De um para dois - Rabia

Capítulo 3.

No fim daquele dia, já tarde da noite, Monica pousou em SP indo direto para a casa da filha. Bianca a poupou de detalhes durante a conversa que haviam tido mais cedo ao telefone, apenas falou que envolvia a filha e que precisava dela.

A mais velha tocou a campainha e a filha já foi ao seu encontro.

- Oi filha! - abraçou em cumprimento.

- Oi mãezinha. - retribuiu forte o abraço da mãe - Vem vamos entrar! - Quer tomar um banho, comer algo antes da gente conversa?

- Eita! - assustou - É urgente assim? - Bianca sorriu triste.

- Eu poderia esperar pra amanhã, mas eu preciso falar com alguém sobre isso, que não seja a Rafaella.

- Quem é Rafaella? - conversavam enquanto bianca a ajudava levar sua mala ao quarto de hóspedes.

- Isso faz parte da explicação mãe! - gargalhou - Vai tomar um banho, vou preparar algo pra você comer e te explico tudo, ok? - A mãe assentiu e foi em direção ao banheiro.

Bianca foi conferir se estava tudo bem com a filha dormindo no quarto ao lado, e desceu em direção a cozinha. Esquentou a pizza e arrumou a mesa, logo avistou sua mãe descendo as escadas com Catarina nos braços.

- Ue? - Foi ao encontro delas e pegou a filha - Ela só era pra acordar daqui umas duas horas - estranhou - Comeu faz pouco tempo.

- Passei na frente do quarto e escutei ela reclamando no berço.

- Ou você a acordou! - encarou a mãe que gargalhou e Bianca bufou - Mãe sempre que você vem aqui, ela sai da rotina! - revirou os olhos - Vamos, pra você comer logo se não vai esfriar.

- Você não ia fazer algo pra mim? - apontou pra pizza e sentou em seguida, Bianca colocou a filha no cadeirão e sentou ao lado.

- Comprei pizza mais cedo, pra que melhor? - Monica negou e bufou rindo, logo se servindo.

- Então, vai me contar quem é Rafaella? É sua namorada? - perguntou enquanto levava a pizza a boca.

- Que? Não mãe, nem começa! - negou e a mãe gargalhou - O assunto é sério, tô te falando, e eu nem sei como te falar. - riu nervoso.

- Aí Bianca, fala logo tá me deixando nervosa.

- A Catarina...

- O que tem ela? - olhou para a neta e fez gracinha arrancando um riso da bebe.

- Ela não é minha filha! - Monica engasgou - Quer dizer, não minha filha biológica - Deu leves tapas nas costas da mãe que bebia o suco para se recompor.

- Que? - franziu o cenho - Tá doida Bianca? Que papo é esse? - levantou e pegou a neta - Sua mãe enlouqueceu meu amor! - ficou em pé com a bebê no colo enquanto Bianca as observava sentada.

- Mãe, é sério! E é chocante eu sei, minha ficha não cai mas é isso.

- Me explica isso direito Bia, vamos ali pra sala - caminhou e a filha foi atrás.

- Coloca ela aí deitada no tapete e senta aqui no sofá! - Monica assim fez - Antes de ontem recebi uma ligação, era do hospital Santa Cecília, onde ela nasceu lembra? - a mãe assentiu - Pediram pra me ir lá no dia seguinte, no caso ontem e eu fui. Cheguei lá tinha outra mulher com uma outra bebê, da idade de Catarina, a Rafaella. A advogada conversou com a gente e disse que no dia do meu parto, a enfermeira poderia ter se confundido no berçário e trocado as bebês na hora da identificação, pois eles estavam reduzidos. E ao invés de se certificar na hora,eles esperaram cinco meses! - Monica tentava entender já se desesperando e Bianca continuou - Fizeram o exame de DNA ontem mesmo, eu chamei a Rafaella aqui em casa hoje de manhã, a gente conversou mesmo sem ter o resultado porque, não sei acho que já sentíamos? - Mônica assentiu mandando a filha prosseguir - Na hora que ela estava aqui, a Bruna, que é a advogada ligou pra da o resultado do exame e, confirmou. Elas foram trocadas no berçário. - Uma lágrima escorreu no rosto da carioca e a mãe logo a abraçou.