CAPÍTULO 32

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- Hoje é meu dia de ir lavar o banheiro. - Thabata reclamou e Stéfani fez uma careta.

- O meu foi ontem. - Ela respondeu e Mirella sorriu.

- O meu não foi semana passada e nem essa. Acho que esqueceram de mim. - Ela falou e Stéfani olhou desapontada para a semente da fruta em sua mão.

- Mi, minha maçã acabou. - Stéfani disse e fitou sua namorada. - Eu queria outra. - falou e a morena de olhos chocolate ergueu a cabeça para olhar para o lugar aonde deixavam as frutas.

- Olha que sorte, Té. Ainda há frutas. - Ela disse e Stéfani deitou a cabeça em seu ombro.

- Busca para mim? - Ela pediu com a voz manhosa e Mirella riu.

- Está bem. - Ela replicou após alguns segundos, se esquivando da loira antes de ir buscar a fruta.

- Ela ficou frouxa demais, não é certo explorar ela assim, Stéfani. - Thabata falou e a loira riu.

- Não a estou explorando. - A maior rebateu. - Eu pedi para ela, ou seja, ela teve a opção de dizer não. 

- Céus, ela está apaixonada. Não te dirá não para essas coisas que te agradam. - Thabata falou e Stéfani sorriu.

- Aqui está. - A voz de Mirella soou atrás de Stéfani e a loira se virou, pegando a fruta e esperando Mirella se sentar ao seu lado novamente para se inclinar e depositar um beijo manso em seus lábios. 

- Obrigada. - Ela disse sorrindo. - Mas você sabe que pode dizer não quando eu te pedir algo, não é? - Stéfani indagou e Mirella assentiu.

- Eu sei, mas gosto de te dar todos os sim's possíveis. - Ela replicou e Stéfani mordeu o lábio inferior.

- Então... - Stéfani começou, inclinando-se sutilmente para sussurrar algo no ouvido de Mirella - Que tal dizer sim para a ideia de irmos para nossa cela para eu te dar alguns orgasmos, hm? - Indagou sensualmente, pincelando seu nariz ao longo do pescoço da morena - Essa noite a gente nem fez nada disso, apenas dormimos.

- Sua proposta é muito tentadora. - Mirella disse respirando fundo, ouvindo o riso genuíno da loira. 

- E então? - Stéfani perguntou mordendo o lábio inferior.

- Stéfani Bays! - A voz firme de uma das policiais soou e a loira a olhou instantaneamente.

- Sim, senhora?

- Visita para você. - Ela disse e Stéfani franziu o cenho.

- Mas não estamos em horário e nem em dia de visita. - Ela falou confusa.

- Vai recebê-la ou não? É a sua advogada. - A mulher disse sem paciência. 

- Oh. - Ela falou assentindo. - Eu já volto, pensa no que eu disse. - Stéfani falou, se inclinando e dando um selinho em Mirella antes de se levantar e seguir a policial.

Caminharam em silêncio até o lugar, tendo sido algemada no percurso. Quando chegaram lá a advogada voltou a pedir que a soltassem e assim a policial o fez. Stéfani agradeceu com um sorriso, porém a expressão solene no rosto de sua advogada quase lhe trouxe náuseas.

- Devo admitir que me surpreendi com sua visita inesperada. - Stéfani falou, se aproximando alguns passos. - Não se supõe que eu sairia só em alguns meses? - Smith assentiu. - Então a que devo a honra de sua visita? 

A morena suspirou e ajeitou os óculos que usava. Ela alisou seu blazer preto e endireitou sua coluna, encarando Stéfani no momento seguinte. 

- Eu não sou a favor de injustiças senhorita, quero deixar isso claro antes de tudo. - Stéfani arqueou uma sobrancelha e uma sensação de mal-estar varreu sua paz interior naquele momento.

- Por que diz isso?

- Eu fui contratada por sua irmã após sua audiência. - Ela começou. - Porém levo meu trabalho à níveis elevados e, por determinada razão, eu fui procurar o advogado que representou a senhorita no tribunal. - Stéfani assentiu atenta. - E o que descobri não me atraiu de forma alguma. 

- Por favor, explique-me. - Stéfani pediu aflita, cruzando os braços.

- Eu estranhei o fato de um advogado tão bom não ter conseguido resolver uma simples coisa. Seu caso era simples, era apenas localizar a pessoa da farmácia e pronto, não teriam como te prender.

- O que está sugerindo? - A morena umedeceu os lábios e se aproximou um pouco mais. 

- Eu fui procurar a pessoa dessa farmácia e ela tinha desaparecido. Me deixei guiar pelo instinto e segui os rastros do cartão de crédito dessa pessoa, senhorita, e quando a encontrei aleguei que ela poderia ser presa caso se negasse a comparecer no julgamento. - Falou. - Claro que eu já tinha provas de sua inocência, porém quis ir à fundo e, bem, a amiga de Enzo ficou com tanto medo que acabou confessando ter sido comprada para se afastar. - Stéfani arregalou os olhos em total surpresa. 

- Oh meu Deus! - Exclamou boquiabierta. - Quem poderia ter feito isso? - A morena suspirou e a fitou. 

- Sua irmã, senhorita. - Stéfani sentiu de supetão um vazio tão grande que congelou sua alma por um instante. Aquilo não poderia ser real. Por que Carla faria algo cruel daquele jeito?

- Como disse? - Stéfani indagou e a morena arrumou seus cabelos com uma expressão apenada em seu rosto. 

- Foi Carla.

- Vo-você... uh, tem certeza? - Ela questionou e Natalie assentiu.

- Por isso vim lhe procurar. - Advertiu. - Eu me demito do posto de sua advogada, pois sou completamente contra esse tipo de ação, a menos que a senhorita que me contrate. 

- Eu... - Stéfani queria chorar, porém se conteve. - Não acredito que perdi o natal e ano novo aqui, o aniversário de minha sobrinha... - Disse indignada. 

- Não costumo cometer negligências em meu trabalho senhorita, por isso fui a fundo nisso. - Nat disse e Stéfani assentiu.

- Eu agradeço, Natalie. Eu... vou querer, sim, os seus serviços. - Ela disse ainda arrasada demais.

- Ótimo. Prepare-se então, senhorita. Abrirei um novo pedido de audiência, desta vez por fraude. Garanto que em menos de um mês estará completamente fora daqui e muito bem remunerada pelo descuido tanto do estado como do seu antigo advogado. 

- Sou imensamente grata. - Stéfani disse sorrindo fraco. Não podia crer o tipo de monstro que sua irmã se transformara.

- Qualquer novidade eu volto. Passar bem e tenha um ótimo dia, Stéfani.

- Você também, Nat. Obrigada de novo. - A advogada assentiu com um terno sorriso no rosto e se retirou.

O momento onde a policial a algemou, para levá-la de volta ao pátio, mal foi notado por ela. Em sua mente só se passava perguntas e mais perguntas do porquê de sua irmã ter feito aquilo e trazia consigo uma só certeza: Aquilo não ficaria assim. 

PRESA POR ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora