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Hehe, cheguei mais cedo hoje ??? Entaooo, vamos para mais um???
Oq acham de 250 votos e eu volto mais cedo???
Beijos e até o próximo

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                 AT THE MOMENT

"Sou velho e já passei por muitas dificuldades, mas a maioria delas nunca existiu." - Mark Twain.

Demorei a entender que as dificuldades na verdade não eram um diferencial na minha vida e nem na vida de ninguém, ela está sempre lá, ela não é um visitante, é algo constante, está sempre lá. Ninguém está cem por cento bem em momento algum da vida; em qualquer situação, a todos os segundos e em qualquer lugar todos temos algo com o que nos preocupar; então na verdade o que nós julgamos super importante e diferenciado nada mais é do que uma situação corriqueira. Minha avó sempre me disse que tudo o que é comum na verdade é como se não existisse, e é uma das maiores verdades que já ouvi. Por quê só damos a real importância que alguém merece quando ele já não está mais lá? Por que só choramos por algo que perdemos?! Porque quando estava lá para a gente era comum demais, era corriqueiro demais, era como se na verdade a importância deles fosse nula.

A minha maior dificuldade em toda a minha vida foi de entender que todos os meus problemas na verdade eram criados pela minha mente. O futuro é o mal do século. Quando criança eu passava semanas pensando no problema que seria tirar uma nota vermelha; quando adolescente o problema era saber se conseguiria a atenção da pessoa amada; e naquele momento a meu maior medo era perder a minha filha. A gente nunca entende que ao invés de nos preocupar e chorar com a prova que é daqui a semanas podemos na verdade estudar, relaxar e esvaziar a cabeça de pensamentos negativos e se algo realmente der errado eu tenho como fazer uma recuperação depois. A gente nunca entende que se nós estivermos descontraídos, expontâneos e leves é bem mais fácil de se conquistar e conseguir atenção daquele alguém especial do que quando a tensão e o nervosismos são palpáveis no ar. E eu não entendia que minha filha ainda estava viva e que não importa se ela teria um segundo ou cem anos de vida a mais, o que realmente importava era o que eu faria desse tempo que me restava com ela.

Foi necessário quase uma hora para que chegássemos ao hospital, o trânsito estava realmente caótico e quando finalmente passei pela porta de entrada o saguão parecia infinito. Os saltos de Gizelly que corria atrás de mim faziam um barulho cada vez mais acelerado que parecia reger as batidas do meu coração. O desespero não batia a minha porta, ele a arrombava.

- Sou mãe da Sofia Kalimann! - Disse assim que cheguei na recepção, minhas unhas tamborilavam no grande balcão de mármore enquanto a mulher a minha frente digitava algo.

- Identidade por favor! - Pediu tranquila então eu e Gizelly começamos a revirar nossas bolsas e a entregamos os documentos.

- Quinto andar, quarto 307. - Entregou-nos um crachá. - Já tem duas pessoas lá com ela, que são... Flayslane Raiane e Marcela Mc Gowan . - Disse enquanto olhava as fichas.

- Okay, obrigada! - Gizelly disse enquanto corríamos para o elevador que nem por um decreto parecia chegar ao térreo.

- Finalmente! - Disse assim que as portas se abriram.

- Calma, está tudo bem , se não estivesse Marcela já teria ligado. - Gizelly tentou me acalmar.

- Mar não me daria uma notícia ruim por telefone! - Rebati estressada bufando e senti a mão direita de Bicalho pegar a minha esquerda e a segurar firme, automaticamente me acalmando.

- Relaxa, você já passou por isso várias vezes, sabe que é assim mesmo, é rotina... Está tudo bem! - Sorriu amarelo.

- Certo... Está tudo bem! - Sussurrei antes das portas se abrirem novamente e nós corrermos até o final do corredor encontrando Flay sentando com uma xícara de café, mas assim que nós vou pôs-se de pé.

Quiet- Girafa VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora