Quiet- Girafa Version

VI

OIE, VOLTEIII. Obrigado pelas vizu e pelos votos, vocês são demaisss❤🤧
Queria agradecer a todas que interagem e comentam, vocês são incríveis♡
Espero que vocês gostem❤

     
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Eu podia ouvir o barulho das máquinas ao lado, eu sentia o cheiro e o clima de hospital, eu sabia exatamente onde eu estava e reconhecia a cantarolar baixo de minha irmã ao meu lado, eu somente não tinha coragem para abrir os meus olhos.

- Eu sei que já está acordada! - Sua voz baixa invadiu o ambiente e foi aí que não tive mais como fugir e a olhei, seu sorriso de canto no rosto me dava calafrios.

- Ro eu... eu preciso perg...  - Minha voz estava super rouca e saia completamente baixa e o fato dela me interromper deu-me a impressão de que era completamente muda.

- Eu sinto muito. - Seu tom era de pesar e sua voz baixa. - Você está grávida.

- Como assim? Iss-isso não é possível,  como você sabe? Essas coisas não tem que ter exames para comprovar?

- O médico veio aqui há um tempinho, como você estava desacordada e ele não sabia o por quê fez um exame de sangue com pedido de urgência, você apagou por algumas horinhas,  então deu tempo. -Suspirou.

Minha respiração cortou e minha garganta secou, o latejar pulsante em minha cabeça estava a ponto de me enlouquecer, só aí percebi as lágrimas rolarem pelas minhas bochechas e minha irmã mais nova sorriu levemenmente.

- Eu sei que não deveria dizer assim, mas também sei que pelo surto no taxi você já desconfiava. - Respirou fundo. - Vai ficar tudo bem faella, estamos juntas nessa. - Sussurrou levantando, vindo até mim e sentando na beirada da cama.

- Não... - Sussurrei. -Roberta, eu... isso não podia... Foi só uma vez, que droga Ro, o que eu vou fazer agora? - Tapei meu rosto e meu choro já se tornava compulsivo.

- Sinto muito. - Me abraçou. - Mas se acalma, vai dar tudo certo! - Acariciou minhas costas.

- Não, Não vai.. - Resmunguei. - Como vou para a faculdade assim? Eu não cuido nem de mim Ro, eu só transei uma vez e estava completamente bêbada... - Resmunguei aumentando o tom.

- Relaxa, a gente vai resolver isso!

- Como vou contar para o papai e a mamãe? - Separei nosso abraço e observei minha irmã morder o lábio.

- Bom, eu meio que já contei! - Disse com receio.

- O que? - Gritei.

- Me desculpa, eu estava desesperada com você inconsciente aqui no hospital quando o médico me informou que você estava grávida, minha primeira reação foi ligar para mamãe.

- Como eles reagiram? - Foi tudo o que consegui formular para perguntar.

- Eu não sei... - Ela estava aparentemente tensa. -Mamãe simplesmente disse que ela e papai vão sair do trabalho, pegar os gêmeos e vir para cá. Ah, e ela me pediu para chamar o Renato, ele já deve estar chegando!

Eu não me sentia bem para falar mais e minha irmã entendeu isso. Recostei minha cabeça do travesseiro novamente sentindo a angustia e a raiva tomarem conta de mim. Quão burra eu havia sido? Eu tinha sido simplesmente capaz de acabar com o meu futuro e isso era tão doloroso, eu não tinha a mínima ideia do que faria dali pra frente e nesse dia, as consequências de uma imprudência começavam.

Me recostei novamente naquela cama e encarei o teto branco em cima de mim, eu tinha que me manter na linha, tinha que pensar e começar a agir. Querendo ou não tinha uma criança sendo gerada dentro de mim e isso era muito mais do que eu realmente poderia aguentar. Minutos, horas, se passaram, não sei ao certo, e seis pares de olhos me encaravam sem se pronunciar.  Eu já imaginava que seria assim, meus pais sempre foram os melhores, sempre nos apoiaram em tudo, mas também sempre nos mantiveram na linha e nos ensinaram que nossas ações geram consequências com as quais teríamos que conviver, então era claro pra mim que dessa vez não seria diferente.