Capítulo 10.

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Duas horas.

Faziam duas intermináveis horas que Bianca havia visto sua filha sair dali, com dois desconhecidos. A carioca estava tentando manter a calma, essa que já não tinha. Pelo menos por Rafaella, ela tinha que tentar manter. Já bastava ver a mineira desesperada e se culpando, ela não merecia mais uma pessoa surtando.

E não era por falta de vontade, se ela fosse deixar extravasar e demonstrar o que estava sentindo, Bianca já teria arrancado todos os cabelos da cabeça e esperneado no chão, chorado até desidratar. No momento, sentada na sala de espera daquela delegacia, era só isso que ela queria fazer.

Não podia, porém. Rafaella estava ali, sentada ao seu lado e com a cabeça sobre seu ombro, não iria chorar na frente da mineira ajudando a aumentar o desespero dela.

Bianca já havia ligado para Gizelly, a advogada já estava a caminho de Goiânia. Isabella havia ficado em casa, com uma das primas de Rafaella e Genilda estava ali andando de um lado para o outro e questionando.

G: Alguma notícia? - se aproximou do policial.

P: Ainda não, senhora. Tem uma viatura na casa dela e outra na sua, para caso ela se aproxime de ambos locais, e tem mais duas em busca.

A mulher assentiu e se sentou ao lado da nora, deixando um carinho no braço da mesma.

R: O que ele disse? - ergueu a cabeça direcionando para a mãe .

G: A mesma coisa, que as viaturas estão espalhas, mas ainda sem notícias.

R: Eu não entendo o porque disso, mãe! - fungou - Ela não queria ver? a gente deixou! Se queria passear ou sair com ela, era só dizer que a gente ia junto.

B: Eu não acho que ela queria, amor. - levou a mão ao rosto da namorada e deixou um carinho ali - Parece que ela já foi na intenção, e como você tava me dizendo, ela sabia pequenas informações sobre a gente, sobre mim que ninguém disse, tem algo por trás disso.

G: Eu também acho Rafa! - soltou o ar frustrada - Como a gente não percebeu nada, meu Deus!

R: Sobre isso ninguém tem culpa, mãe. A gente tava em casa, quem ia adivinhar que em segundos sozinha ela faria isso? Não era pra ter cedido! - deixou mais um traço de lágrimas escorrerem - Não era. 

B: Não adianta você querer aliviar essa culpa da gente levando ela só pra você, Rafa.- passou a mão pelos ombros da mineira, fazendo-a deitar a cabeça novamente em seu ombro.

G: Vai da tudo certo, ela vai aparecer. Eu vou continuar ligando pra Ana. - tirou o celular do bolsa e tornou a ligar para a mulher.

Horas depois, a capixaba pousou em Goiânia e foi direto ao encontro do casal. Bianca e Rafaella estavam a mais de cinco horas com a filha desaparecida, e se recusavam a sair de dentro da delegacia sem a filha nos braços.

Depois de muito insistir, Genilda junto a Gizelly convenceram Bianca de voltar para a chácara, com a desculpa de que Isabella se recusava a comer com outra pessoa. Bianca tentou levar a namorada junto, porém a mesma insistiu para ficar.

A carioca seguiu rumo a casa com a sogra, se permitindo chorar copiosamente durante o caminho. Quando chegou no local, alimentou a filha e colocou a mesma para dormir. Depois da sogra insistir muito, Bianca comeu um pouco e decidiu ligar para a mãe, por conta da correria a mulher ainda não sabia da notícia.

Durante a ligação tentou muito se controlar para não desesperar a mãe mais ainda. Porém não teve muito sucesso, Genilda tomou a frente e garantiu para Mônica que daria notícias a ela a cada dez minutos, sem falta, já que a mulher queria mesmo ir para Goiânia, e tudo que eles menos precisavam era de mais uma pessoa desesperada ali.

De um para dois - Rabia Onde histórias criam vida. Descubra agora