CAPITULO 4.2

1.1K 121 16
                                    


- Finalmente a sós, boneca. - A garota diz distribuindo beijos ao longo do pescoço de Stéfani. A menor acertou o joelho no meio das pernas da outra garota mais alta porque apesar de não ter a genitália masculina ela sabia que aquilo doeria também. 

A garota se retorceu em cima dela, mas logo pressionou seu joelho contra a intimidade de Stéfani. Visivelmente ela era mais forte, Stéfani sabia porém não deixaria as coisas serem tão fáceis assim.

- Eu vou gritar. - Bays resmungou empurrando ela. - Mas você não vai me tocar.

- Você está fazendo as coisas mais difíceis para mim. - A garota disse se levantando e pegando algo que Stéfani não soube identificar o que era, antes de bater contra as grades do lugar. Instantes depois uma policial loira apareceu e Stéfani suspirou aliviada.

- O que quer, Campbell? - A policial perguntou secamente.

- Preciso que cuide do perímetro para mim, vou me divertir um pouco. - Ela disse e a policial entortou uma sobrancelha.

- Você é uma filha de uma mãe, Adéle. - A mulher disse suspirando. - Quero os três mil na conta amanhã por esse favor, se não as coisas vão se complicar para você. - Stéfani arregalou os olhos.

- Fechado. - Adéle disse sorrindo se virando para a mais baixa. - Parece que teremos uma longa noite boneca. - Ela disse indo até sua cama e pegando um lençol o pendurando nas grades para tampar a visão das outras celas.

- Você não vai tocar em mim. - Stéfani disse se afastando da cama e indo para o canto do vaso sanitário.

- Oh, eu vou. - A mulher disse sorrindo prepotente. - Mas não se preocupe, você terá a minha proteção, ninguém aqui vai arrumar encrenca com você e bem, diga-me o que sentir vontade de comer que eu te arranjo. - Ela disse retirando sua camisa e deixando seus seios à mostra.

- Você quer dizer além de você? - Stéfani perguntou e a garota sorriu.

- Você tem garra, admiro isso em você, mas acho que precisa entender como as coisas funcionam aqui. - A garota diz se aproximando de Stéfani antes de tentar puxá-la para si.

Stéfani a empurrou mas a garota acabou puxando-a junto, fazendo ambas rolarem pelo chão. A garota inverteu as posições e subiu em cima da de olhos verdes que ergueu um braço e puxou o lençol da grade, deixando as outras de fora verem o que acontecia ali.

Ela se levantou ao chutar Adéle e encostou o rosto na grade gritando a plenos pulmões por socorro, mas sentiu uma dor lancinante ao sentir seu rosto ser empurrado contra o ferro com força. 

Seus olhos captaram a imagem do olhar preocupado de Tays na cela distante, à frente dela. Sua cabeça foi acertada outra vez contra o ferro antes de sentir uma lágrima escorrer de seus olhos e a garota agarrar seu corpo rasgando sua blusa.

Ela olhou uma última vez suplicante para a garota da cela à frente, vendo Tays começar a bater algo contra sua grade sem falar nada, como se não quisesse ser reconhecida por ser a causadora do que viria a seguir: Todas as outras começaram a bater em suas grades, gerando assim os gritos de "Briga, briga, briga."

Um minuto depois havia três policiais abrindo sua cela, com armas apontadas para elas.

- Virem-se e mãos na cabeça, sem gracinhas. - Uma delas disse e ambas obedeceram. - Quem começou isso? - Ambas se calaram, até que a voz da cela ao lado surpreendeu Stéfani. 

- Foi a Campbell, eu ouvi tudo. - A garota disse, Stéfani conhecia aquela voz, era Lidi a garota da fila.

- Vai se foder, Lidiane. - Adéle gritou e a risada do outro lado da parede ecoou.

- Boa sorte na detenção. - Ela retrucou.

- Você vem comigo! - A policial disse para Adéle. - E você... enfermaria. - Completou apontando para Stéfani. - Está livre desta vez, mas se arrumar mais brigas será a próxima naquela detenção. - A mulher disse seriamente e Stéfani assentiu sendo levada por uma das policiais para a enfermaria.

Seus olhos olharam agradecidos para Tays que tinha uma expressão preocupada no rosto, provavelmente pelo sangue que Stéfani sentia escorrer de sua testa. 

No caminho apenas a duas celas da sua, seus olhos captaram um par de olhos castanhos analisando confusa as duas policiais levarem Adéle sem a parte de cima do uniforme, com os seios à mostra, logo ela encarou Stéfani que vinha atrás com a outra policial. Mirella analisou minuciosamente cada pedaço de seu estrago: Sua camisa rasgada, onde mostrava uma parte de um de seus seios, o lábio cortado e a testa sangrando. Stéfani não viu muito, afinal passou rápido por ela, mas jurava ter visto os dedos brancos se apertando contra as grades como se algo a tivesse realmente enfurecido.

PRESA POR ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora