24/12/2020Bianca acordou com batidas na porta, de início não entendeu quem estaria batendo na porta de um quarto de hotel naquele horário, porém não demorou muito pra lembrar que havia deixado agendado o café da manhã para ser entregue às oito. Normalmente esse horário já haviam levantado, se a noite tivesse sido boa, o que não foi.
Levantou e abriu a porta recebendo o carrinho com a refeição, agradeceu e fechou indo a procurar do celular, varreu o quarto com os olhos e encontrou o aparelho ao lado da tv. Verificou o horário, 7:50. Droga de serviço de quarto que quer impressionar os hóspedes evitando atraso e lhe impediu de mais dez minutos de sono. Mal sabiam eles que o pedido de um berço extra na noite anterior, não atendido, não teria café da manhã adiantado suficiente que compensasse.
Deixou o carrinho ali e foi em direção ao banheiro, fez sua higiene matinal e aproveitou pra tomar um banho rápido antes das outras acordarem. Voltou pro quarto, se trocou e antes de pegar um xícara de café reparou na bagunça que aquilo estava. A única parte arrumada nos armário que tinha ali eram das bebês. Rafaella e Bianca não tinham esvaziados as próprias malas e aquilo estava ficando cada vez mais bagunçado.
Catarina dormia no berço ao lado da cama, e Isabella por sua vez, espaçosa, odiou a ideia de dividir o berço com a outra bebê, passando grande parte da noite na cama com as mães.
Rafaella dormia de barriga pra cima com um dos braços sobre o rosto enquanto tinha uma Isabella também capotada com as pernas na sua barriga e o resto do corpo jogado na cama. Bianca riu da cena, pegou a xícara de café e foi em direção a varanda com vista pra praia que ali tinha. Se apoiou no guarda corpo e ficou entretida com o movimento que estava iniciando na praia, era véspera de natal então a movimentação ia começar cedo.
Perdeu um tempo pensando no que vinha rolando desde o dia anterior e o sorriso não deixou de aparecer no seu rosto. Não ia se cobrar com antecedência, deixaria rolar. Ela e Rafaella tinham a energia parecida e a companhia de outra sempre era boa e leve. Saberiam lidar se não desse certo, elas precisavam saber. Mas não podiam ficar se cobrando sempre disso, se não as coisas não iam andar mesmo.
Não demorou muito pra escutar um grunhido vindo do quarto, deixou a xícara já vazia na mesinha que tinha ao lado e só colocou a cabeça dentro do quarto já avistando a filha sentada no berço e com o típico biquinho de choro que todo bebê faz. Não tinha como, Bianca se culpava por rir sempre que a filha fazia isso, mas achava inevitável. Era a coisa mais fofa da vida.
Se aproximou da filha já tirando do berço.
-Não precisa chorar meu amor, mamãe tá aqui. - Catarina ainda sonolenta deitou a cabeça no ombro da mãe enquanto Bianca ia em direção a cozinha preparar o fórmula da filha.
Preparou o leite da bebê com ela deitada sobre seu ombro e voltou em direção a varanda. Sentando na poltrona e alimentando a pequena.
-Hoje é véspera de natal... - a bebê mamava mas com os olhos atentos na mãe - E vai ser bem divertido! - com a mão livre fazia carinho na cabeça da filha - Tô deixando elas dormirem até agora porque a gente vai sair da rotina hoje pra vocês passarem a virada com a gente né? Primeiro natal merece isso! - a bebê ria deixando um pouco de leite escorrer pela boca - Gostosa! - cheirou o pescoço da neném - E muito cheirosa.
Perdeu mais um tempo brincando com a bebê e não tardou muito pra figura de Rafaella ainda sonolenta aparecer na porta. Com os olhos apenas em um risco por conta da claridade e o cabelo bagunçado.
- Olha só quem acordou! A mamãe. - virou a bebe em direção a Rafaella, a pequena logo se agitou e balançou as pernas dando gritinhos, Rafa riu da cena e se aproximou de ambas sentando no braço da poltrona - Bom dia! - Bianca sorriu olhando pra mineira e colocando a bebê em pé em seu colo, que logo levou as mãos a blusa de Rafaella.
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De um para dois - Rabia
RomanceRafaella e Bianca, ambas mães solos. Uma por escolha do destino e a outra por opção. Uma troca de bebês na maternidade leva ao encontro de ambas, terá sido apenas uma grande confusão ou o destino conspirando ao favor do encontro do seu amor?