Cor de rosa

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{ Izuku }

 

- Que história é essa de que você está namorando? - minha mãe perguntou uns dois dias mais tarde enquanto me dava carona para casa.

- Ahn?

Ela ergueu uma sobrancelha.

- É aquele rapaz da sua sala, não é? Eu não sei se gosto disso, Izuku. Vocês vão acabar atrapalhando os estudos um do outro...

- Mãe, mãe! Calma! - murmurei segurando a risada. - O namoro é... Falso. Kacchan é meu amigo.

- É seu amigo ou seu namorado?!

- Meu amigo! - exclamei para a teimosa. - Nós estamos fingindo namorar para que o Shoto e a Ochako me deixem em paz de vez.

- Hein?

- Shoto estava me enchendo esses dias, mas acho que essa palhaçada já acabou. Além do mais, ele e Ochako vão embora do colégio no final do ano. Eu e Kacchan ainda temos mais um - eu disse. - Provavelmente vamos parar com o namoro falso ainda esse ano e...

- Ei, esse não é o menino que você está ajudando com literatura? - ela perguntou de repente, o rostinho com um quê de conspirador. Ela apontou para mim e estreitou os olhos. - Você gosta dele, dá pra ver!

- O que?! - guinchei e quase cuspi fora meu chiclete. - Quem te disse isso? Você está ficando doida?!

- Aaah, Izuku! Você se esquece tão fácil que eu te criei sozinha a vida inteira - ela resmungou e voltou a olhar para a pista. - Ingratinho. Você é tão fácil de ler, Izuku!

- O... Mãe, o que é que eu faço que deixa tão aparente que eu gosto dele? - perguntei meio apavorado.

Minha mãe gargalhou muito.

- VOCÊ ACABOU DE ME CONFIRMAR ISSO!

Suspirei frustrado. Puta merda. Minha mãe era um génio mesmo.

- Não é que eu goste, goste dele - murmurei baixinho com as bochechas pegando fogo. - É só que... Ele chama a minha atenção, sabe? O jeito dele...

- Isso são hormônios - ela murmurou enquanto chegávamos perto de casa. - Graças a Deus vocês são meninos e não podem engravidar. Pode ficar tranquilo!

- Mãe! - protestei gargalhando da mente fértil dela. - Sinceramente, você é impossível!

- Ai, Izuku. Até parece - mamãe resmungou. - Filho, na escola onde você estuda, eu dou aula.

Revirei os olhos.

- Ha-ha-ha. Literalmente, hein? Muito engraçada - resmunguei. - Agora eu vou me arrumar.

- Vai ver o namoradinho, né...

- Eu não... Ele não... Ai, mãe! - ela parou o carro na frente do jardim de casa e me deu um beijo na bochecha. - Vem jantar em casa?

- Venho sim. Se Katsuki for ficar até mais tarde me liga e eu trago algo mais para o jantar, tá?

- Ah, certo! - prometi e abracei ela antes de descer. Mamãe foi embora logo depois, deixando-me sozinho.

Meu quarto estava a bagunça de sempre quando entrei. Minha toalha estava estendida na janela meio aberta que deixava o ar fresco circular.

Peguei alguns bichinhos de pelúcia pelo chão e os coloquei dentro do guarda-roupas. Assim que abri as portas duplas dei de cara com algumas das peças de roupa desdobradas que eu comprei recentemente, o que me fez corar e puxa-las para uma das gavetas e fechar de uma vez.

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