CAPITULO 8.2

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- O que...

- Desde o primeiro dia que vi aquela garota eu coloquei meus olhos nela e falei com ela, não tenho culpa se ela demorou um dia para se decidir. - Mirella continuou. - Então acho bom vocês quatro sumirem da minha frente, porque não estou nada contente em me lembrar que essa filha de uma puta... - apontou para Adéle. - Está de olho em Stéfani. 

- Você a forçou, Adéle? - Uma das garotas questionou e a mulher suspirou. - Responda, desgraçada! - Ela elevou a voz segurando o maxilar da mulher antes de apertar com força. - Você me fez perder o maldito tempo sendo que você é a errada?

Mirella sentiu o corpo delicado lhe abraçar por trás e sabia que era por medo de sangue começar a rolar. A menor suspirou e se virou ligeiramente passando um braço pela cintura de Stéfani. 

- Estamos bem. - Mirella sussurrou no ouvido da mais velha e a loira assentiu ainda assustada. Seu mundo era de segurança, riqueza, pessoas civilizadas, dinheiro e, bem, mais dinheiro.

E Mirella sabia disso.

Por isso, quando sentiu Stéfani se aconchegar mais em seu abraço, soube que aquilo não era para ela, aquela vida não pertencia àquela garota. Mirella só queria que ela não tivesse medo.

O primeiro soco foi desferido com tanta força no meio da cara de Adéle por uma delas, que só então Mirella percebera que não havia ouvido o fim da conversa delas, tamanha era sua preocupação com o corpo delicado entrelaçado com o seu.

- Por aqui. - A mais nova disse puxando Stéfani pela mão para se afastar do aglomerado. Ela sabia que em poucos segundos o estrago aconteceria.

Mirella envolveu o corpo da loira em um abraço por trás quando viu balas de borracha ricocheteando contra o chão, indo em várias direções.

- O que foi isso? - Bays perguntou assim que chegaram na cela de Mirella e a mesma soltou seu corpo.

- A forma como as policiais separam as brigas quando uma das líderes estão envolvidas.

- Isso inclui você? - Stéfani perguntou e Mirella cruzou os braços mantendo a postura séria.

- Eu nunca briguei. - Stéfani arqueou a sobrancelha em total confusão.

- Mas você ganhou da antiga líder. - a morena a fitou compenetrada. 

- Quem te disse isso? - perguntou surpresa e Stéfani suspirou.

- Eu ouvi por aí. - Ela disse, não entregaria Tays, e não era por dedo-duro não durar ali, e sim porque tinha um grande carinho pela mulher apesar de pouco tempo.

- Não interessa como aconteceu, eu só não passei por aquilo lá. - Mirella disse e a outra assentiu, ainda curiosa, porém se limitaria àquilo.

- Obrigada por dizer aquilo e livrar a minha barra da Adéle. - a de olhos verdes disse gentilmente e Mirella negou com a cabeça suspirando.

- Estou preocupada com você. - Mirella confessou sem sequer perceber. - Elas bateram naquela garota e não deveria ter acontecido isso. - Ela disse se sentando na cama de baixo antes de apoiar os dois cotovelos em suas pernas. - Ela pode ser um tanto desequilibrada quando está furiosa.

- Você acha que ela, huh, vai para a detenção? - Stéfani perguntou assustada.

- Duvido muito. Ela tem quase todas as guardas compradas.

- Quanto você acha que elas aceitariam para não ajudarem mais ela? - Stéfani perguntou e Mirella franziu o cenho.

- Por quê?

- Tenho um, bem... um amigo... Amigo distante... Bem distante, que pode me arrumar o dinheiro emprestado. - disse fitando o chão e Fernandez se levantou, se aproximando dela.

- Então diz para o seu amigo distante e rico que eu vou dar um jeito nisso. - Mirella falou e Stéfani tremeu devido ao tom que a morena usara, sentindo o medo de Mirella ter suspeitado de que ela fosse rica.

- Você tem esse dinheiro? - Stéfani perguntou e Mirella riu.

- O dinheiro que eu tenho eu guardo para outra coisa. -  disse seriamente. - Mas sei como resolver isso tudo, não se preocupe.

- Tem certeza? - Stéfani perguntou ainda temerosa e Mirella assentiu.

- Em mulher minha ninguém toca, eu já disse. - a morena disse com um princípio de sorriso e Stéfani suspirou.

- Não sou sua mulher, Mirella - a outra disse baixinho. - Não de verdade. - Finalizou brincando com a borda de sua camiseta laranja.

- Não, não é. - Mirella disse singelamente. - Mas ninguém precisa saber disso. - Os olhos verdes se ergueram acompanhando seus longos cílios, sentindo pela primeira vez em muito tempo que alguém estava realmente cuidando dela.

- Obrigada. - Bays disse baixo e Fernandez assentiu. 

- Agora vá para a sua cela, hm? Vou resolver isso. - disse e Stéfani mordeu o próprio lábio inferior.

- Você não irá matá-la, irá? - perguntou cautelosamente, a morena a olhou franzindo o cenho, explodindo em uma risada harmoniosa no momento seguinte.

- Não, eu não vou matá-la. - Mirella disse ainda rindo.

- Me sinto melhor. Eu não gostaria de saber que alguém morreu por minha culpa. - Os olhos de Mirella enegreceram e repentinamente se tornaram vazios.

- Sem violência, eu prometo. - Ela disse limpando a garganta e Stéfani concordou com a cabeça. - Agora vá e fique tranquila.

- Está bem. - A mais alta disse dando um passo à frente antes de tocar suavemente seus lábios contra a pele do rosto da morena. - Obrigada de novo.

A mais velha sussurrou, sumindo de dentro da cela minutos depois. Mirella colocou a cabeça para fora e quando viu que Stéfani já tinha entrado em sua cela respirou fundo antes de se encostar na parede e fechar os olhos, levando uma de suas mãos até o local onde a maior havia beijado.

Balançou a cabeça ao perceber o que fazia e voltou a adotar a expressão fria em seus rosto, saindo dali com um único objetivo: A segurança de Stéfani. 

PRESA POR ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora