CAPITULO 2.2

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- Você é engraçada. - Disse. - Não é como se tivéssemos opção. Se não fizermos por vontade própria, uma hora ou outra alguém fará a força. - a morena engoliu em seco. - Nem todas são assim, mas algumas... - A garota deixou sua frase morrer ao dar de ombros.

- Quem... quem é aquela? -- Stéfani perguntou, apontando com o queixo para a garota de olhos castanhos que ainda a fitava sem pudor.

- Mirella Fernandez. Não deveríamos falar dela, é a líder absoluta.

- Ela não para de me olhar. É intimidador isso. - Bays reclamou e a garota arregalou os olhos.

- Ela te olha? - assentiu. - Talvez você quebre o título dela de intacta.

- Intacta?

- Sim. Ela está aqui há quase três anos e se tornou a líder no primeiro ano, quando derrotou a antiga líder. - Falou baixo para ninguém mais ouvi-las. - Ela jamais pegou alguma novata para ela.

- Por que ela está aqui? - Stéfani não se conteve em perguntar, vendo a outra dar de ombros.

- Ninguém sabe ao certo. Umas dizem que ela matou três pessoas à sangue frio, outras dizem que esquartejou a ex-namorada, mas a verdade é que nunca saberemos, porque ninguém ousa perguntar. - Stéfani assentiu e se calou.

Teriam que tomar banho em alguns minutos e logo voltar para a cela. Cela, lá estava o novo medo de Stéfani, afinal ela não sabia com quem dividiria o espaço. 

- Está aqui por quê? - Tays perguntou e Stéfani se remexeu em seu acento.

- Um engano. - Tays riu baixinho e assentiu.

- Todas dizemos isso, até o momento que nos conformamos em assumir nossa culpa. - Ela disse. - Do que foi acusada?

- Assassinato. - Disse seriamente.

- Uou, interessante. E quem você matou?

- Não matei ninguém. - Stéfani disse firmemente e com a expressão de irritação em seu rosto.

- Quem te acusaram de matar? - A garota reformulou a pergunta.

- Meu irmão e de tentar matar minha mãe.

- Nossa. Quanto tempo pegou? - A garota perguntou curiosa.

- Vinte e dois anos.

- Bem, sua pena pode se reduzir para mais da metade disso se você se comportar. Eu mesma, peguei sete anos, estou aqui há dois anos e meio e saio no próximo semestre se manter a boa conduta.

- Minha pena implica em não ter direito à redução de pena por bom comportamento ou por pagamento de fiança. - Stéfani explicou. - O que fez?

- Roubo de carro e presa em flagrante.

- Pegou tudo isso por roubo de carro?

- Eu não sabia que era do senador. - Stéfani abriu a boca surpresa, mas aparentemente a garota estava acostumada com aquilo.

- Bem, logo sairá daqui então. - Stéfani disse, voltando a olhar para a garota de olhos castanhos. Ela sabia que deveria seguir o conselho da policial Jojo, mas não entendia o porquê de ser tão observada.

- Sim. Reparei que tem três de olho em você. - Tays disse. - Por sorte a minha não está.

- Não entendi. 

- Às vezes elas trocam de parceiras e as antigas ficam desprotegidas novamente. Tem vezes que elas ficam com mais de uma parceira. Sabe a tatuada? - Stéfani assentiu assim que viu que Tays se referia à garota da fila. - Seu nome é Lidiane, mas a chamamos de Lidi e acredite, não é pelo nome. - A garota revelou. - É porque a cada nova cicatriz ela faz uma nova tatuagem em cima.

- Oh. - Stéfani disse levemente assustada.

- Ela parece estar de olho em você, mas não se preocupe. Ela só aparenta ser assustadora, é um doce de pessoa.

- Estou ficando assustada. - Stéfani revelou, rindo fraco e a garota assentiu.

- Desculpe, não foi minha intenção. - Reis disse, olhando para um ponto fixo atrás de Stéfani antes de se levantar. - Preciso ir, minha mulher está me chamando. Até mais. - Disse e saiu, Stéfani olhou para trás e viu uma garota morena cabelo curto até os ombros, porém de riso fácil dando um selinho em Tays. 

A garota suspirou amedrontada em seu interior. Em que furada sua mãe havia lhe metido desta vez? 

PRESA POR ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora