- Sim, não pude acreditar que mamãe fez isso. - Carla disse paralisada, prendendo o choro. - Ela nunca havia feito nada mais do que nos agredir, mas isso há muito tempo. Nós deveríamos ter...- Hey... - Stéfani diz segurando sua mão e olhou de relance para a advogada que mantinha a cabeça baixa esperando o momento íntimo delas acabar. - Não dá mais para mudarmos isso, é melhor não nos machucarmos dessa forma. - A mais nova assentiu cabisbaixa. - Como você está?
- Como eu estou? - A irmã dela perguntou incrédula. - Você é que foi presa injustamente, não eu. Como você está? - Stéfani suspirou.
- É, mas você também perdeu um irmão.
- Você não precisa ser tão empática o tempo inteiro, Té. Eu estou me virando aqui fora e eu vou te tirar daqui. - Carla disse com determinação. - Essa é nossa advogada, Natalie Smith, perdão não lhes apresentar antes. - A mulher estendeu a mão para Stéfani e apertou de modo formal.
- Temos boas e más notícias para você, senhorita. - A advogada Smith anunciou. Stéfani analisou que ela vestia um conjunto social cinza, com uma blusinha branca por baixo. Sua saia batia um pouco abaixo do joelho e sua expressão era solene.
- Diga qualquer uma primeiro, pior do que estou, só morrendo. - Stéfani disse dando de ombros.
- Certo. A boa é que ainda nessa semana juntaremos provas o suficiente para te tirar daqui. - Ntalie disse, apoiando as duas mãos sobre a mesa de alumínio. - E a má é que, embora sejam uma família rica, a juíza decretou a próxima audiência somente em seis meses. - Os olhos de Stéfani se esbugalharam.
- O quê? - Exclamou atônita. - Vou ter que ficar seis malditos meses aqui?
- Infelizmente o julgamento já foi finalizado e para reabrir o processo a fila é enorme, é fim de ano, temos poucos juízes neste estado, teremos que esperar. Não posso oferecer dinheiro, seria suborno. - Stéfani levou as duas mãos até seu rosto e meneou a cabeça, aflita demais para processar a informação.
- Virá me visitar com frequência? - Stéfani indagou à sua irmã.
- Vou dar meu melhor, com isso das papeladas da Jessie e meu trabalho, você sabe... - Sua frase morreu, contudo Stéfani assentiu.
- Se não conseguir vir em menos de três semanas, pode me fazer um favor? - Sua irmã assentiu. - Compre um unicórnio enorme de plástico para nossa sobrinha. É o que ela me pediu de aniversário. - disse tristemente. - E diga que foi presente da tia Té.
- Tudo bem, agora precisamos ir, mas se cuida, maninha. - Carla disse, dando um rápido abraço em sua irmã. - E se mantenha fora do alcance das garotas daí, são perigosas. Não diga a ninguém que você é rica e tudo ficará bem. - Stéfani assentiu e se despediram.
Quando a policial lhe colocou no pátio novamente, a primeira coisa que Stéfani notou foi o par de esferas castanhas sobre si e, instantaneamente, o aviso da policial Jojo soou em sua mente: "Não a encare, ela não gosta."
Se não gosta, então por que fica encarando também? Pensou Stéfani, mas desviou os olhos mesmo assim, afinal, não queria brigas, muito menos em seu primeiro dia ali.

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PRESA POR ACASO
FanfictionO que você faria se por um golpe do destino você fosse presa mesmo sendo inocente? Stéfani Bays não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o melho...