{ Katsuki }
{ Sábado, 11:02 }
Acordei meio desorientado, sentindo uma pontada na garganta por conta da sede.
Resmunguei comigo mesmo e me sentei na cama parando apenas para esfregar os olhos e os arregalar quando a porta do quarto abriu de repente.
Acho que um grito alto deixou minha boca porque minha mãe pulou para trás assim que apareceu.
Ela chegou perto de mim e fez carinho em meu cabelo e pegou os aparelhos em cima da cômoda, estendendo-os para mim.
Coloquei-os ainda meio confuso e os liguei, passando a escutar sons que antes não chegavam até mim: o barulho de chuva lá fora ou os galhos da árvore perto da minha janela batendo no vidro.
- Oi?
Mamãe piscou para mim.
-Você tem visita - ela avisou de cara feia. - Por que não me avisou?
- Visita? Eu? Quem veio me visitar? O diabo?
Minha mãe quase riu. Quase. Mas me deu um tapa na cabeça também.
- Um rapaz da sua escola. Izuku, o nome dele - ela disse e me estendeu o que parecia ser um monte de roupas que antes estavam jogadas em cima da cadeira no canto do quarto. - Vai se arrumar, desce e vai comer. Ele está esperando.
- Diz pra ele que eu morri - supliquei dramaticamente, jogando-me de volta na cama. - Tá tão frio. Esse filho da mãe não tem vida? Quem acorda antes do meio dia num sábado?!
- Ele. E você. Anda, pra fora da cama. E se você ousar tirar esses aparelhos e trancar a porta eu juro que faço você engolir eles - ela ameaçou com uma cara brava, fazendo-me grunhir. Em seguida ela sorriu: - Fiz bolo de chocolate pra você.
- Hmmm... Isso não é justo - suspirei. - Vocês me colocam numa escola horrível e eu preciso acordar cedo pra ter aula extra.
Minha mãe pareceu meio chateada. Ela veio para perto de mim e se ajoelhou para ficar com a cabeça perto da minha.
- Ei, amor, não fica assim - ela pediu com calma, soando realmente triste. - Eu gostaria de poder te colocar em uma escola melhor... Mas a mudança e a reforma da casa ainda estão caras...
Senti meu rosto ficar quente. Eu sabia, e sinceramente, nem os culpava.
- Tá tudo bem, mãe - murmurei sem jeito. - Eu sei que você me mandaria, tipo, pra Harvard se pudesse. Minha escola nem é ruim... É só o pessoal que é... Difícil. Acho que eles não sabem como é não ter audição.
Minha mãe tentou segurar a risada, mas era impossível. Eu e ela acabamos rindo um pouco e ela voltou a me apressar pra descer e estudar.
Suspirei, arrastando-me para fora da cama.
Assim que cheguei ao andar de baixo encontrei com Izuku conversando com minha mãe na cozinha. O cabelo esverdeado dele estava menos rebelde que de costume porque estava molhado, cheio de cachinho e tudo mais. Ele também usava uma camisa de gola V preta bonita, deixando a mostra um colar curto com um pingente que era semelhante ao que a professora Inko, mãe dele, usava.
- Oi - resmunguei para ele e me sentei junto aos dois na mesa. Minha mãe murmurou que ele ignorasse meu mau humor e ofereceu um pedaço de bolo de chocolate. Depois se virou e me estendeu um prato com bolo e um sanduíche enorme. - Tá tentando me comprar?
- Não sei do que você está falando, lindinho - ela disse com um meio sorriso e deu uma piscadinha. - Izuku, você quer mais alguma coisa? Torrada, ovos, café...?
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POPULAR! | BAKUDEKU
FanfictionPopular! é um cliche como você nunca viu. Bakugo é um adolescente com problemas de audição que tenta se adaptar ao ensino médio em uma escola onde a pessoa mais perfeita de todas existe: Izuku Midoriya. Universo Alternativo; Deaf!Bakugo; Cosplayer...