Capítulo 10

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Quando o chão tremeu sob os pés de May, ela imediatamente soube. O coração disparou e um medo latente tomou conta de si. A moça, que estava no dormitório feminino, se dirigiu para fora em passos rápidos e vacilantes. O tremor do medo somado ao das bombas, que explodiam, não ajudavam a moça na missão de chegar rápido em seu objetivo.

Mayara sabia que na altura dos acontecimentos, ela já não tinha a capacidade de mudar o inevitável. Tudo havia se perdido. Anos de trabalho árduo, simplesmente evaporados pelo ar. Contudo, seu maior medo era se realmente sobraria alguma coisa.

A morena correu escada acima com lágrimas nos olhos. A cada tremor ela se agarrava mais firmemente ao corrimão, afinal precisava salvar mesmo que fossem cacos.

Quando os olhos da caçula Smith, finalmente, encontraram o mundo fora do abrigo subterrâneo, ela só procurava por aqueles fios dourados. A morena nem sequer notou o que acontecia ao redor, mesmo com toda a poeira dificultando sua visibilidade. Seu objetivo era claro e preciso.

Não foi demorado encontrar a cabeça de Ceci encolhida no banco de trás do jipe de Joe. Mayara correu em sua direção assim que a reconheceu.

— Ceci! Ceci, por favor! — a morena expressava seu desespero enquanto corria em disparada até o carro. Ela tossia por conta da areia suspensa no ar.

Mais um bomba explodiu num terreno próximo, fazendo com que a moça se desequilibrasse e caísse de joelhos, mas nem mesmo isso foi capaz de pará-la, já que a loira se encolheu mais ainda. 

A cacheada entrou no jipe já pulando para o banco traseiro. Ela se ajoelhou ao lado da amiga e sentiu os olhos lacrimejaram diante da cena.

A loira estava estática. O olhar perdido e frio, como se fosse apenas uma casca, uma armadura sem vida. Os dedos de ambas as mãos apertavam tão fortemente o assento que de tão brancos, já dava sinal de que estavam se cortando junto ao couro.

O único movimento que ela fazia era se encolher a cada explosão, como se ela quisesse se incorporar ao veículo. May foi rápida em sua conclusão, a boca ficando cada vez mais roxa não mentia. Cecília estava se esquecendo de respirar.

— Ceci, por favor! Por favor, você precisa me ouvir, você precisa respirar — lágrimas corriam pelo rosto da morena, ela tremia desesperada. Sua melhor amiga precisava dela e ela não sabia o que fazer. — Ceci, ouça a minha voz, por favor! — suplicava ela. — Por favor, Deus! — um soluço escapou por sua garganta, e milagrosamente a loira piscou. — Ah, isso! Ceci está me ouvindo?

Lentamente a loira assentiu. O ataque tinha dado uma trégua. A morena continuou falando com ela, tentando fazer com que o cérebro dela fosse retomando o controle dos sentidos. Em seu interior, May clamava incessantemente pela amiga. Ela, melhor do que ninguém, sabia o quão árduo aquele caminho seria.

Se sentir sendo lançado com tanta força ao chão, não foi uma experiência interessante

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Se sentir sendo lançado com tanta força ao chão, não foi uma experiência interessante. O corpo de Josh doía inteiramente. O zumbido no ouvido fazia sua cabeça girar. Era um chiado ensurdecedor e constante.

BRAVE - A marca da sobrevivência ✓ Degustação.Onde histórias criam vida. Descubra agora