Na manhã do dia seguinte, um sábado ensolarado, Josh se dirigiu até o escritório a fim de usar o computador para falar com a irmã. O rapaz estava com saudades daquele ser petulante. Com um meio sorriso e as mãos dentro dos bolsos da calça, ele entrou na casa amarela.
Antes que pudesse abrir a porta do escritório, o paramédico ouviu que alguém conversava lá dentro, por isso resolveu esperar. Contudo, Joshua não se surpreendeu com o fato de ficar ainda mais perplexo com a conversa que Cecília estava tendo.
— Sim, eu entendo os pormenores — a loira dizia. — Contudo, vocês têm que entender que a situação está extremamente delicada. — Ela fez uma pausa. — Não me venha com essa, isso não vem ao caso, a situação não pode mais ficar assim, está fugindo do controle. — Cecilia seguia argumentando, e pelo barulho andava de um lado para o outro dentro do cômodo. — Entenda de uma vez, eu não tenho mais tempo! Precisa ser feito! — a moça elevou a voz de forma autoritária. — Agora estamos falando a mesma língua — a loira debochou. — Eu quero isso feito até amanhã pela manhã! Sim, vai ter uma reunião no grande refeitório. Isso por volta das nove da manhã. Perfeito! Ótimo! Não me decepcione — e assim ela encerrou a ligação.Josh piscava parado próximo a porta. O rapaz se encontrava desnorteado. Aquela loira estava se atolando em confusão, e mesmo que ele insistisse que não devia se meter com alguém como ela, Josh se sentia responsável. Afinal, Cecília havia chegado em Costa Sul em sua companhia, ele era o único homem naquela viagem. O pastor Marshall com certeza estava contando com ele para proteger sua filha. Assim como Eva contava. Entretanto, tudo que o rapaz queria era manter distância da moça de cabelos dourados. Tudo nela gritava e exalava problema.
O futuro pediatra ainda estava em uma ferrenha discussão em seu interior quando a porta da casa amarela se abriu, fazendo com que o susto o tirasse do transe.
— Oh, Josh! — Joe entrou sorrindo. Ele parecia bem mais tranquilo do que na noite anterior. — Bom dia!
— Bom dia, Joe! — o paramédico cumprimentou.
— Não imaginava encontrá-lo por aqui, já tomou seu café da manhã? — o moreno seguiu simpático.
— Já sim, fique tranquilo. Vim ver se seria possível utilizar o computador, queria ligar para minha família — Josh explicou um pouco sem jeito.
— Mas, é claro que é possível! — Joe seguiu caloroso como sempre, isso reconfortava o rapaz de cabelos bagunçados. — Pelo que sei a Ceci só faria uma chamada e já iria tomar o desjejum comigo. Ela provavelmente já deve ter terminado. — o moreno foi se aproximando da porta.
— Tranquilo, se ela não tiver terminado eu espero — Josh declarou e Joe assentiu com um sorriso, entrando na sala logo em seguida.
O paramédico se encostou ao lado da porta, deixou a cabeça pender para trás e soltou um profundo suspiro. Ele não gostava daquilo. Pessoas mesquinhas e voláteis sempre o tiravam do sério. Por que tinha que sobrar para ele? Por que ele tinha que lidar com as duas caras da loira?
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BRAVE - A marca da sobrevivência ✓ Degustação.
SpiritualitéJosh é um paramédico e estudante de medicina que, aproveitando suas férias de faculdade, decide partir, juntamente com alguns jovens de sua igreja, para a Missão Reconstruir. Por lá o futuro pediatra terá de lidar com uma realidade completamente dif...