, Namjoon, brigou.

— Talvez... talvez o meu pai deixe você fazer parte das Forças Aéreas britânicas.

— É, talvez. — Ele deu de ombros. — Mais uma coisa sobre você.

Uma das minhas maiores vontades é ser mãe.

Ele não precisa saber disso.

Definitivamente não vou ter filhos com ele. Comecei a amadurecer a ideia de que não terei gerações, após minha morte, Jennie e a descendência dela assumirá.

— Não tem mais nada de interessante sobre mim.

— Tem certeza? — Ele ergueu as sobrancelhas.

— As vezes eu toco piano. — Dei de ombros e ele assentiu.

— Uma vez, quando eu fui esquecido no internato na época do Natal, eu pulei da janela do primeiro andar só para que chamassem meu pai para me ver.

— E ele foi?

— Não, ele mandou a babá me buscar e me levou para Copenhage. Mas ele fez questão de ir para outra propriedade, só para não me ver. E ainda levou meu irmão.

— Não tem avós ou tios?

— Meu pai brigou com os meus tios e os mantém fora do país... minha avó era a rainha da Dinamarca e morreu quando eu era criança. Meu avô foi logo depois. Se amavam muito.

— Lembra deles?

— Sim.

— Eu me lembro vagamente do meu avô. Ele morreu quando eu tinha seis anos.

A Coroa - Volume 1 / ReescrevendoOnde histórias criam vida. Descubra agora