CAPITULO 5.2

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- Você se deu mal pegando a mesma cela que ela, aquela mulher é perigosa. - Stéfani suspirou, vendo Mirella se levantar com a latina e saírem.

- Eu percebi.

- Nem a Fernandez enfrenta ela, elas se evitam. - Lidi disse, começando a comer sua maçã. - Todos sabem que a Fernandez ganharia ali, inclusive ambas, mas elas não se bicam, é como se fugissem de confusão. - Stéfani estranhou aquilo.

- Elas... costumam travar guerras inesquecíveis de olhares, hm? Para mostrar quem manda. - Stéfani disse e Tays riu baixinho.

- Não. Elas sequer se olham, nenhuma invade o território da outra. - Mirella praticamente expulsará Adéle com o olhar no dia anterior no banheiro, pensou Stéfani ainda mais confusa.

Passaram o restante do tempo conversando e definitivamente Tays tinha razão, Lidi era um amor de pessoa.

Mais tarde naquele mesmo dia, Stéfani se dirigia até o pátio no intervalo para tomarem sol, porém sentiu seu corpo sendo puxado para trás e alguém tampar sua boca. Sua primeira reação foi se espernear, mas foi em vão.

- Calma aí que ninguém quer te machucar, é só uma conversa. - Stéfani ouviu alguém dizer, no entanto não conhecia aquela voz.

Deixou-se ser arrastada até o corredor das celas quando viu que não tinha mais forças para lutar. Quando seu corpo foi jogado dentro de uma das celas, seus olhos se arregalaram em surpresa. Mirella Fernandez estava deitada na cama de cima a olhando intensamente.

- Ela é magrela, mas tem força. - A morena, que agora Stéfani podia identificar ser a garota que sentara com Mirella no horário da refeição, disse.

- Deixe-nos a sós, Tha. - Mirella disse e a morena assentiu, saindo da cela e ficando de vigia do lado de fora da mesma para ninguém incomodar, enquanto segurava a ponta do lençol que tampava a visão para dentro daquela cela.

- O que... o que quer? - Stéfani perguntou. A verdade era que ela se atrevia a encarar Mirella enquanto estava longe, mas perto daquele jeito sentia-se intimidada.

Aquele castanho perfurante a desconcertava completamente. Será que era por ela encarar que estava ali? Deveria ter ouvido a policial Jojo quando teve a chance.

- Você vai dizer a todos desse maldito lugar que você está comigo, que agora é minha mulher. Entendido? - A voz soou firme, causando involuntariamente arrepios no corpo de Stéfani. 

- Não sou sua mulher. Apanhei ontem de outra pessoa por ter esse mesmo pensamento e você pode mandar sua capacho entrar aqui agora mesmo e me arrebentar, mas você não vai tocar em mim. - Disse firmemente, nem sabendo de onde havia saído tanta coragem. Seu coração batia descompassado em seu peito, claro, acabara de se opor a algo que a pessoa que julgam ser a líder absoluta de tudo pediu.

Ela, certamente, não duraria até o fim dos seis meses. Seus pensamentos foram cortados quando ela viu a figura em sua frente pular da cama de cima no chão e se aproximar dela, que, sem perceber, deu dois passos para trás.

Suas costas tocaram a parede e seus olhos fitaram a garota em sua frente, a centímetros de distância dela agora. Prendeu a respiração ante àquela aproximação.

- Eu acho que eu não fui clara o suficiente. Você vai dizer a todos, inclusive às suas amiguinhas, que agora é minha mulher. - Falou roucamente. - E em mulher de Mirella Fernandez, ninguém, preste atenção, ninguém toca. - Stéfani piscou confusa quando a outra se afastou.

- Você não vai tentar nad...

- Já pode dar o fora. - Mirella disse friamente e Stéfani franziu o cenho. Mirella disse que era para ela dizer...

Espere! Estaria, Mirella Fernandez, oferecendo proteção gratuita? Não teve tempo de perguntar, porque o toque para o banho soou, fazendo-a sair dali com um enorme ponto de interrogação em sua cabeça.

PRESA POR ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora