Assim que abriu os olhos na manhã seguinte, Ellen se deu conta do motivo do burburinho que existia no quarto. As outras voluntárias reclamavam da conversa animada que Mayara e Cecília tiveram na noite anterior. A ruiva deu de ombros, esse fato nunca a incomodaria, seu sono pesado não permitia que ela se incomodasse com isso.A enfermeira separou uma roupa e subiu para o banheiro feminino, onde encontrou os motivos das reclamações, conversando animadamente. A loira estava vestindo uma camisa de botão branca, calça social e sapato de salto e bico fino. Ellen piscou ao constatar o look, parecia que a própria mente lhe pregava peças.
E lá vamos nós com a dona Cecília Marshall! Sei que estou mais calada, mas é por motivos de estar compenetrada na história.
Cecília estava de frente para o espelho terminando de soltar os bobs do cabelo, fazendo com que os fios dourados caíssem em cascatas por suas costas.
— Ceci precisa disso tudo? — May, que ainda vestia o pijama, perguntou sentada na beira da pia.
— Claro. Preciso causar uma boa impressão! — A loira respondeu enquanto passava o batom. — Muita coisa depende disto, May.
— Eu sei — A morena, de pele cor chocolate, revirou os olhos jabuticaba. Os cachos caiam de seu coque mal feito emoldurando-lhe o rosto. — Mas, ninguém vai ver seus pés — revidou com um sorriso sapeca.
— O Joe vai.
— Por acaso quer impressionar meu irmão, agora? — O sarcasmo da cacheada era palpável.
— Cala a boca, Mayara! — A loira bateu na coxa da amiga, enquanto ria. — Isso é muito importante, não pode dar errado. Envolve muita coisa!
— Ceci, isso vai dar certo! — foi nesse ponto que Mayara notou a ruiva, que se aprontava para tomar um banho. Os olhos jaboticaba faiscaram, quando ela sussurrou: — Ela deve ter ouvido tudo.
— Não falamos nada demais — A loira respondeu no mesmo tom. E logo depois falou normalmente: — Poderia levar minhas coisas para o quarto? Já está na hora.
— Claro! E eu vou voltar a dormir. Você ama madrugar, igual meu irmão. São a dupla perfeita! Aí! — May reclamou quando sentiu o tapa na nuca. — Megera!
— Fica na sua delinquente! — Cecilia rebateu sorrindo, e ambas saíram rindo do banheiro.
Por meio da porta aberta, Ellen ainda conseguiu ver a loira andando elegantemente até a casa amarela. No meio do caminho, um moreno forte e alto a alcançou; Joe passou o braço por seus ombros e deixou um beijo em sua bochecha direita. E então a porta se fechou acabando com a visão de Ellen, que por sua vez, seguiu para o banho.
Antes de dormir, Josh havia deixado uma mensagem para a família e para Kevin avisando que já tinha chegado ao seu destino, aproveitou e avisou Eva também. Conhecendo a amiga, sabia que a ruiva se esqueceria de avisar a mãe, dado ao seu cansaço.
Já na fila da refeição, o paramédico, acompanhado do falante Toby, viu quando Ellen entrou no refeitório trajando uma jardineira de lavagem clara e camiseta branca. A ruiva estava terminando de trançar os longos fios ruivos, isso lembrou Josh da irmã. O moreno de cabelos bagunçados sentiu o coração apertar de saudade de sua pimpolha.
— Bom dia, Ellen! — Toby foi logo cumprimentando, enquanto pegava uma maçã para saborear. — Conseguiu dormir bem?
— Bom dia, Toby! Oi, Josh! — A moça sorriu para os dois. — Dormi sim! Apaguei, na verdade... Oh, não! — Ellen soltou a trança pela metade e começou a procurar algo no bolso.
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BRAVE - A marca da sobrevivência ✓ Degustação.
SpiritualeJosh é um paramédico e estudante de medicina que, aproveitando suas férias de faculdade, decide partir, juntamente com alguns jovens de sua igreja, para a Missão Reconstruir. Por lá o futuro pediatra terá de lidar com uma realidade completamente dif...